Usiminas: Nippon diz que novo presidente da companhia brasileira favorece uma parte do grupo controlador (Nelio Rodrigues/EXAME)
Rita Azevedo
Publicado em 5 de julho de 2016 às 16h19.
São Paulo — As ações preferenciais da Usiminas caíram mais de 4% na Bolsa nesta terça-feira (05), chegando a ser negociadas por 2,03 reais.
A queda veio logo após a Nippon Steel (que faz parte do grupo que administra a companhia brasileira) publicar uma carta na imprensa, em que diz que o novo presidente da empresa eleito em maio deste ano, administra sob instrução da argentina Ternium — a outra parte do grupo controlador.
Não é de hoje que a Nippon critica a escolha do presidente da siderúrgica, Sergio Leite. No comunicado, a japonesa diz que a a indicação de Leite não foi um consenso e que, por isso, fere o acordo com acionistas e a Lei das S/As.
Ainda na carta, a Nippon diz que a Ternium "espalhou a instituições financeiras o boato de que Usiminas estaria à beira da falência e anunciou que não iria apoiar financeiramente" em um momento delicado para a empresa.
Em nota, a Usiminas disse que Sergio Leite trabalha há 40 anos na empresa e que mantém um relacionamento de mais de 35 anos com a Nippon. A empresa informa que Leite irá trabalhar para o "consenso entre os sócios" e o que momento"é de trabalhar com foco exclusivo na melhoria dos resultados e na conclusão do aporte de capital e da renegociação da dívida".
Íntegra da nota
“O diretor-presidente da Usiminas, engenheiro Sergio Leite de Andrade, trabalha há quase 40 anos na empresa, mantendo um relacionamento de mais de 35 anos com a Nippon Steel e de mais de 25 anos com o grupo Techint. No momento complexo por que passa o setor siderúrgico e a Usiminas, Sergio Leite reafirma o seu compromisso, como tem feito nos últimos 40 dias, de trabalhar de forma isenta e de buscar, no que couber à Diretoria Executiva, o consenso entre os sócios. A empresa reitera ainda que o momento é de trabalhar com foco exclusivo na melhoria dos resultados e na conclusão do aporte de capital e da renegociação da dívida, fatores fundamentais para a sustentabilidade da Usiminas e para a recuperação de sua capacidade de gerar valor para os acionistas e para a sociedade em geral.”