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Como gastar pouco e fazer uma grande festa de casamento

Especialistas em eventos e finanças mostram como baratear o casamento sem sacrifícios


	Casamento feliz e barato: dá para casar na crise econômica com trocas simples
 (Thinkstock/ Ron Chapple studios)

Casamento feliz e barato: dá para casar na crise econômica com trocas simples (Thinkstock/ Ron Chapple studios)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 6 de maio de 2016 às 15h19.

São Paulo – Casamento que começa no pôr do sol e segue até de madrugada é bonito, mas é mais caro. Dá para economizar bem mais do que com os chinelinhos para as convidadas e o pipoqueiro na frente da igreja. Noivos, fiquem tranquilos: o sonho de casar pode continuar de pé, mesmo na crise econômica.

“Sugerimos começar reduzindo o número de convidados e tentar negociar com os fornecedores, que estão mais abertos”, orienta Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta).

Quanto antes a organização da festa começar, mais barata ela pode ficar. Um ano é o tempo ideal para pesquisar preços e, de preferência, chegar na festa com tudo pago. “Começar a vida conjugal com dívidas é problemático não só para o bolso, mas para a relação do casal”, diz o coach financeiro Ricardo Melo.

Ele diz que o primeiro passo para enxugar os custos rumo ao altar é alinhar as expectativas dos noivos para o grande dia, e planejar o valor que se pretende gastar. Vai ser uma festa badalada ou uma cerimônia mais intimista? Em um salão luxuoso ou na casa de amigos? “Essa é a parte mais difícil. Depois, planejar o orçamento é simples”, garante Melo.

Veja seis dicas para baratear o casamento sem sacrifícios: 

1. Comece o planejamento financeiro calculando o número de convidados

Nem sempre a lista de convidados dos sonhos cabe no orçamento. Para começar, liste a família, os amigos imprescindíveis e os colegas de trabalho mais próximos. Divida a lista entre as pessoas essenciais e as que podem não ser convidadas em caso de aperto, como sugere o professor de finanças Gilberto Braga, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Ibmec-RJ).

“Saiba que é comum aproximadamente 20% dos convidados não comparecerem, por isso a lista pode ter uma gordurinha”, afirma Braga.

A partir dos convidados, é preciso determinar o tamanho da festa e os serviços que serão contratados, para fazer uma estimativa de custos. No mundo ideal, Braga recomenda investir o dinheiro do casamento em uma aplicação financeira com antecedência, para pagar as parcelas da festa aos poucos ou os gastos à vista.

Mas, se você não tiver recursos suficientes para chegar ao ponto de investir, tente fazer os pagamentos com a maior antecedência possível e à vista. Em muitos casos, o desconto obtido ao fazer o pagamento antecipado pode superar o retorno que você teria em uma boa aplicação financeira.

E se não for possível pagar à vista, parcele os gastos de forma que eles caibam no seu orçamento do mês. Compre o vestido em um mês e as bebidas em outro, por exemplo, para não gastar mais do que pode no mês.

2. Dê prioriadade ao que você se lembrará no futuro

Fazer um casamento para celebrar a história do casal com as pessoas mais próximas é mais barato do que organizar um grande evento social, e é preciso definir prioridades para a festa. “Gaste menos com o que você mal vai se lembrar no futuro, e invista mais no que deixará lembranças profundas”, sugere Melo.

Seguindo essa lógica, economizar nas fotos, por exemplo, pode não ser a melhor decisão. O lugar e a música também devem ser escolhidos a dedo, pois definirão a experiência dos noivos e dos convidados. Mas não se engane: nem sempre a praia ou campo, que parecem mais simples, serão mais baratos.

É caro investir em mobiliário e em todo tipo de estrutura que precisa ser montada, como pisos e toldos em caso de chuva, como orienta a cerimonialista Vanessa Aune. “Se for para montar tudo, às vezes alugar um salão no clube em que você é sócio ou em uma casa de festas completa sai mais em conta”, recomenda.

Fazer a festa em casa também nem sempre é mais barato e depende da estrutura que deverá ser montada. “A vantagem é que a festa não tem hora para acabar”, ressalta Vanessa. Em espaços alugados, quanto mais tempo dura a festa, mais cara ela será. Outra dica para economizar é organizar o evento para começar mais tarde, pois o consumo de comidas e bebidas é menor.

