Mercados

Tombini repete tom duro e juros terminam estáveis

Na Câmara, Tombini repetiu mesmo script, reforçando percepção dos investidores de que ritmo de aperto monetário pode ser ampliado, resultando em ciclo mais duro


	O fato de a autoridade monetária repetir mesmo discurso da semana passada fez com que taxas futuras de curto prazo migrassem, inicialmente, para terreno positivo e, depois, terminassem estáveis
 (Wilson Dias/ABr)

O fato de a autoridade monetária repetir mesmo discurso da semana passada fez com que taxas futuras de curto prazo migrassem, inicialmente, para terreno positivo e, depois, terminassem estáveis (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 18h02.

São Paulo - As taxas futuras de juros passaram grande parte desta terça-feira, 21, com leve viés de baixa, oscilando ao sabor dos indicadores e à espera das palavras do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência pública na Câmara dos Deputados.

O fato de a autoridade monetária repetir o mesmo discurso da semana passada, durante o Seminário de Metas de Inflação, fez com que as taxas futuras de curto prazo migrassem, inicialmente, para o terreno positivo e, depois, terminassem estáveis. Na quinta-feira, 16, Tombini começou sua fala citando uma série de fatos relacionados à melhora da atividade e arrematou seu discurso dizendo que o BC agiria com a devida "tempestividade" para que a tendência de queda da inflação continuasse no segundo semestre de 2013 e em 2014.

Nesta terça-feira, na Câmara, ele repetiu exatamente o mesmo script, reforçando a percepção dos investidores de que o ritmo de aperto monetário pode ser ampliado, resultando em um ciclo mais duro.

Assim, ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (1.230.950 contratos) marcava 7,53%, igual ao ajuste anterior e de 7,52% antes das palavras de Tombini. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (654.625 contratos) apontava 8,13%, idêntico ao nível de segunda-feira e de 8,11% antes do discurso. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (207.780 contratos) indicava 8,52%, de 8,56% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (116.335 contratos) marcava 9,19%, ante 9,22% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (7.835 contratos) estava em 9,85%, de 9,83% no ajuste.

"O mercado ficou em compasso de espera, diante da possibilidade de que Tombini dissesse qualquer coisa diferente da semana passada. Ele repetiu tudo e a ideia de um ciclo mais intenso e maior segue prevalecendo", disse outro profissional, afirmando que as chances de uma elevação de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima semana seguem acima de 80%, com possibilidade de o restante do ciclo totalizar 125 pontos-base.

Antes, as taxas futuras de curto prazo operavam em leve baixa, reagindo ao resultado melhor do que o esperado para a arrecadação federal em abril, conhecido pela manhã. A leitura inicial foi de que tais números ajudarão na composição do superávit primário, o que aliviaria a pressão sobre a política monetária do Banco Central.

Segundo a Receita Federal, a arrecadação de impostos e contribuições mostrou recuperação e atingiu R$ 98,713 bilhões em abril, aumento real de 0,07% em relação a igual mês do ano passado e de 23,31% ante março deste ano. A arrecadação de abril é recorde para o mês e superou o teto do intervalo das estimativas, que iam de R$ 82,400 bilhões a R$ 97 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniEconomistasInflaçãoPersonalidadesTaxas

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame