Suzano: o prazo da operação é de 10 anos e foram emitidos pela Bahia Sul Holding, sendo garantidos pela Suzano (Luísa Melo/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2016 às 20h37.
São Paulo - O grupo Suzano Papel e Celulose concluiu nesta quinta-feira uma emissão de 500 milhões de dólares em "green bonds", operação que contou com demanda de quase três vezes o montante captado.
A emissão dos "green bonds", que segundo a Suzano foi a primeira do tipo na América Latina, saiu com cupom de 5,75 por cento, afirmou o diretor financeiro da companhia, Diego Barreto.
O documento da operação obtido pela Reuters apontou que a rentabilidade final para o investidor na emissão foi de 5,875 por cento.
O prazo da operação é de 10 anos e foram emitidos pela Bahia Sul Holding, sendo garantidos pela Suzano.
Segundo Barreto, os papéis foram oferecidos a fundos dedicados a investimentos sustentáveis e investidores que estão se preparando para ingressar no segmento.
A empresa vai usar parte dos recursos para financiar projetos que envolvem manejo de florestas, tratamento de água e que tenham capacidade de reduzir o consumo de água e produtos químicos, disse Barreto. Os projetos vão envolver principalmente as fábricas em Imperatriz (MA) e Mucuri (BA).
"Nos primeiros cinco anos já temos condição de cumprir a destinação dos recursos e temos até 10 anos para fazer a comprovação junto à auditoria", afirmou o executivo.
Segundo ele, a Suzano não tem necessidades de captação de novos recursos. "As operações que eventualmente faremos serão para refinanciamento de dívidas. Não temos necessidade de dinheiro novo", disse Barreto.
A emissão dos green bonds da Suzano aconteceu no mesmo dia de uma captação externa da Petrobras. A estatal anunciou a emissão de 3 bilhões de dólares em dívida com vencimentos em 2021 e 2026 e rendimentos de 7,875 e 8,75 por cento, respectivamente.
Barreto afirmou que o mercado de capitais continua "extremamente seletivo" sobre investimentos em empresas nacionais diante da preocupação sobre os desdobramentos da operação Lava Jato. "Os investidores têm receio claro de que as investigações envolvam número maior de empresas", afirmou.