10 tarifas que subiram na virada do ano
Como de costume, reajustes de tarifas se acumulam no fim do ano e pesam para o consumidor
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 05h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h37.
São Paulo - A Reserva Global de Reversão (RGR), encargo cobrado na conta de energia elétrica de todos os brasileiros, deveria deixar de existir a partir de 2011, o que geraria uma economia de 2,7% nas tarifas de energia. Mas o governo tratou de prorrogá-la por mais 25 anos, por meio de uma Medida Provisória editada em 30 de dezembro que trata de temas tão variados quanto Imposto de Renda, medidas tributárias relacionadas ao Plano Nacional de Banda Larga e a extinção do Fundo Nacional de Desenvolvimento. Parte dos recursos da RGR é usada para financiar o Programa Luz para Todos, que, no entanto, termina no fim deste ano. Outra parte dos recursos é destinada à expansão do sistema elétrico (geração e distribuição) e ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), do qual fazem parte vários projetos de aproveitamento eficiente de energia. Especialistas criticam a manutenção do encargo, por considerarem que a Eletrobrás, gestora dos recursos, já tem uma boa reserva em caixa.
Quem anda de carro na capital paulista terá mais uma mordida no bolso nesse começo de 2011. Depois de ter afirmado que o valor da taxa da inspeção veicular obrigatória permaneceria congelada em 2011, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab foi obrigado a recuar e permitir um aumento de 9,8% - acima, portanto, da inflação de 5,6% pelo IPCA, indicador usado no cálculo dos reajustes das taxas da Prefeitura. A taxa cobrada na inspeção passará de 56,44 reais para 61,98 reais a partir de 5 de janeiro. A Prefeitura já havia publicado uma portaria congelando a tarifa quando a Controlar, concessionária do serviço, entrou com um recurso administrativo, alegando que o reajuste estava previsto em contrato. A Procuradoria do Município acatou o pedido da concessionária, mas o prefeito afirmou que a nova tarifa é temporária e valeria somente até a conclusão da análise de um estudo de reequilíbrio financeiro do contrato. Caso o aumento se mostre desnecessário, o preço vai cair, e os motoristas que já tiverem feito sua inspeção em 2011 receberão o dinheiro de volta.
Se o preço de uma corrida de táxi já era conhecidamente salgado na capital paulista, a partir do dia 15 de janeiro ficará mais ainda. O valor da bandeirada sofrerá um aumento de 17%, e a tarifa por quilômetro rodado crescerá 19%. É um grande salto no preço, mas a tarifa não sofria aumento desde dezembro de 2006. A Prefeitura justifica o reajuste afirmando que ele está abaixo da inflação acumulada no período, que foi de 22,82%. Veja os valores para cada tipo de táxi no horário de bandeira 1 (das 6h às 20h). Entre 20h e 6h, com a bandeira 2, o valor é 30% mais caro. table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}
Só para se ter uma ideia, um trajeto de 10 km (da Praça da Sé até o bairro do Morumbi, mais ou menos) que sairá por 29,10 reais em São Paulo, fica por 18,30 reais no Rio de Janeiro, algo como a distância entre a Igreja da Candelária, no Centro, e o Copacabana Palace. É que embora a bandeirada no Rio seja a mais cara do país - R$ 4,30 - o valor por quilômetro rodado é de apenas R$ 1,40 na bandeira 1.
