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Bancos aumentam os juros do financiamento de imóveis

Bradesco e Caixa sobem taxas em até 0,50 pp. Juro no Santander já havia subido de 6,99% para 7,99% ao ano

Caixa: taxa de juros para clientes com relacionamento com o banco passaram de 6,25% a 7,3% ao ano para 6,75% a 7,8% ao ano (Pilar Olivares/Reuters)

Caixa: taxa de juros para clientes com relacionamento com o banco passaram de 6,25% a 7,3% ao ano para 6,75% a 7,8% ao ano (Pilar Olivares/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 15 de julho de 2021 às 19h42.

Última atualização em 4 de agosto de 2021 às 17h00.

Com a alta recente da Selic, a janela de financiamento de imóveis mais barato está se fechando. O Santander já havia subido sua taxa mínima em 1 ponto porcentual, de 6,99% para 7,99%, na sexta-feira passada, dia 9. Nesta quinta-feira, 15, foi a vez do Bradesco e da Caixa formalizarem o aumento de suas taxas. É o que aponta o site comparador de financiamento de imóveis Melhortaxa.

A Caixa aumentou suas taxas em 0,5 ponto porcentual a partir de hoje. A taxa de juros para clientes com relacionamento com o banco passaram de 6,25% a 7,3% ao ano para 6,75% a 7,8% ao ano.

Por fim, o Bradesco aumentou em 0,2 pontos porcentuais as taxas cobradas nos segmentos Classic, Prime e Exclusive, passando a cobrar a partir de 7,3% ao ano no Classic.

Já o Itaú deve anunciar sua nova taxa nesta sexta-feira, 16, ou no máximo na semana que vem. O banco, que vinha praticando taxas a partir de 6,6% ao ano, vem dificultando o acesso ao crédito mais barato para clientes com renda mais baixa e menor valor de financiamento. Os juros para financiamentos abaixo de 600 mil reais e para consumidores com renda mensal menor do que 12 mil reais, subiram no banco, para 6,8%.

Até esta quinta-feira, 15, o Banco do Brasil não mexeu nas taxas cobradas na modalidade de financiamento indexada à Taxa Referencial (TR). Mas as taxas já estão em patamar mais alto no banco: chegam a 7,9% ao ano.

Veja o que mudou em cada banco:

BancoTaxa atual (em %)Taxa anterior (em %)AumentoTaxa média contratada (em %)
Santander7,996,991 ponto6,99
Bradesco (Classic)7,37,10,2 ponto6,7
Bradesco (Exclusive)7,16,90,2 ponto6,7
Bradesco (Prime)6,96,70,2 ponto6,7
Itaú (Personalité)6,96,70,2 ponto6,7
Itaú (balcão)7,37,10,2 ponto6,7
Caixa (relacionamento)6,75 a 7,86,25 a 7,30,5 pontoNão tem
Caixa (balcão) 7 a 86,5 a 7,20,5 pontoNão tem
Banco do Brasil (relacionamento)7,697,69Não mudouNão tem
Banco do Brasil (balcão)7,957,95Não mudouNão tem

Paulo Chebat, CEO do Melhor Taxa, esperava um movimento mais lento de alta das taxas de juros do crédito imobiliário. "A pressão inflacionária vinha desde o início do ano e achamos que os bancos iam segurar mais os valores para fomentar a demanda. Mas não foi o que aconteceu".

A pressão começou a ser sentida nas últimas semanas, dependendo da segmentação e relacionamento dos clientes. Agora, a perspectiva vai depender dos próximos ajustes promovidos pelo Copom.  "A Selic provavelmente chegará a 6,5% a 7% no final do ano".

O movimento de alta dos financiamentos, comenta o executivo, acontece de forma mais rápida do que a baixa dos juros. "Os bancos agem em conjunto. Afinal, falta oferta para incentivar a concorrência no setor".

É hora de comprar?

O financiamento mais caro vem acompanhado de aumento de preços de imóveis, especialmente  usados. "Muitos clientes da plataforma ainda não fecharam negócio e nos perguntam se é o momento de comprar. Eu acho que sim. Com o aumento do valor do imóvel e do financiamento, os clientes podem passar a não conseguir financiar 80% do valor do imóvel", diz Chebat.

Outras linhas de financiamento, indexadas à poupança e a índices de preços, como o IPCA, não fazem sentido em um momento de alta da Selic e da inflação. Portanto, a modalidade tradicional, atrelada à TR, é hoje a mais segura, na visão de Chebat.

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