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1. Cálculo considera dados do IBGE para as cidades com IDH mais alto
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Quando os filhos crescem e as obrigações financeiras deixam de ser tão pesadas, os aposentados ganham a oportunidade de dar uma guinada e tanto na vida. Nesse momento, fica mais fácil para quem tanto praguejava contra o caos urbano se mudar para a beira da praia ou para uma pequena cidade do interior. Não por acaso, a preocupação em identificar os melhores lugares para os aposentados anualmente pauta grandes publicações americanas como a Forbes e o Wall Street Journal. As categorias são muitas e contemplam desde o melhor clima à maior concentração de viúvos dando sopa. Afinal, quem tem dinheiro reservado a essa altura da vida, finalmente se dá ao direito de gastá-lo com o dolci far niente.
Embora o fenômeno não seja tão expressivo por aqui, é certo que muita gente busca começar uma nova história na terceira idade, aliando qualidade de vida à chance de morar em locais mais baratos, tranqüilos ou que simplesmente materializem desejos antigos. “Hoje os idosos se arriscam mais, buscando atividades e sonhos que não puderam realizar em outras etapas", afirma Marisa Assioly, professora de Gerontologia da USP e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria.
Para identificar onde estão aqueles que deixaram de trabalhar, o site EXAME rastreou as cidades brasileiras com maior proporção de aposentados a partir dos dados do Censo do IBGE de 2000. O levantamento considerou apenas as 100 cidades com maior Índice de Desenvolvimento Humano do país. Calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o IDH leva em conta a renda, educação e longevidade da população, aumentando de 0 a 1 conforme melhoram os índices alcançados pelos municípios. Vale lembrar que o indicador também foi confeccionado a partir dos mesmos dados fornecidos pelo Censo. Veja nas próximas páginas quais as são cidades campeãs, divididas por número de habitantes.
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2. Rio de Janeiro fica em terceiro entre as cidades com mais de 500.000 habitantes
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Não há muito sentido em olhar para as cidades pequenas se o aposentado tem uma queda pelas luzes das grandes metrópoles. Para quem não fica sem os serviços e facilidades ali encontrados, a cidade maravilhosa pode ser uma boa opção. O Rio é o terceiro colocado no ranking das cidades com mais de 500.000 habitantes, aliando uma grande proporção de aposentados à qualidade de vida expressiva. No bairro de Copacabana, tradicionalmente conhecido pela presença de idosos, há inclusive uma delegacia voltada para eles, a primeira do tipo no país. Além dos atributos que fazem do Rio o destino de turistas do mundo todo, os idosos cariocas contam com diversos clubes e associações. Só a prefeitura mantém seis Casas de Convivência e Lazer, com aulas de inglês, francês, desenho e até percussão. O projeto Qualivida, da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, também oferece aulas gratuitas de ginástica em 120 núcleos espalhados pela cidade. Proporção de aposentados: 14%
IDH: 0.842
População em 2000: 5.857.904 habitantes
População estimada em 2009: 6.186.710 habitantes
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3. Santo André oferece atividades para a terceira idade e desconto no IPTU
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Situado na região do ABC paulista, Santo André viveu um boom econômico com a instalação de indústrias automobilísticas. A partir da década de 80, no entanto, a situação começou a mudar à medida que outras cidades do interior paulista passaram a oferecer benefícios fiscais mais atraentes para as montadoras. A cidade conserva o perfil industrial, mas o fenômeno possibilitou que os setores de comércio e serviço encontrassem uma brecha para crescer. A 18 km da capital do estado, Santo André ocupa o segundo lugar da lista das grandes cidades com maior número de aposentados. No ano passado, a cidade organizou pela primeira vez um concurso de Miss e Mister Melhor Idade. E para quem se aposenta com uma renda de até 3.218 reais, a prefeitura oferece até 50% de desconto no IPTU.
