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Tim Cook, CEO da Apple, assume papel central na reestruturação da Nike

Além de liderar a Apple, o empresário desempenha um papel crucial na virada estratégica da Nike em meio a quedas de receita e desafios de liderança

Tim Cook, CEO da Apple e membro de longa data do conselho da Nike, desempenha papel crucial na reestruturação da gigante de artigos esportivos. (Captura de tela/Reprodução)

Tim Cook, CEO da Apple e membro de longa data do conselho da Nike, desempenha papel crucial na reestruturação da gigante de artigos esportivos. (Captura de tela/Reprodução)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 09h55.

Enquanto comanda a gigante tecnológica Apple, Tim Cook tem um papel fundamental em outra grande empresa: a Nike. Membro do conselho de administração da Nike desde 2005, Cook tem sido uma figura crucial nos bastidores, orientando decisões estratégicas que ajudam a marca de artigos esportivos a superar desafios significativos. Agora, em meio a uma crise de queda nas vendas e mudanças na liderança, Cook está mais envolvido do que nunca na tentativa de reestruturar a empresa.

Nos últimos meses, de acordo com a Bloomberg, a Nike enfrentou um cenário complicado. Com as vendas de tênis em queda e a crescente competição de novas marcas no mercado, a gigante do vestuário esportivo viu sua receita cair 10% no último trimestre. Além disso, a empresa decidiu retirar suas projeções de crescimento para o ano fiscal e adiar seu encontro com investidores, anteriormente programado para novembro, com o intuito de dar tempo ao novo CEO, Elliott Hill, para formular uma estratégia de recuperação.

Hill, um veterano da Nike que havia se aposentado, foi chamado de volta para liderar a empresa após a saída de John Donahoe, que ocupou o cargo de CEO por apenas quatro anos. A escolha de Hill teve o apoio de Cook, que atua como presidente do comitê de compensação e é o diretor independente mais antigo da Nike. Durante seu tempo no conselho, Cook tornou-se um dos principais conselheiros da empresa, ajudando a moldar decisões importantes em áreas como tecnologia, operações e liderança.

Apoio para a Nike

A história de Cook com a Nike começou quando ele ainda era diretor de operações (COO) da Apple. Na época, a Apple estava à beira de lançar o iPhone, mas já colaborava com a Nike em um projeto conjunto: um sensor de pedômetro embutido em tênis, que enviava dados de atividade física para o iPod. Essa inovação tecnológica foi o início de uma parceria de longa data entre as duas empresas, que culminaria na criação de edições exclusivas do Apple Watch em parceria com a Nike, a partir de 2016.

Com o passar dos anos, Cook aprofundou seu envolvimento no conselho da Nike, especialmente após a aposentadoria de Phil Knight como presidente da empresa em 2016. Como diretor independente, Cook se tornou um conselheiro próximo, ajudando a orientar a empresa em um momento de transformação digital e expansão global. Ele foi fundamental no desenvolvimento da estratégia de e-commerce da Nike, que visava modernizar as operações online e impulsionar as vendas digitais, particularmente no mercado chinês, onde Cook tem ampla experiência devido à atuação da Apple no país.

Nos últimos anos, a Nike enfrentou desafios adicionais, como controvérsias relacionadas ao seu posicionamento no mercado chinês e uma série de alegações de má conduta dentro da empresa. Em 2019, a marca passou por uma reestruturação interna, com a saída de vários executivos após acusações de assédio sexual. Embora Mark Parker, então CEO, não tenha sido diretamente implicado, o episódio abalou a cultura interna da empresa. Durante esse período, Cook ofereceu orientação estratégica, ajudando a Nike a superar a crise e reconstruir sua imagem.

Agora, com a nomeação de Elliott Hill como CEO, Cook continua a desempenhar um papel essencial na supervisão das decisões estratégicas da Nike. Hill, que começou como estagiário na Nike e passou mais de três décadas na empresa, representa uma escolha que reflete a visão de Cook de manter executivos com profundo conhecimento da cultura organizacional. Essa abordagem é semelhante à que Cook aplica na Apple, onde valoriza líderes que cresceram dentro da empresa e compreendem seus valores.

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