Yduqs dispara 9% na Bolsa puxada por cursos premium e EAD
Na leitura do mercado, embora a parte presencial continue fraca, os cursos premium e o ensino à distância, segmentos mais rentáveis, conseguiram se sobressair no balanço do primeiro trimestre
Paula Barra
Publicado em 13 de maio de 2021 às 16h58.
Última atualização em 13 de maio de 2021 às 17h02.
Ainda afetada pela pandemia, a Yduqs (YDUQ3), um dos dos maiores grupos de ensino privado do país, viu seu lucro líquido cair 74,3% no primeiro trimestre, para 43,2 milhões de reais, na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas ainda assim os papéis da companhia lideram os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira, 13. Às 16h52, os papéis registravam valorização de 9,12%, para 29,80 reais, na maior alta desde o dia 13 de novembro.
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Na leitura de analistas de mercado, embora a parte presencial continue fraca, os cursos premium (medicina e negócios) e o ensino à distância, segmentos mais rentáveis, conseguiram se sobressair, o que explica o otimismo com as ações hoje. Além disso, com o cenário macroeconômico ainda difícil, esses ativos estão muito descontados, chamando atenção de investidores em busca de penchinchas na Bolsa.
No ano, os papéis da Yduqs acumulam queda de 7,7%, contra uma alta de 1,6% do Ibovespa no mesmo período. E ainda longe de recuperarem o patamar perdido no começo da crise da covid em fevereiro do ano passado (acumulam desde lá uma desvalorização de cerca de 45%).
"Os papéis estão muito descontados, baratos. E os resultados vieram acima do esperado, com destaque para o fato de que, a parte presencial, que não é tão rentável, está ficando cada vez menos importante na base da empresa, enquanto estamos vendo uma inflexão tanto nos números dos cursos premium como online, com crescimento de receita e Ebitda. A empresa está conseguindo gerar caixa", comenta Marcel Zambello, analista da Exame Invest Pro.
Segundo ele, as altas margens do segmento premium (margem Ebitda de 49,6%) e do EAD (de 39%) devem sustentar o crescimento da companhia nos próximos anos.
O analista destaca ainda que os cursos de medicina além de apresentarem menor taxa de inadimplência, conseguiram aumentar o ticket médio em 5% no período. "Isso mostra o excelente poder de precificação e diferencial competitivo pela qualidade das instituições". Já os cursos EAD, embora tenham apresentado uma queda no ticket médio, compensaram com o maior volume de captação (crescimento de 29% na comparação anual) de novos alunos, disse.
Zambello, que iniciou cobertura da ação no início desta semana, manteve recomendação de compra, com preço-alvo em 44,00 reais, o que implica um potencial de valorização de 47% frente ao patamar atual.
O movimento positivo com Yduqs puxa nesta sessão também outras ações do setor: Ânima (ANIM3) sobe 4,10%, enquanto Cogna (COGN3) avança 2,65%. Ânima divulga seu balanço do primeiro trimestre hoje, após o fechamento do pregão, e Cogna, amanhã, antes da abertura do mercado.
Para o analista, o resultado de Ânima deve vir ainda mais forte do que de Yduqs, ressaltando que a companhia tem um foco ainda maior na parte premium. "Os cursos de medicina estão crescendo muito com a Inspirali. Embora a Ânima não seja tão boa em cursos EAD, considerando os cursos premium, acredito que deve ir bem".
Sobre Cogna, ele aponta que a empresa deve sofrer mais no trimestre, mas não deve vir tão ruim quanto o mercado espera. "A empresa deve trazer um balanço mais limpo neste trimestre, uma vez que estão maturando o processo de reestruturação da Kroton. No entanto, os números fracos dessa unidade ainda devem atrapalhar o desempenho da companhia", comentou.