3. Segure os gastos com decoração, bufê e bebida, os itens mais caros da festa

Os itens que mais pesam no orçamento da festa de casamento costumam ser decoração, bufê e bebida, mas há algumas dicas para poupar dinheiro e servir bem os convidados mesmo assim.

Flores e plantas compõem a decoração mais barata possível, como sugere a organizadora de eventos Flávia Nazar. Ao apostar nelas, é melhor fugir das datas próximas ao Dia das Mães e do Dia dos Namorados, quando o preço das flores aumenta. A primavera é a época com mais variedade de espécies e preços.

É mais indicado que o local da festa seja novo ou reformado, porque assim não é preciso gastar muito com decoração.

Com a comida, se a casa de eventos não exigir a contratação de um bufê próprio, prefira contratar um bufê por fora, que costuma ser mais barato. Servir apenas coquetel, em vez de jantar completo, também está em alta e sai mais em conta.

Flávia sugere montar uma ilha de pratos frios e servir apenas uma porção de prato quente,  enquanto os convidados circulam. Menos mesas na festa também significa economia.

Se preferir o jantar completo, escolher pratos sem peixes e frutos do mar sai mais em conta, mas a cerimonialista Vanessa não recomenda. “É melhor fazer uma festa bonita para menos pessoas do que frustrar os convidados”, opina.

Ela também recomenda não economizar com garçons, para assegurar que os convidados serão bem servidos e não precisarão dar aquela passadinha na cozinha para saciar a fome.

Em relação às bebidas, servir espumante nacional é uma alternativa aos importados, que são mais caros. Servir uísque também encarece bastante a conta. Outra dica é negociar o pagamento das bebidas alcoólicas por consignação, ou seja, pagar com antecedência uma metade e reservar a outra, acertando só o que foi consumido depois da festa.

4. Considere dispensar bandas, doces caros e lanches na madrugada

É a animação dos noivos que costuma garantir a alegria da festa, mais do que o DJ ou banda escolhidos. Contrate um ou outro para enxugar os gastos, como sugere a cerimonialista Vanessa Aune.

Doces muito elaborados também podem ser descartados, já que voltou a ser moda servir simples brigadeiros. Da mesma forma, salgadinhos tradicionais como coxinha e mini-hambúrgueres estão em alta. “Há algum tempo, se os noivos servissem coxinha no casamento, eram criticados. Hoje, comidas mais simples são 'cool'”, diz Camila Piccini, CEO do Grupo Casar.

Ela também sugere descartar detalhes como o carrinho de pipoca na porta da igreja, o lanche na madrugada e os chinelos para as convidadas descansarem os pés. “Ninguém precisa desses itens para a festa acontecer”, diz.

5. Invista no convite e no site, que mostram a cara da festa

O preço dos convites pode variar bastante conforme o papel e o calígrafo. Mas lembre que esse item dará o tom da festa e às vezes os convidados escolhem até suas roupas baseados no estilo do convite, que pode ser mais formal ou mais descolado.

Camila, do Grupo Casar, sugere investir em um site, que além de fazer os convidados entrarem no clima da festa, pode cumprir um papel ainda mais importante, já que alguns deles permitem aos noivos receber o valor dos presentes em dinheiro. Em sites como o iCasei e o Casar.com, os noivos criam listas “fictícias” e recebem o dinheiro correspondente ao produto ou ao item da viagem de lua de mel.

Talvez noivos mais conservadores achem a ideia muito moderna, mas muitos casais têm usado esses sites para cobrir parte dos gastos da festa e da lua de mel com os valores dos presentes, sobretudo aqueles que já moravam juntos e não precisam mobiliar uma casa.

6. Considere a contratação de cerimonialistas

Contratar organizadoras de evento e assessorias profissionais para se encarregar da organização do casamento pode ajudar a baratear a festa. Bons profissionais mantêm relacionamentos com fornecedores e podem ter mais experiência em pechinchar descontos.

“Todo mundo se queixa no começo, porque os cerimonialistas são os primeiros a serem pagos, mas depois as pessoas dizem que poderiam ter pago o dobro, que vale a pena”, diz Camila, do Grupo Casar. Além de conseguir descontos, assessores competentes sabem pesquisar preços e ajudam os noivos a não gastar mais do que podem.

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