Proporção de aposentados: 14,7%
IDH: 0.835
População em 2000: 649.331 habitantes
População estimada em 2009: 673.396 habitantes
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4. Porto Alegre comemora o mês do idoso com bailes, mutirões e caminhadas
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Primeiro lugar entre as cidades com mais de 500.000 habitantes com maior proporção de aposentados, Porto Alegre apresenta a maior renda per capita na região Sul. A cidade tem 582 praças, nove parques urbanos e realiza coleta seletiva com 100% do lixo. Diversas feiras se espalham pela capital gaúcha e aumentam as opções de lazer para os moradores através da oferta de antiguidades, artesanato e iguarias culinárias. Berço de grandes escritores, políticos e artistas, Porto Alegre também oferece mais de 60 salas de cinema, museus e centros culturais, como a Usina do Gasômetro e a Casa de Cultura Mario Quintana. Além da qualidade de vida, os aposentados contam com políticas públicas específicas. Em 2000, a prefeitura criou o Conselho Municipal do Idoso. Em 2008, foi a vez de instituir um mês oficial para eles: de 21 de setembro a 20 de outubro são homenageados aqueles que se destacaram nas diversas áreas do saber e do conhecimento. Nesse período, também são realizados bailes, mutirões de saúde e caminhadas pelos pontos turísticos da cidade.
Proporção de aposentados: 16%
IDH: 0.865
População em 2000: 1.360.590 habitantes
População estimada em 2009: 1.436.123 habitantes
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5. Niterói sobe no terceiro lugar do pódio entre os municípios que têm entre 100.000 e 500.000 habitantes
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Os moradores de Niterói contam com uma rede de serviços e infraestrutura que fazem da cidade muito mais que um mirante privilegiado para o Pão de Açúcar do outro lado da baía da Guanabara. O Museu de Arte Contemporânea (MAC), os fortes históricos e os 11 km de praia se unem à ampla gama de serviços e oferecem uma boa alternativa para quem quer qualidade de vida, mas não abre mão de morar em uma cidade maior. Ocupando o terceiro lugar no Índice de Desenvolvimento Humano e também no ranking das cidades de 100.000 a 500.000 habitantes, Niterói foi pioneira na implantação do Programa Médico de Família e conta com 15 hospitais públicos e privados, alguns de alta complexidade. As opções de entretenimento são fartas e vão de centros culturais a casas de samba e museus, passando por teatros e cinemas. Vale lembrar que o Rio de Janeiro fica a um pulo dali. Basta atravessar a famosa Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Rio-Niterói.
Proporção de aposentados: 15,8%
IDH: 0.886
População em 2000: 459.451 habitantes
População estimada em 2009: 479.384 habitantes
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6. Em Santos, idosos trabalham como contadores de histórias e têm aulas de internet
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Tradicionalmente conhecida como reduto de aposentados, Santos é a maior cidade do litoral paulista. Com mais de 200.000 metros quadrados de jardins à beira-mar, terreno plano e centros de convivência para a terceira idade, o município oferece diversas vantagens para quem decide pendurar as chuteiras. A prefeitura se encarrega de reforçar essa vocação, organizando aulas de dança, ioga, alongamento e terapias ocupacionais. Em paralelo, são tocados projetos como o "Vovô Sabe Tudo", que tem o objetivo de passar para frente a experiência de pessoas com mais de 60 anos de idade. Os idosos atuam como contadores de histórias junto a crianças e adolescentes do município, recebendo um salário mínimo por 12 horas de trabalho semanal. Também há a opção de trabalhar no monitoramento do turismo religioso e no Bonde Turístico da cidade. Igualmente voltado a esse público, o programa “Vovonauta” promove a inclusão digital com cursos que ensinam a usar o computador e a internet.
Proporção de aposentados: 17,6%
IDH: 0.871
População em 2000: 417.983 habitantes
População estimada em 2009: 417.098 habitantes
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7. São Caetano do Sul oferece quatro unidades de lazer e atendimento médico para os maiores de 50 anos
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Líder em longevidade no país, com uma vida média de 78 anos e dois meses, São Caetano do Sul combina iniciativas voltadas exclusivamente para os idosos com o melhor IDH do país. A cidade do ABC paulista tem uma Coordenadoria Municipal da Terceira Idade, responsável por administrar quatro centros exclusivamente destinados à população com mais de 50 anos. Além de clínica geral, estas unidades oferecem atendimento geriátrico, odontológico, psicológico e de fisioterapia. O lazer não fica de fora: academia e piscina também podem ser usados pelos membros, que precisam apenas de comprovante de residência e cópia do RG para se associarem. Ao todo, já são mais de 30.500 “sócios”. Ônibus rebaixados, transporte diário entre todas as unidades de saúde pública e uma universidade voltada para a terceira idade também ajudam a fazer de São Caetano, distante apenas 12 km de São Paulo, a cidade com maior proporção de aposentados entre os municípios com até 500.000 habitantes.
