Minhas Finanças

As corretoras que indicaram as melhores ações em 2010

Em um ano em que o Ibovespa subiu só 1%, a carteira recomendada pelos analistas do Bradesco BBI apresentou valorização de 28,5% e superou as das demais corretoras

Bradesco BBI: valorização de 28,5% em 2010, contra 1% do Ibovespa (Germano Luders/EXAME)

Bradesco BBI: valorização de 28,5% em 2010, contra 1% do Ibovespa (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 10h36.

São Paulo - Em 2010, o Ibovespa fechou o ano com uma alta de apenas 1,04%. Se o módico desempenho não chega a despertar entusiasmo, especialmente quando comparado aos 82 pontos percentuais cravados em 2009, a valorização das carteiras recomendadas por algumas corretoras e bancos mostra que o ano não foi exatamente amargo para quem apostou nesses relatórios ao balizar suas decisões de investimento na renda variável.

Quem seguiu o portfólio sugerido mês a mês pelo Bradesco BBI levou para casa um retorno de nada menos que 28,5% ao cabo de 2010. O rendimento foi quatro vezes superior ao da tradicional poupança, que terminou o ano em 6,9%. Embora nenhum dos resultados analisados por EXAME.com tenha ficado abaixo da valorização registrada pelo Ibovespa, a carteira de algumas corretoras, por outro lado, perdeu ou praticamente empatou com a inflação.

Segundo estimativas do mercado, a subida de preços medida pelo IPCA deverá chegar a 5,9% em 2010. O percentual é maior do que o apresentado pelo portfólio da Planner, que terminou o ano com uma valorização de 5,02%. Na carteira do BB Investimentos, a alta foi levemente superior, chegando a 6,21%

Ainda que rentabilidade passada não garanta ao investidor a certeza de colher os mesmos frutos no futuro, EXAME.com contatou 21 corretoras cujas recomendações costumam ser registradas a cada início de mês em matéria publicada no site. Conheça o desempenho apresentado por 14 delas ao longo de 2010.


1. Bradesco BBI – valorização de 28,5%

Segundo Carlos Firetti, CFA do Bradesco BBI, o segredo para o sucesso na escolha dos papéis pode ser atribuído em boa medida à aposta nos setores ligados à economia doméstica desde o início de 2010. “A boa seleção se deve também à uma equipe experiente e de qualidade. Este é o terceiro ano consecutivo que nossas recomendações batem a bolsa”, diz o analista.

2. Brascan – valorização de 20,99%
Para Rodrigo Ferraz, analista chefe da Brascan, o resultado conseguido pela corretora ampara-se no caráter defensivo da carteira. "Priorizamos setores que tinham perspectivas positivas no Brasil e aqueles com condições globais ou estruturais que fizessem sentido apesar das incertezas lá fora", diz. Um exemplo foi a mineradora Vale. "Como exportadora, ela está obviamente sujeita às variáveis internacionais, só que como está dentro de um setor com baixa concorrência e que é favorecido pelo apetite da China, a ação é uma das poucas que foi presente o ano todo", completa. Outros destaques do portfólio ficaram por conta do setor de telecomunicações e energia. Construção civil e siderurgia também fizeram a carteira subir em momentos específicos ao longo do ano.

3. Coinvalores - valorização de 20,87%
Os expressivos pacotes de ajuda econômica destinados aos países problemáticos da Zona do Euro ajudaram a apaziguar, mas não solaparam as dúvidas que pairavam sobre a solvência fiscal dessas nações. Tendo em vista o conturbado cenário internacional, a Coinvalores também voltou os olhos para o mercado doméstico. E o resultado dessa leitura macroeconômica foi uma valorização de 20,87% na carteira recomendada, o dobro da rentabilidade média entregue pelos fundos de renda fixa no mesmo período.

4. Banif - valorização de 19,81%
Na visão do Banif, o ano de 2010 deixou um legado de incertezas. E seguindo a escola das carteiras que melhor performaram, a fórmula para a valorização que beirou os 20% assentou-se no desempenho da Vale, um papel que não foi retirado do portfólio em nenhum mês. Ações mais defensivas, como das empresas de energia Tractebel e AES Tietê também ganharam destaque. No varejo, a grande estrela foi a Hering, que entrou na carteira em maio e fincou posição até dezembro.

5. Spinelli – valorização de 17,6%
Com alta de 17,6%, a carteira de dez ações sugerida pela Spinelli ficou pouco atrás do resultado alcançado pelos fundos de Small Caps, que subiram 18,4% no ano passado, o melhor desempenho na categoria de fundos de investimento. A corretora aponta que os sinais de desaquecimento da economia brasileira já apareceram a partir de outubro do ano passado. Para o começo deste ano, a ordem é direcionar o foco para o mercado interno, papéis com perfil defensivo e empresas que tradicionalmente se beneficiam da sazonalidade do período.


