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Bank of America compra ações e "salva" Countrywide Financial

Investimento de US$ 2 bi ajudou a valorizar ações da maior financeira imobiliária dos Estados Unidos e deslocou-a temporariamente do centro da crise

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O maior banco de varejo dos Estados Unidos, o Bank of America, anunciou na noite desta quarta-feira (22/08) um investimento de 2 bilhões de dólares na compra de ações da Countrywide Financial, a maior empresa de hipotecas daquele país e personagem central na crise do setor imobiliário, por deter uma em cada seis hipotecas existentes hoje, no mercado americano.

Embora o acordo não dê à financeira acesso imediato ao capital do Bank of America, aumenta consideravelmente a confiança dos investidores na capacidade de sobrevivência da gigante hipotecária à tempestade responsável pela falência de dezenas de fundos e empresas ligados a crédito imobiliário, de acordo com o periódico americano Wall Street Journal.

A resposta ao anúncio da compra de papéis da Countrywide foi imediata. No mercado americano de negociação after-market, aquela que ocorre após o fechamento do pregão, o valor das ações da companhia subiu 19%, para 25,88 dólares por unidade.

A injeção financeira na Countrywide permitirá ao Bank of America adquirir ações preferenciais convertíveis sem direito a voto, com rendimento anual de 7,25%. Cada um dos papéis pode ser convertido em ações comuns, com valor de 18 dólares por unidade, o que corresponderia, em caso de conversão total, a uma fatia de 16% a 17% do controle acionário da empresa de hipotecas.

Alívio para empresa na berlinda

O temor quanto à saúde da financeira da Countrywide Financial justificava-se pela participação ativa da empresa na formação da "bolha imobiliária" nos Estados Unidos.

Detentora de 17% do mercado de hipotecas - bem à frente da segunda colocada no ranking, a Wells Fargo, com uma fatia de 10,5% - a companhia foi a principal promotora de uma opção de pagamento conhecida como ARM. Essa modalidade permite a quem toma o empréstimo escolher mês a mês o valor que pretende pagar. Caso o cliente não possa entregar a quantia prevista do principal da dívida ou mesmo parte dos juros mensais, ele tem a possibilidade de rolar a dívida, mas acumula taxas cada vez mais altas, nos meses seguintes. Diante da "bola de neve", parte dos clientes acaba incapaz de pagar suas dívidas e o prejuízo recais sobre a financeira.

Por possuir quase 28 bilhões de dólares aplicados nesse tipo de contrato, além de oferecer empréstimos a tomadores com históricos negativos de pagamento, a Countrywide aparecia aos olhos dos analistas como possível próxima vítima da crise. A tensão aumentou ainda mais na própria quarta-feira, depois de o banco Lehman Brothers Holding, que possuía atuação significativa no setor de hipotecas, anunciar que estava deixando o mercado de subprimes (empréstimos de alto risco). Dois dias antes, um outro grande competidor do mercado o Capital One Financial, já havia fechado o seu braço responsável por hipotecas, o GreenPoint.

Com o empenho do Bank of America em aumentar a liquidez da principal financeira dos Estados Unidos, a preocupação com um efeito dominó se acalmou. "O investimento reflete nossa confiança nesse setor", afirmou o executivo-chefe de operações do banco, Kenneth Lewis.

A medida também reflete, entretanto, a estratégia da companhia em explorar mais profundamente o setor imobiliário. O Bank of America já é a 5ª maior empresa do mercado americano de hipotecas, com 7% do bolo.

 

 

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