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Tóquio cai 10,55%, maior baixa desde quebra do Lehman

Num único dia, o índice perdeu 1.015,34 pontos, para fechar aos 8.605,15 pontos, mas no intraday chegou à mínima de 8.227,63 pontos, com perda de 14,4%

O nível foi o menor de fechamento desde 28 de abril de 2009 e a maior baixa porcentual desde o declínio de 11,4% em 16 de outubro de 2008, após a quebra do banco Lehman (Getty Images)

O nível foi o menor de fechamento desde 28 de abril de 2009 e a maior baixa porcentual desde o declínio de 11,4% em 16 de outubro de 2008, após a quebra do banco Lehman (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 08h30.

Tóquio - A Bolsa de Tóquio sofreu nesta terça-feira sua maior queda desde o choque provocado pela falência do banco Lehman Brothers, com o índice Nikkei 225 despencando 10,55% depois que a ampliação da crise nuclear deflagrou o pânico entre os investidores. Num único dia, o índice perdeu 1.015,34 pontos, para fechar aos 8.605,15 pontos, mas no intraday chegou à mínima de 8.227,63 pontos, com perda de 14,4%. É o menor nível de fechamento desde 28 de abril de 2009 e a maior baixa porcentual desde o declínio de 11,4% em 16 de outubro de 2008, após a quebra do Lehman.

O movimento de venda se espalhou tanto entre os investidores locais como entre os estrangeiros e foi especialmente pesado no mercado futuro. Embora a caça às pechinchas no final da sessão tenha ajudado o Nikkei 225 a sair de sua mínimas e preservar a sustentação em 8 mil pontos, os analistas dizem que o sentimento do mercado ainda é de cautela. A aceleração das vendas obrigou a Bolsa de Osaka a acionar duas vezes o "circuit breaker" (interrupção dos negócios). A negociação de contratos futuros do índice Topix também chegou a ser suspensa. As perdas no Nikkei diminuíram também depois que a Bolsa de Tóquio proibiu temporariamente as vendas realizadas pelas corretoras para arbitragem.

Em dois dias de fortes baixas, a Bolsa perdeu 16% da capitalização de mercado, pois já havia cedido 6,18% na segunda-feira, diante das preocupações com as consequências do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão na sexta-feira. Diferentemente do que ocorreu na véspera, no entanto, desta vez a queda contaminou outros mercados asiáticos. As vendas de ações se intensificaram com o agravamento da situação de emergência numa importante usina nuclear em Fukushima, no nordeste do país. Pelo segundo dia seguido, o volume de negócios foi recorde, com 5,78 bilhões de papéis negociados.

O mercado futuro exerceu papel importante no desempenho negativo do mercado à vista - o contrato para junho do Nikkei fechou em baixa de 8,7%. Depois do intervalo do almoço, outra rodada de vendas no mercado à vista foi deflagrada pela notícia de um incêndio no reator 4 da usina Fukushima Daiichi, em meio aos relatos de que os níveis de radiação haviam disparado na proximidades do reator 3.

As autoridades passaram o dia tentando acalmar o mercado e o Banco do Japão (BOJ, banco central) ofereceu a injeção de mais 8 trilhões de ienes (US$ 97,94 bilhões) em fundos de mesmo dia. Na segunda-feira, o BOJ havia feito injeção recorde de 15 trilhões de ienes no mercado e duplicado seu programa de compra de ativos, de 5 trilhões para 10 trilhões de ienes. Mas as declarações do primeiro ministro, Naoto Kan, nesta terça-feira, causaram nervosismo. "Quantidades substanciais de radiação estão vazando na área", disse Kan, na TV. "Estamos nos esforçando o máximo possível para impedir novas explosões ou a liberação de materiais radioativos." As informações são da Dow Jones

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