Mercado reage a enfraquecimento de Dilma
Segundo Tendência, mercado há algum tempo já tem expressado sua insatisfação com a política econômica do governo
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 19h19.
São Paulo - O mercado reagiu bem à queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff na pesquisa da CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira,27, pois há algum tempo já tem expressado sua insatisfação com a política econômica do governo . A avaliação é da economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. "Todo evento que possa em alguma medida impactar e diminuir as chances de reeleição é muito bem recebido pelo mercado", afirmou.
Alessandra lembrou que na semana passada o mercado já tinha ficado "bem feliz" por conta de especulações de uma suposta queda das intenções de voto em Dilma. Segundo ela, outro movimento que chamou atenção foi o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor's (S&P). "Teve o downgrade e o mercado melhorou. Normalmente acontece o contrário. Parece que a percepção é que isso vai impactar o governo e que a reeleição não vai ser tão fácil quanto o governo estava pensando", afirma.
Segundo o cientista político da consultoria, Rafael Cortez, o cenário de segundo turno já está colocado. "Trabalhamos com essa hipótese mesmo antes dessa pesquisa", afirma. Segundo ele, no entanto, o cenário eleitoral ainda está muito descolado da atual situação política. "Há um sentimento de insatisfação do eleitor, mas ele ainda não encontra alternativas, pois aos olhos do eleitor a competição eleitoral ainda não começou", ressalta.
As chances de uma possível virada no cenário atual com vitória de Aécio campos (PSDB) ou de Eduardo Campos (PSB), os dois prováveis candidatos à Presidência, anima o mercado, segundo Alessandra, porque "com qualquer um dos dois há a impressão de que haverá uma retomada do antigo tripé e uma agenda econômica distinta". "A avaliação é de que há uma melhora importante com a vitória da oposição e qualquer chance está sendo precificada, por isso essa reação em preços dos ativos", afirma.
Alessandra pondera que o cenário mais provável ainda é de reeleição, mas destaca que o quadro negativo da confiança do consumidor pode ser uma variável importante nas projeções de popularidade de Dilma. Para a economista, as recentes notícias negativas envolvendo o governo e a presidente devem tornar o cenário das eleições presidenciais ainda mais competitivo. "Há um mix de notícias ruins, temos a inflação relativamente alta, risco de racionamento e agora a queda de popularidade. O resultado disso é um aumento das chances da oposição", diz.
Cortez afirma que a percepção do eleitorado das recentes notícias que atingem a imagem da presidente - como o aval dela para a compra da refinaria de Pasadena com base em um resumo juridicamente "falho" - vai depender do grau de exposição, do tempo em que ficarem em evidência e da "competência da oposição de politizar essa questão". "Quanto maior o espaço para essa agenda negativa, maior será o impacto que isso pode ter na popularidade da presidente", diz.
O cientista político diz que trabalha com um "ligeiro favoritismo" de Dilma nas eleições. "Mas as chances de alternância são significativas", afirma. "Como a oposição tem dois nomes que nunca disputaram uma eleição ainda não há um "recall elevado". O eleitor vai demorar para transformar sua insatisfação com o governo ou com a Dilma em preferência por outro candidato", acredita Cortez.
A composição de um eventual segundo turno também vai ser fundamental para a definição das eleições, na avaliação de Cortez. "O PT já está no segundo turno, a disputa real é para ver quem irá acompanhá-los", afirmou, destacando que a chance de vitória da oposição é maior em um quadro de disputa entre Dilma e Campos, pois as chances de transferência de voto é maior neste cenário. "No caso de um segundo turno entre Dilma e Aécio a votação do Campos deve ser dividida. Já Campos deve naturalmente herdar os votos do tucano numa eventual disputa no segundo turno".
São Paulo - O mercado reagiu bem à queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff na pesquisa da CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira,27, pois há algum tempo já tem expressado sua insatisfação com a política econômica do governo . A avaliação é da economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. "Todo evento que possa em alguma medida impactar e diminuir as chances de reeleição é muito bem recebido pelo mercado", afirmou.
Alessandra lembrou que na semana passada o mercado já tinha ficado "bem feliz" por conta de especulações de uma suposta queda das intenções de voto em Dilma. Segundo ela, outro movimento que chamou atenção foi o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor's (S&P). "Teve o downgrade e o mercado melhorou. Normalmente acontece o contrário. Parece que a percepção é que isso vai impactar o governo e que a reeleição não vai ser tão fácil quanto o governo estava pensando", afirma.
Segundo o cientista político da consultoria, Rafael Cortez, o cenário de segundo turno já está colocado. "Trabalhamos com essa hipótese mesmo antes dessa pesquisa", afirma. Segundo ele, no entanto, o cenário eleitoral ainda está muito descolado da atual situação política. "Há um sentimento de insatisfação do eleitor, mas ele ainda não encontra alternativas, pois aos olhos do eleitor a competição eleitoral ainda não começou", ressalta.
As chances de uma possível virada no cenário atual com vitória de Aécio campos (PSDB) ou de Eduardo Campos (PSB), os dois prováveis candidatos à Presidência, anima o mercado, segundo Alessandra, porque "com qualquer um dos dois há a impressão de que haverá uma retomada do antigo tripé e uma agenda econômica distinta". "A avaliação é de que há uma melhora importante com a vitória da oposição e qualquer chance está sendo precificada, por isso essa reação em preços dos ativos", afirma.
Alessandra pondera que o cenário mais provável ainda é de reeleição, mas destaca que o quadro negativo da confiança do consumidor pode ser uma variável importante nas projeções de popularidade de Dilma. Para a economista, as recentes notícias negativas envolvendo o governo e a presidente devem tornar o cenário das eleições presidenciais ainda mais competitivo. "Há um mix de notícias ruins, temos a inflação relativamente alta, risco de racionamento e agora a queda de popularidade. O resultado disso é um aumento das chances da oposição", diz.
Cortez afirma que a percepção do eleitorado das recentes notícias que atingem a imagem da presidente - como o aval dela para a compra da refinaria de Pasadena com base em um resumo juridicamente "falho" - vai depender do grau de exposição, do tempo em que ficarem em evidência e da "competência da oposição de politizar essa questão". "Quanto maior o espaço para essa agenda negativa, maior será o impacto que isso pode ter na popularidade da presidente", diz.
O cientista político diz que trabalha com um "ligeiro favoritismo" de Dilma nas eleições. "Mas as chances de alternância são significativas", afirma. "Como a oposição tem dois nomes que nunca disputaram uma eleição ainda não há um "recall elevado". O eleitor vai demorar para transformar sua insatisfação com o governo ou com a Dilma em preferência por outro candidato", acredita Cortez.
A composição de um eventual segundo turno também vai ser fundamental para a definição das eleições, na avaliação de Cortez. "O PT já está no segundo turno, a disputa real é para ver quem irá acompanhá-los", afirmou, destacando que a chance de vitória da oposição é maior em um quadro de disputa entre Dilma e Campos, pois as chances de transferência de voto é maior neste cenário. "No caso de um segundo turno entre Dilma e Aécio a votação do Campos deve ser dividida. Já Campos deve naturalmente herdar os votos do tucano numa eventual disputa no segundo turno".