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7 truques da mente que fazem você gastar demais

Psicólogo de Harvard constata que somos facilmente manipulados por nossa mente quando o assunto é dinheiro

Mulher carrega compras: Psicólogo de Harvard constata que somos facilmente manipulados quando o assunto é dinheiro (Larissa Belova/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 10h16.

São Paulo - As pessoas costumam fazer a escolha certa ao comprar ou investir ? Segundo pesquisas feitas pelo psicólogo da Universidade de Harvard Daniel Gilbert, a resposta é não.

Em seus estudos, o psicólogo verificou que a maioria das pessoas perde dinheiro simplesmente por causa da mania de fazer comparações.

Ele cita como exemplo quem costuma comparar o preço atual de um produto a valores anteriores ou quem tem o hábito de medir se vale a pena investir em determinada aplicação financeira apenas porque alguém está ganhando muito dinheiro.

Para Gilbert, esses hábitos impedem a tomada de decisões financeiras racionais.

Veja em sete passos como fugir de alguns truques da menteque levam a gastos desnecessários.

1) Não querer se sentir “pão duro”

Na hora de dar um presente ou levar uma bebida para uma festa, a maioria das pessoas escolhe uma garrafa de vinho de 15 reais, 30 reais ou 50 reais?

A opção mais recorrente é pelo preço intermediário porque ninguém quer gastar muito, mas também não quer parecer “pão duro”, constatou Gilbert.

O problema é quando a compra é feita em uma loja na qual o dono aumenta o preço do item mais caro para parecer que o preço intermediário é “razoável”.

Resultado: parece um bom negócio, mas na verdade a compra traz prejuízo para quem compra.

2) Buscar promoções de forma cega

A maioria das pessoas valoriza promoções. Se o preço pago hoje for menor do que o de ontem, isso já justifica a compra, diz Gilbert.

O psicólogo diz que somos mais suscetíveis a aceitar o preço que ficou mais baixo, ainda que ele seja maior do que o preço de outro produto que não mudou, do que o contrário.

Não à toa, diz Gilbert, os descontos são o recurso de marketing preferido do comércio. É difícil que essa baixa de preço não esteja indicada na etiqueta do produto.

Além de resultar em perda dinheiro, o hábito também leva a perder bons negócios.Gilbert cita como exemplo um pacote de viagens para o Havaí que custava 2 mil dólares e agora está em promoção por 700 dólares.

Se depois de uma semana os entrevistados resolvem adquirir o pacote turístico, e verificam que o preço subiu para 1,5 mil dólares, a maioria desiste da compra, ainda que o pacote esteja mais barato do que os 2 mil dólares iniciais.

3) Fazer compras pelo impulso do momento

Os preços exorbitantes de produtos e refeições em aeroportos frequentemente são motivo de reclamações. Mas muita gente continua comprando.

Gilbert aponta que é necessário analisar o contexto da compra para controlar os gastos.

Quem vai fazer uma longa viagem, por exemplo, e se depara com um lanche que custa o dobro do preço, costuma pensar que não poderá fazer nada com o dinheiro que tem durante horas dentro da aeronave, e nem ter prazer semelhante durante todo esse tempo.

Esse pensamento faz a compra parecer um bom negócio, mesmo que o viajante saiba que o produto é mais caro.

4) Olhar quem ganha dinheiro e não quem perde

Todo mundo quer ganhar o prêmio da Mega-sena , mas poucos ficam pensando nas enormes possibilidades de perdas.

Segundo Gilbert, isso acontece porque é comum ver notícias sobre ganhadores na loteria, mas não sobre perdedores.

Se todos os milhões de perdedores aparecessem na televisão, possivelmente muitos apostadores mudariam de ideia, conclui o psicólogo.

O exemplo também vale para investimentos arriscados e até fraudes, como pirâmides financeiras. O ganho de quem aplicou lá atrás dificilmente se repete para quem entra no investimento depois porque a fase de alta pode já ter passado.

