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Após 4 altas, Ibovespa recua puxado por Vale, Petrobras e bancos

Com queda nas principais ações, índice sofreu com incertezas em torno da nova versão da reforma da Previdência.

ìndice foi pressionado pelo clima de apreensão em torno da reforma da Previdência. (Paulo Whitaker/Reuters)

ìndice foi pressionado pelo clima de apreensão em torno da reforma da Previdência. (Paulo Whitaker/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 2 de julho de 2019 às 17h45.

Última atualização em 2 de julho de 2019 às 18h09.

São Paulo - O clima de apreensão prevaleceu no pregão desta terça-feira (2), com a leitura da nova versão da reforma da Previdência ainda em curso no fechamento. Com isso, o Ibovespa sofreu uma queda generalizada em suas principais ações, interrompendo quatro sessões seguidas de alta. O índice da B3 recuou 0,72%, a 100.605 pontos.

No Congresso, três dos principais líderes do Centrão disseram mais cedo que os Estados e municípios devem ficar de fora desta fase de tramitação da reforma. Pela manhã, ruídos de que o PSL poderia se rebelar e retirar votos favoráveis à proposta azedaram o humor do mercado.

No exterior, o otimismo da véspera em torno das discussões comerciais entre EUA e China arrefeceu, abrindo espaço para ajustes. O governo norte-americano também aumentou a pressão sobre a Europa em uma antiga disputa sobre subsídios a aeronaves, ameaçando com tarifas sobre 4 bilhões de dólares em produtos adicionais da UE.

Mais negociadas em baixa

A baixa foi puxada pela mineradora VALE, que perdeu mais de 4%, após a CPI de Brumadinho sugerir o indiciamento do diretor-executivo de Finanças da Vale, o ex-CEO da mineradora e outros executivos pelo rompimento da barragem da empresa em janeiro

Outra pressão de baixa veio da estatal de petróleo PETROBRAS, que caiu em torno de 1,6% nas ações ordinárias e preferenciais. Os papéis sentiram os efeitos do recuo nos preços do petróleo no exterior.

O peso relevante dos bancos no Ibovespa também ajudou a derrubar a pontuação do índice. BRADESCO e ITAÚ fecharam em forte queda, refletindo o viés negativo do mercado.

Apesar da fraqueza das ações nesta sessão, estrategistas de ações mantêm um viés positivo para as ações brasileiras. A equipe do Itaú BBA elevou sua previsão para o Ibovespa no fim do ano para 118 mil pontos, citando o cenário de juros menores no país.

Dólar vai a 3,85 reais

O dólar fechou em alta moderada, também em meio a expectativas sobre a reforma da Previdência em comissão na Câmara e ruídos sobre sua tramitação e o cenário externo cauteloso. A moeda norte-americana subiu 0,30%, a 3,855 reais na venda. "A volatilidade do mercado foi típica de um dia de muitos rumores e notícias cruzadas", disse à Reuters Thiago Silencio, operador de câmbio da CM Capital Markets.

Outros destaques do dia

Os papéis da seguradora SULAMÉRICA chegaram a subir quase 6% na tarde desta terça-feira (2), após a companhia informar mais cedo que recebeu oferta do grupo segurador alemão Allianz por parte de seu negócio. O valor não foi divulgado.

A produtora de alimentos BRF caiu 3,49%, com movimentos de realização de lucros, após a ação fechar com a maior alta desde julho de 2018 na véspera (+8,67%), em meio a expectativas positivas para a demanda externa com o surto de febre suína africana na China e fundamentos cíclicos positivos. A companhia também negou ter recebido ofertas por ativos no Oriente Médio.

O dia foi negativo para o setor siderúrgico. A GERDAU recuou 2,59%, enquanto a CSN perdeu 3,3% e USIMINAS, 1,13%.

A produtora de papel e celulose SUZANO perdeu 1,81%, com nova queda de preços na China mantendo a pressão de curto prazo nos papéis da companhia.

Na ponta positiva do índice, a varejista VIA VAREJO avançou 6,45%, após o acionista Michael Klein retomar o controle da companhia e assumir o conselho de administração da rede de móveis e eletrodomésticos. No setor, MAGAZINE LUIZA ganhou 1,08% e B2W caiu 0,53%.

A elétrica LIGHT, que não está no Ibovespa, recuou 2,07%, após divulgar que aprovou a realização de uma oferta pública primária e secundária de 111,1 milhões de ações ordinárias. CEMIG, que deve vender, inicialmente, 11,1 milhões de ações na operação, cedeu 1,74%.

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