Proporção de aposentados: 17,8%
IDH: 0.919
População em 2000: 140.159 habitantes
População estimada em 2009: 152.093 habitantes
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8. Nova Araçá fica em terceiro na lista das cidades com até 100.000 moradores
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Quanto menor a cidade, maior a proporção de aposentados. No ranking das cidades com até 100.000 habitantes, os pequenos municípios saíram na frente agregando altos IDHs à presença maciça de aposentados. No terceiro lugar do pódio, aparece a cidade de Nova Araçá, essencialmente habitada por imigrantes italianos. Incrustada entre morros e vales no nordeste do Rio Grande do Sul, o lugar é retrato de um tempo que parece distante para quem mora nas grandes metrópoles. Seus habitantes passam o fim de tarde na praça central, festejam em conjunto as comemorações religiosas e cultivam os fazeres da terra, com o destaque para a produção de milho e frutas. Assim como o Carnaval para a terceira idade, eventos como a “Noite do Pastel com Bingo” ganham propaganda boca a boca e também são divulgados pela prefeitura.
Proporção de aposentados: 22,4%
IDH: 0.834
População em 2000: 3.236 habitantes
População estimada em 2009: 4.075 habitantes
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9. Festas nas paróquias e herança italiana em Dois Lajeados
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A apenas 80 km de Nova Araçá, encontra-se Dois Lajeados, a segunda colocada da lista. As semelhanças com a cidade vizinha são muitas e começam pela herança italiana. Dois Lajeados, no entanto, também tem vocação turística. As corredeiras do rio Carreiro passam pelo município e atraem os amantes de esportes radicais. Por sua vez, a proximidade da Ferrovia do Trigo chama os turistas que desejam passear sobre os trilhos que cortam a bela paisagem do estado, atravessando túneis e viadutos entre o Vale do Taquari e a Região da Uva e do Vinho. Mas se os visitantes vão e vem, são os aposentados que fincam morada no município de pouco mais de três mil habitantes. Com um hospital de média complexidade e realização de festas semanais em paróquias e centros, Dois Lajeados encarna a tranqüilidade associada às cidades do interior e só não é indicada para quem foge do frio. Temperaturas abaixo de zero são comuns no rigoroso inverno do município.
Proporção de aposentados: 23,4%
IDH: 0.834
População em 2000: 3.224 habitantes
População estimada em 2009: 3.484 habitantes
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10. Fonte de águas termais promete curar doenças em Águas de São Pedro
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Com apenas 3,64 km2, Águas de São Pedro foi construída em 1948 para ser uma estância de cura. Com grandes jardins e mais de 1 milhão de eucaliptos plantados para purificar o ar, a cidade conta com completa estrutura de saneamento e abastecimento de água potável. Biblioteca municipal, clube da terceira idade e até um mini pantanal com capivaras e jacarés são outros atrativos do município, cuja história começou ainda na década de 20. Nessa época, alguns poços foram abertos a 8 km dali na busca por petróleo. A prospecção não vingou e ao invés do óleo negro, o que brotou do solo foi uma fonte de águas termais.
As águas tiveram a qualidade comprovada em 1940 e passaram a ter suas propriedades medicinais estudadas. Ao longo do tempo, a precária estrutura de alvenaria construída para o banho deu lugar a uma canalização mais complexa, com a instalação de piscinas e banheiras de imersão. Hoje, cada uma das três fontes da cidade é indicada para o tratamento de doenças específicas, como reumatismo, diabetes e asma. Com economia basicamente voltada para o turismo e um quarto da população de aposentados, Águas de São Pedro tem o segundo melhor IDH do Brasil e é a campeã no ranking das cidades com menos de 100.000 habitantes.
Proporção de aposentados: 25,9%
IDH: 0.908
População em 2000: 1.883 habitantes
População estimada em 2009: 2.613 habitantes
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