As incertezas da Vale

Nesta quinta-feira uma empresa que virou queridinha dos investidores nos últimos meses divulga seus resultados. A expectativa é de que a alta no preço do minério de ferro e a maior produção de minério garantam à mineradora Vale bons resultados. Analistas projetam uma geração de caixa de 2,8 bilhões de dólares e um lucro de cerca de 1,9 bilhão de dólares no quarto trimestre, ante o prejuízo de 8,5 bilhões de dólares no último trimestre de 2015.

Os bons números do balanço refletem a boa fase da Vale, inimaginável até para os mais otimistas há cerca de um ano. Na época, a companhia convivia com a queda no preço do minério de ferro, que beirava os 30 dólares, e as dúvidas sobre se sua controlada Samarco voltaria a operar.

Hoje, para a Samarco falta apenas uma licença para voltar à operação, o preço do minério de ferro está na casa dos 90 dólares (maior patamar desde agosto de 2014) e a Vale ainda anunciou um promissor acordo de acionistas que transformará a companhia em uma empresa de capital pulverizado e listada no mais alto segmento de governança da BM&FBovespa.

Mesmo com o bom momento, ainda há riscos à frente. Analistas têm levantado dúvidas sobre o quanto o atual patamar do preço do minério é sustentável.“Se começar a cair com certeza vai derrubar as ações da Vale”, diz Marco Saravalle, analista da XP Investimentos.Além disso, em maio será decidido o futuro da presidência da companhia. As últimas notícias divulgadas afirmam que Murilo Ferreira deverá ser substituído por alguém com “trânsito” com o mercado indicado pelo presidente Michel Temer. Segundo a coluna Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo a atual diretoria da Vale quer manter Ferreira no comando da empresa. Nem tudo são flores para a mineradora.