Bandeirada (em R$) | Km rodado (em R$) | Trajeto de 10 km | |
---|---|---|---|
Táxi comum | 3,50 para 4,10 | 2,10 para 2,50 | 24,50 para 29,10 |
Táxi especial | 4,40 para 5,13 | 2,63 para 3,13 | 30,70 para 36,43 |
Táxi luxo | 5,25 para 6,15 | 3,15 para 3,75 | 36,75 para 43,65 |
A rodovia Régis Bittencourt, principal via de ligação entre São Paulo e o Sul do país, teve seu pedágio reajustado de R$ 1,50 para R$ 1,70 no dia 30 de dezembro, primeiro aumento desde que a cobrança foi implementada em dezembro de 2008. O novo valor está em vigor em todas as seis praças de pedágio da via: São Lourenço da Serra (SP), Miracatu (SP), Juquiá (SP), Cajati (SP), Barra do Turvo (SP) e Campina Grande do Sul (PR). O problema é que o reajuste de 13% é maior que o IPCA acumulado no período, que foi de 10,54%. O percentual foi determinado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Um dos principais destinos turísticos do litoral paulista, Ilhabela acaba de ganhar uma Zona Azul no Centro histórico, na tentativa de ordenar o estacionamento durante a alta temporada. Durante todo o mês de janeiro, quem quiser estacionar nas ruas do Centro entre 14h e meia-noite terá de pagar R$ 2,00 a hora em uma das cerca de 280 vagas disponíveis. O prazo máximo de permanência em uma vaga é de duas horas, e o cartão poderá ser obtido nos principais estabelecimentos comerciais e na Secretaria de Cultura. Nos meses de fevereiro e março, a cobrança só acontece nos fins de semana e feriados.
No Rio de Janeiro, a maioria dos reajustes permaneceu colada aos índices que os balizam, o que não significa que as novas tarifas não pesarão no bolso dos fluminenses. O IPTU sobe 5,79%, seguindo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que acumulou alta semelhante ao longo de 2010. O pedágio da Linha Amarela, no entanto, superou o índice, com alta de 7,5%. Agora, carros de passeio pagam R$ 4,30 e motos, R$ 1,70. O reajuste anual da tarifa de ônibus intermunicipais, ocorrido em 2 de janeiro, foi de 5,68%, de acordo com o IPCA, mas abaixo do que desejava o sindicato patronal. O valor da passagem foi de R$ 2,35 para R$ 2,50. Apesar dessa alta, o valor do Bilhete Único Intermunicipal – que permite ao passageiro pegar uma condução municipal e uma intermunicipal – continua sendo de R$ 4,40. Já os passageiros dos trens da Supervia, que há muito reivindicam melhorias nos serviços prestados pela concessionária, terão que arcar com um reajuste ainda maior. A passagem de trem no Rio segue o IGP-M e passará de R$ 2,50 para R$ 2,80 em fevereiro, alta de 12%.
Após dois anos sem reajuste, o seguro obrigatório de veículos (DPVAT) subirá 7,83% para carros, motos e caminhões. Para os ônibus e micro-ônibus, o valor chega a aumentar 15%. A justificativa do Conselho Nacional de Seguros Privados não é somente o fato de o último reajuste ter sido em 2008, mas principalmente o aumento no número de acidentes e de indenizações pagas devido a ações judiciais. O preço da emissão do bilhete também sofreu reajuste, de 6,41%, passando de R$ 3,90 para R$ 4,15. Para carros de passeio e táxis, o valor passa de 89,61 reais para 96,63 reais. Com o bilhete e a cobrança de IOF, esse valor chega a 101,15 reais. Já para as motocicletas, o DPVAT passa de 254,16 reais para 274,06 reais, chegando a 279,27 reais com o valor do bilhete e IOF. O DPVAT é o seguro que indeniza as vítimas de acidentes de trânsito em todo país, e é preciso pagá-lo para poder licenciar um veículo. Apesar desse reajuste, os valores das coberturas permanecem os mesmos: 13.500 em caso de morte e invalidez permanente e até 2.700 reais de despesas médicas.
Quem tem filho na escola todo ano se prepara para o aumento nas mensalidades. Em geral, o reajuste leva em conta vários fatores, como o aumento no salário dos professores – que segue o IPCA –, o aumento de outros custos balizados pelo IGP-M, como contas de luz e telefone, além das taxas de inadimplência. O resultado são reajustes normalmente acima da inflação pelo IPCA. Os reajustes devem ficar entre 4% e 9% no estado Rio de Janeiro, em torno de 7% no estado de São Paulo, entre 3% e 10% em Minas e entre 7% e 11% em Brasília. Em Pernambuco, a alta deve ser de 8% a 12%, no Rio Grande do Sul de 6% a 9%, no Amazonas de 7% a 10%, na Bahia de 6% a 7% e em Santa Catarina entre 4% e 10%.
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