No caso das pirâmides, o buraco é ainda mais fundo: quem entra depois, sustenta os ganhos de quem faz parte do esquema há mais tempo, mas na base da pirâmide os participantes mais atrasados podem não ter retornos porque seus ganhos não dependem do negócio em si, mas da entrada de novas pessoas, o que dificilmente irá ocorrer porque o esquema já está saturado.

5) Não comparar gastos com coisas diferentes

A maioria das pessoas que tem um tíquete de cinema e 20 reais na carteira não compra outro ingresso se o tíquete comprado inicialmente foi perdido ao chegar no cinema, de acordo com as pesquisas de Gilbert.

Mas se tiverem 40 reais em dinheiro na carteira, e, ao chegar no cinema, percebem que perderam a nota de 20 reais, a maioria opta por gastar o que sobrou no tíquete, mesmo que estejam pagando o dobro do valor inicial.

O psicólogo conclui que há uma recusa maior em pagar duas vezes pela mesma coisa, pois fica mais evidente que o gasto éexcessivo.Porém, a maioria não percebe que está gastando demais quando o dinheiro é utilizado para coisas diferentes.

6) Economizar no que gasta e não aumentar o valor do que ganha

Um vizinho vende um aparelho de som para carro por 200 dólares, mas os entrevistados sabem que se cruzarem a cidade vão achar o mesmo produto por 100 dólares e economizar 50% do valor.

A maioria não pensaria duas vezes e compraria o rádio de 100 dólares, pois não poderia imaginar pagar o dobro do preço pelo mesmo produto.

Mas, caso os preços fossem 30.900 dólares e 31.000 dólares, respectivamente, e a economia de 100 dólares representasse uma diferença de 0,003%, a maioria apontou que não perderia tempo para fazer a compra do outro lado da cidade.

Isso acontece porque o cálculo sobre as diferenças de preços é mais complexo quando os valores representam um pequeno percentual do valor cheio.

O exemplo explica por que investidores podem não ligar se o fundo de investimento está rendendo 1% ou 1,5%, mas ao mesmo tempo colecionam cupons de dinheiro para economizar alguns dólares na compra de produtos baratos, diz Gilbert.

A constatação do psicólogo é de que é mais fácil economizar nos gastos do que buscar ampliar ganhos.

7) Não ter noção dos ganhos no futuro

Gilbert constatou entre seus entrevistados a dificuldade em comparar compras em momentos diferentes pela falta de paciência.

Ele dá um exemplo: se alguém pode ter 50 reais ou 60 reais agora, vai escolher, logicamente, o maior valor. Mas se pode ter 50 dólares agora ou 60 dólares no próximo mês, a maioria opta por receber 50 dólares agora.

Quanto mais distante está o ganho no futuro, mais esse retorno se assemelha a um gasto no presente, segundo o psicólogo.

Quem investe e não verifica retornos rápidos, por exemplo, pode preferir interromper a aplicação e gastar os recursos, pois é mais difícil projetar o resultado futuro.

São Paulo – Como já dizia o famoso físico irlandês William Thomson Kelvin: “Aquilo que não se pode medir não se pode melhorar”. Pois se você está pensando em organizar suas finanças em 2014, seja para se livrar de dívidas , ou para acumular um milhão de reais em dez anos, fazer um controle das despesas e receitas é a melhor forma de começar seu projeto. Nesta galeria você encontra 10 planilhas, sites e apps de controle financeiro que agradam dos mais generalistas aos mais minuciosos. São sugestões para quem ainda gosta da boa e velha planilha de Excel ou para quem prefere fazer tudo pelo smartphone . Navegue e veja qual sugestão se encaixa melhor ao seu modo de gerenciar suas finanças pessoais.
  • 2. Para quem nunca fez um orçamento antes

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  • Veja também

    A planilha do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) pode ser indicada para quem nunca fez um orçamento pessoal antes. Ela traz instruções de uso e definições de termos como receita líquida, despesas fixas e variáveis. Também inclui a aba “previsões”, que pemite observar se você não está gastando mais do que previu. Download
  • 3. Para os sucintos

