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Taxas futuras caem com estrangeiro e revisões do PIB

Voltou a haver entrada de estrangeiros na ponta longa da curva de juros, jogando as taxas ainda mais para baixo


	Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para outubro de 2014 estava em 10,830%
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para outubro de 2014 estava em 10,830% (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 17h04.

São Paulo - As taxas futuras de juros tiveram nesta sexta-feira, 30, um dia de volatilidade, mas acabaram perto dos ajustes, inclusive com discreto viés de queda.

Pela manhã, houve um movimento de alta que foi alimentado por uma correção à baixa verificada ontem e também pela valorização do dólar ante o real.

Nesse ambiente, o resultado do PIB ficou, inicialmente, em segundo plano.

À tarde, contudo, na medida em que diversas instituições foram revisando as projeções de PIB para baixo, diante dos números fracos do primeiro trimestre, as taxas foram perdendo força, em um cenário de retração do consumo.

Além disso, voltou a haver entrada de estrangeiros na ponta longa da curva de juros, jogando as taxas ainda mais para baixo.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para outubro de 2014 (162.335 contratos) estava em 10,830%, de 10,829% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2015 (421.175 contratos) marcava mínima de 10,84%, de 10,86% no ajuste de ontem.

Na ponta mais longa da curva de juros, o DI para janeiro de 2017 (214.660 contratos) apontava 11,64%, também mínima, de 11,68% na véspera.

E o DI para janeiro de 2021 (52.750 contratos) registrava 11,99%, de 12,03% no ajuste anterior.

Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira cresceu 0,20% no primeiro trimestre ante o trimestre anterior, dentro das estimativas coletadas pelo AE Projeções (-0,30% a +0,60%) e em linha com a mediana das estimativas.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2013, o PIB avançou 1,90% nos primeiros três meses deste ano, também dentro das estimavas, de +0,90% a +2,50%, com mediana de 1,98%.

Dentro desse quadro, o consumo das famílias caiu 0,1% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao quarto trimestre de 2013. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias mostrou alta de apenas 2,2%.

Um gestor destacou a revisão do PIB para baixo por parte de boa parte do mercado como um fator baixista para os juros.

"E essa revisão para um PIB menor acaba reforçando aquela ideia de parada mais longa da Selic ou até inversão do ciclo para queda no futuro", analisou.

Essa mesma fonte frisou ainda a queda do consumo das famílias em relação ao trimestre anterior.

"Se a alta de juros tem como objetivo primordial conter a demanda, que já está bastante fraca, não faz sentido continuar esperando juros muito mais altos", completou.

O mercado não mostrou reação aos dados do setor público consolidado, que registrou superávit primário de R$ 16,896 bilhões em abril, abaixo da mediana estimada, de R$ 17,7 bilhões, embora acima do saldo positivo de R$ 3,580 bilhões em março e do superávit de R$ 10,328 bilhões de abril de 2013.

O dólar, por sua vez, terminou com valorização importante, em meio à retirada de recursos do sistema e ao PIB fraco do primeiro trimestre.

A moeda dos EUA no mercado à vista de balcão encerrou com valorização de 0,72%, a R$ 2,2400. No mês, houve alta de 0,27%.

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