Volta do mercado americano, GPA e Éxito, OPA da Zamp e o que mais move o mercado
Bolsas de Wall Street sinalizam abertura em alta após feriado; no Brasil, pregão será o último antes do Dia da Independência
Guilherme Guilherme
Publicado em 6 de setembro de 2022 às 07h43.
Última atualização em 6 de setembro de 2022 às 07h55.
Bolsas avançam no mercado internacional na manhã desta terça-feira, 6, indicando maior apetite ao risco, a despeito das quedas registradas nos últimos pregões. Nos Estados Unidos, onde investidores voltam aos trabalhos após o Dia do Trabalho celebrado na véspera, o índice Nasdaq é o que mais sobe no mercado de futuros.
A bolsa onde estão listadas as principais empresas de tecnologia do país vem de seis baixas consecutivas, pressionadas por preocupações sobre altas de juros do Federal Reserve. A alta da taxa de desemprego americana de 3,5% para 3,7%, divulgada na sexta-feira, 2, chegou a alimentar as expectativas de uma elevação mais branda na decisão do dia 21, mas apostas de mais um ajuste agressivo de 0,75 ponto percentual têm voltado, aos poucos, a ganhar força.
Na Europa, onde as preocupações sobre a crise energética seguem elevadas, os principais índices de ações recuperam parte das perdas da véspera. A bolsa da Alemanha, que fechou o último pregão em queda de mais de 2%, sobe cerca 1% nesta manhã. Além do pano de fundo positivo do mercado americano, a melhora de humor no Velho Continente também reflete a desvalorização do gás natural, que chegou a saltar 30% na bolsa de Amsterdã na segunda-feira, 5. Hoje, a commodity cai cerca de 10%.
O petróleo brent também é negociado em queda nesta terça, indo abaixo de US$ 93, mesmo após o corte de produção de membros da Opep+. O anúncio, feito na manhã de ontem, chegou a impulsionar a commodity para próximo de US$ 96, mas teve efeito limitado diante de perspectivas de que o declínio da atividade afete o nível da demanda.
A queda de preços pode ser um mal sinal para o Ibovespa, que iniciou a semana em alta de mais de 1%, sustentado pela valorização de empresas de commodities. No entanto, melhora das estimativas para a economia local e próprio maior apetite ao risco no exterior podem favorecer a bolsa brasileira nesta terça, véspera de feriado nacional. Amanhã, 7, a bolsa não irá abrir devido ao Dia da Independência. Vale lembrar que manifestações políticas marcadas para 7 de setembro podem adicionar maior cautela às negociações.
Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,67%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,74%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,80%
- DAX (Frankfurt): + 0,99%
- CAC 40 (Paris): + 0,46%
- FTSE 100 (Reino Unido): + 0,20%
- Stoxx 600 (Europa): + 0,76%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,12%
- Shangai Composite (Xangai)*: + 1,36%
GPA: segregação do Éxito
O Conselho de Administração do GPA informou ter analisado os estudos preliminares para a segregação de sua controlada Almacenes Éxito, listada na bolsa da Colômbia. Segundo o GPA, a saída do Éxito deve consistir na distribuição de ações da varejista colombiana aos atuais acionistas do GPA, seja por meio de ADRs ou BDRs.
O Éxito, que ainda não tem ações emitidas em forma de BDRs, irá protocolar a documentação necessária junto à CVM. O mesmo será feito na SEC em relação aos ADRs. A operação, segundo o Conselho do GPA, visa "destravar valor" de ambas as companhias.
As ações da dona do Pão de Açúcar, por sinal, foram um dos grandes destaques do último pregão, quando subiram mais de 10%. Como pano de fundo esteve a volta de rumores sobre o possível interesse do empresário Abílio Diniz em adquirir a fatia do Casino no negócio.
OPA da Zamp: Mubadala rebate BK Brasil
A novela para a aquisição do controle da Zamp, dona do Burger King no Brasil, segue rendendo novos capítulos. Após o grupo Burger King do Brasil, dono de 9,4% da Zamp, se posicionar contra a OPA e fazer questionamentos à oferta do Mubadala pelo controle da companhia, foi a vez de representantes do fundo árabe responderem. Em carta publicada na última noite, o Mudabala sustentou o preço inicialmente ofertado de R$ 7,55 por ação da Zamp.
"Não concordamos com a afirmação – apresentada sem qualquer embasamento pelo BKDB – no sentido de que o preço da oferta não reflete o valor adequado da companhia", disse. O Mubadala também informou que não pretende fazer "rupturas significativas com a atual estrutura e composição da administração da Companhia, bem como com a sua estratégia".