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As ações mais beneficiadas pela alta do dólar

Deutsche Bank lista as empresas exportadoras que poderão elevar as margens de lucro com a desvalorização do real

Cosan: empresa deve ser uma das mais beneficiadas pela alta do dólar, diz Deutsche Bank (Arquivo)

Cosan: empresa deve ser uma das mais beneficiadas pela alta do dólar, diz Deutsche Bank (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 10h12.

São Paulo – A alta do dólar pode ser um pesadelo para quem tem viagem marcada para o exterior nas próximas semanas, mas, para muitas empresas com receitas oriundas de exportações, pode não haver melhor notícia. O câmbio é o principal fator para determinar a competitividade de um país frente ao mundo. Sempre que uma moeda se desvaloriza, as empresas locais tendem a produzir bens com preços mais competitivos em dólar. Já a conversão do dólar para a moeda local costuma ser mais vantajosa porque com as mesmas vendas é possível gerar mais receitas.

Atrás de oportunidades de investimento na bolsa, os analistas do Deutsche Bank analisaram as empresas que poderiam ser mais beneficiadas pela desvalorização do real. Os ganhadores óbvios da oscilação cambial seriam as empresas ligadas ao setor de commodities. O banco destacou a Vale, a CSN, a Usiminas, a Fibria, a Suzano, a Cosan, a SLC Agrícola e a BrasilAgro.

O Deutsche Bank fez a ressalva de que a alta do dólar está relacionada à crise financeira mundial e à saída de recursos do Brasil em direção a mercados tidos como mais seguros, como os Estados Unidos. Até o momento, os temores em relação à Europa não afetaram os preços das commodities, mas isso poderá acontecer principalmente se houver calote de algum país da região, o que atenuaria o efeito positivo da alta do dólar.

Devido a esses riscos, os analistas sugerem de forma mais enfática o investimento em Cosan porque as ações de empresas do setor agrícola estariam menos sujeitas aos desdobramentos da crise econômica mundial. Outra empresa destacada foi a Gerdau, que seria mais beneficiada pela alta do dólar devido à forte presença no mercado siderúrgico americano.

Já entre as empresas de bens manufaturados, o único destaque citado pelo Deutsche Bank foi a Embraer. A fabricante de aviões vive basicamente de exportações e seus balanços costumam melhorar em momentos de dólar fraco.

Para as empresas ligadas ao mercado interno, o banco acredita que a alta do dólar não é uma notícia boa. Os produtos importados ou com cotação internacional baseada na moeda americana deverão ficar mais caros para os brasileiros, desestimulando o consumo.

Neste ano até ontem, o dólar já acumula uma alta de 8,4%. Hoje a moeda amanheceu cotada a cerca de 1,81 real. Analistas acreditam que o dólar possa dar um novo salto nos próximos dias se a crise se agravar e chegar a 1,90 real. No longo prazo, entretanto, haveria poucos motivos para uma apreciação acentuada da moeda americana, uma vez que a economia brasileira continua em um bom momento.

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