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  • A planilha da BM&FBovespa reúne em uma única aba do Excel o orçamento de todos os meses do ano. Além das despesas e receitas, o documento possui um quadro de anotações para investimentos, que se divide entre: Ações, Tesouro Direto, Renda fixa, Previdência privada e Outros. Download
  • 4. Para quem quer detalhar bem as despesas

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    Sem rodeios, a planilha do consultor financeiro Beto Veiga vai direto ao ponto e é bastante intuitiva. Ela traz abas diferentes para cada mês e se destaca pelo nível de detalhamento das despesas, que são divididas em diversos grupos, que incluem até gastos com pet shop, tarifas bancárias e presentes. Download
  • 5. Para quem precisa de um empurrãozinho

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    A ferramenta online GuiaBolso faz um diagnóstico sobre a situação financeira do usuário. Ao informar suas receitas e despesas, ela mostra qual é o seu perfil (em apuros, no limite, poupador e investidor) e oferece dicas de como reduzir gastos ou como pagar uma dívida. Além disso, o GuiaBolso conta com a consultoria de profissionais da área financeira. E o melhor: tudo de graça.
  • 6. Para quem se esquece de anotar os gastos

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    A ferramenta online Dinheirama é ideal para os esquecidos e para quem quer praticidade. Ela permite que você faça o upload dos seus extratos bancários e importa automaticamente todas as informações neles contidas, criando relatórios e gráficos sem que você precise se preocupar em qual lugar lançar cada transação. Disponível para Android e iOS.
  • 7. Para registrar os gastos em tempo real

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    O app Finance é indicado para quem não desgruda do smartphone e gosta de anotar cada gasto, tão logo eles acontecem. Ele registra contas automaticamente, por meio da leitura do código de barras; possui um sistema de notificações para contas a pagar; e permite tirar fotos de recibos e notas fiscais e associá-las às transações. Gratuito e disponível para iOS e Android.
  • 8. Para alcançar objetivos financeiros

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    Além das funções básicas para registro de gastos, o site Minhas Economias possui um “Gerenciador de sonhos”: o usuário diz quanto custa e quando deseja realizar seus sonhos (como a compra de uma casa) e o sistema calcula quanto ele vai precisar juntar por mês, apresentando uma lista de tarefas e dicas para tornar o objetivo mais tangível. O serviço é gratuito e pode ser acessado pelo site ou pelos apps para Android e iOS.
  • 9. Para quem quer registrar apenas o básico

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    Com estrutura simples, o Organizze é idal para quem quer anotar apenas o básico. Na versão gratuita, permite registrar receitas e despesas, oferece um resumo do orçamento e a visualização de um gráfico de entradas e saídas. A versão paga custa 7,90 reais por mês no pacote anual e oferece relatórios e seções dedicadas a metas, lançamentos futuros e contas e cartões. App disponível apenas para iOS.
  • 10. Para quem quer personalizar os registros

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    O app MoneyWise permite ao usuário editar as informações, podendo, por exemplo, escolher entre visualizar o orçamento semanalmente, mensalmente ou anualmente e nomear as categorias de gasto. Ele também possibilita a realização de backup para cartão de memória ou para o Dropbox, além de exportar os dados nos formatos HTML ou CSV. Gratuito e disponível apenas para Android.
  • 11. Para quem faz o orçamento em família

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    Com um visual que lembra o bloco de notas dos aparelhos da Apple, o app Orçamento Inteligente se destaca por oferecer a possibilidade de sincronização dos dados em diferentes aparelhos, permitindo que o orçamento seja compartilhado com toda a família. A versão gratuita é limitada a 30 transações. Disponível apenas para iOS.
  • Acompanhe tudo sobre:Dívidas pessoaiseducacao-financeiraImigraçãoorcamento-pessoalrenda-pessoal

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