6. Gradual Investimentos – valorização de 17,01%

As alocações recorrentes na empresa de construção civil Eztec (que subiu 20,6% em 2010), além da aposta na imobiliária Marco Pólo, com alta de 119,3%, uniram-se à escolha da Vale, quase consenso no mercado, para garantir à Gradual Investimentos uma valorização de 17,01% na carteira recomendada em 2010. “Calibramos o portfólio ao longo do ano, oscilando entre commodities, setor de construção e mercado interno, basicamente”, explica o analista Paulo Roberto Esteves.

7. XP Investimentos – valorização de 16%
Apesar do ano não ter rendido um resultado muito alentador para a Bolsa, na XP Investimentos a valorização da carteira recomendada chegou a 16%. Com a criação recorde de empregos e a alta do PIB após anos seguidos de crescimento morno, a aposta em setores domésticos foi a chave do sucesso. A corretora lembra ainda que o Ibovespa encerrou o ano praticamente no zero a zero, o que abre espaço para o ano de 2011 ser ainda mais positivo.

8. Itaú BBA – valorização de 14,8%
Desde o início da nova gestão da carteira, em março de 2009, as Top Five do Itaú BBA acumulam alta de 161,5% frente à valorização de 81,5% do Ibovespa. No ano de 2010, no entanto, o desempenho foi bem mais modesto, com uma valorização de 14,8% no portfólio recomendado. Em dezembro, o principal destaque positivo foi o papel da Cosan, que subiu 5,18%. Do lado negativo, entretanto, a ação da Hypermarcas ajudou a carteira a cair quase 3% no mês.

9. Ativa – valorização de 12,37%
A ação da Petrobras, vilã da performance anual do Ibovespa junto com as siderúrgicas, se recuperou parcialmente em dezembro e ajudou o principal índice da bolsa a terminar o ano no azul. Quando comparado a indicadores de países emergentes, no entanto, o Ibovespa apresentou um dos piores desempenhos aferidos. De qualquer forma, o cenário negativo não arrastou consigo o desempenho do portfólio recomendado pela Ativa, que subiu 12,37% ao longo do ano. O resultado praticamente empata com o retorno entregue pelos fundos multimercados macro, com valorização de 12,35%.

10. BTG Pactual – valorização de 12%
Morosa recuperação econômica nos Estados Unidos, aperto monetário na China e a crise fiscal na Zona do Euro devem continuam a pautar o mercado financeiro em 2011. Na visão do BTG Pactual, a injeção de dinheiro na economia global deverá alçar os preços das commodities a um patamar mais alto. Se neste ano o banco de investimento aumenta a exposição nesses papéis de 50% para 60%, em 2010 uma visão mais cautelosa com os rumos da economia norteou a escolha das 10 ações escolhidas pelo banco a cada mês, com a presença reforçada de papéis defensivos em alguns meses do ano. O resultado foi uma valorização de 12%, pouco acima dos 11,32% registrados pelo IGP-M no mesmo período. Calculado pela FGV, o índice serve de referência para o reajuste no aluguel e nas tarifas de energia.


11. Socopa – valorização de 10,63%

Ainda no patamar da rentabilidade de dois dígitos, as cinco melhores ações indicadas pela Socopa deram à corretora uma rentabilidade acumulada de 10,35% ao longo do ano. O desempenho foi puxado principalmente pela performance de julho, quando a carteira subiu 15,59%. No mesmo período, a escalada do Ibovespa foi de 10,8%.

12. Link Investimentos – valorização de 7,75%
Com um desempenho positivo de 7,75%, a carteira da Link Investimentos entrou no ranking dos portfólios menos rentáveis em 2010. Em dezembro, a seleção da corretora surfou na maré positiva levantada pela Gerdau, que subiu 16,26%. Ainda assim, a performance não foi suficiente para fazer a carteira se distanciar da valorização da tradicional caderneta de poupança, que terminou o ano em 6,9%.

13. BB Investimentos – valorização de 6,21%
A carteira recomendada pelo BB Investimentous apresentou desempenho levemente superior ao da inflação: a valorização foi de de 6,21% contra uma estimativa do mercado para o IPCA de 5,9%. O portfólio sugerido pela divisão de investimentos do Banco do Brasil performou melhor que o Ibovespa em metade dos 12 meses do ano passado. A única vez que a carteira ficou mais de dois pontos acima do índice foi em outubro, com uma alta de 4,37%.

14. Planner – valorização de 5,02%
Segundo a Planner, o Ibovespa não conseguiu evoluir em 2010 apesar dos resultados apresentados pelas empresas terem superado em boa parte o que já havia sido precificado em 2009. Apesar do carteira recomendada pela corretora não ter ficado no vermelho, o desempenho positivo de apenas 5% fez com que o portfólio ficasse no último lugar do ranking analisado por EXAME.com, abaixo inclusive da inflação medida pelo IPCA.

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