Estudo: prosperidade vai muito além do dinheiro (Nora Carol Photography/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 13h16.
A maioria dos brasileiros se vê em um patamar elevado de prosperidade, conforme aponta um estudo exclusivo realizado pelo Sicredi em parceria com o Datafolha. Ao avaliarem seu momento atual em uma escala de 0 a 10, 81% da população atribui notas de 7 a 10, indicando um alto nível de realização pessoal em suas vidas.
A pesquisa, que entrevistou 2.003 pessoas em 113 cidades do país de 25 estados, mostra que a sensação de "viver bem" é um sentimento que abrange grande parte da sociedade nacional. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
O otimismo é mais notável quando se observa o grupo que se avalia com as notas máximas (9 e 10), representando 41% dos entrevistados. A percepção de prosperidade não está ligada unicamente a altos níveis de renda. Fatores como qualidade de vida, relações sociais e bem-estar emocional influenciam decisivamente, demonstrando que o conceito é mais plural do que o financeiro.
A autopercepção de prosperidade total (notas 9 e 10) apresenta variações regionais e demográficas. O Nordeste lidera o ranking com 49%, seguido pelo Norte, com 45%. A prosperidade tende a crescer com a idade, com os idosos (60 anos ou mais) apresentando a maior taxa (49%), e os jovens (16 a 24 anos) o menor percentual (28%). As mulheres também se veem mais prósperas do que os homens (47% versus 34%).
Selic a 15%, mas não por muito tempo: hora de investir nos prefixados?Para os brasileiros, prosperidade é um conceito que se estende "muito além do dinheiro". A fase qualitativa do estudo apurou que a ideia de prosperar tem início nas relações, onde a família, a educação, a fé e os laços afetivos representam propósito e conexão. Em essência, prosperar é visto como "construir juntos uma sociedade mais próspera" e entender os caminhos que aproximam os indivíduos desse ideal.
Embora o dinheiro seja um fator, os elementos materiais são vistos como meios para alcançar a qualidade de vida, e não como o objetivo final da prosperidade. A noção abrange as dimensões culturais, espirituais, afetivas e práticas do que é "viver bem", envolvendo pertencimento, propósito e autocuidado.
Ao analisar a importância relativa das dimensões para a composição da prosperidade máxima, o estudo quantificou o peso de cada aspecto. A "dimensão econômica" lidera com 39% de importância relativa. Contudo, as dimensões não financeiras demonstram ser pilares centrais: o "bem-estar psicológico" responde por 26% e a "espiritualidade e propósito de vida" por 21% do total, confirmando que prosperar vai além do dinheiro.
No detalhe, os atributos mais valorizados para compor a prosperidade máxima envolvem a satisfação pessoal e a segurança emocional. Lideram o ranking a “boa qualificação profissional” (4.37 de peso), seguida por “trabalhar em uma atividade que traga satisfação pessoal” (4.23) e “sentir segurança e confiança para tomar decisões sobre a própria vida” (4.18). Sentir uma “conexão espiritual” (3.96) e ter “saúde mental equilibrada” (3.95) completam os cinco principais fatores.
Entre as principais conclusões, a pesquisa destaca o protagonismo individual na busca por uma vida próspera. Seis em cada dez entrevistados consideram que a “iniciativa da própria pessoa” tem alto impacto para alcançar esse objetivo. A maioria dos brasileiros (66%) afirma agir ativamente para conquistar a prosperidade, enquanto um terço (34%) tende a confiar que as coisas irão acontecer naturalmente, indicando uma atitude de mobilização diante do desejo de prosperar.