Só Mubadala será credor da EBX com reestruturação, diz fonte
EBX reestruturou dívida com Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, que foi reduzida de mais de 2 bilhões de dólares para algo entre 1,6 e 1,7 bilhões, diz fonte
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 14h00.
São Paulo/Rio de Janeiro - A reestruturação da EBX prevê que o fundo Mubadala será o único credor da holding do empresário Eike Batista quando for concluído o processo de venda de ativos e busca de parceiros estratégicos para as companhias "X", o que deve levar meses, disse à Reuters uma fonte próxima ao grupo.
Segundo a fonte, ouvida nesta quinta-feira sob condição de anonimato, a EBX reestruturou a dívida com a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, que foi reduzida de mais de 2 bilhões de dólares para algo entre 1,6 bilhão e 1,7 bilhão de dólares. Além disso, o prazo do débito foi alongado.
Parte da dívida com a Mubadala foi paga com o caixa levantado por Eike na venda de ações da petrolífera OGX no fim de maio. O empresário também entregou ao fundo ações da mineradora MMX e um investimento pessoal que tinha na rede de lanchonetes Burger King, disse a fonte.
Eike, que em 2012 estava na lista dos 10 homens mais ricos do mundo, viu sua fortuna desabar de dezenas de bilhões de dólares para alguns bilhões neste ano. Ele foi vítima de seus projetos ambiciosos que não entregaram os resultados prometidos --a maioria na área de infraestrutura e energia.
Diante da derrocada do valor de mercado das controladas da EBX na Bovespa nos últimos meses, Eike contratou em março o BTG Pactual como assessor financeiro para encontrar alternativas para o grupo.
O primeiro resultado do trabalho do banco foi anunciado nesta quinta-feira, com a capitalização privada da empresa de energia MPX e a saída de Eike do Conselho de Administração da companhia, que passa a ser gerenciada pela alemã E.ON, sua sócia majoritária. A empresa ainda mudará de nome.
A dívida da EBX de cerca de 1 bilhão de dólares com Itaú e Bradesco será quitada após a alienação da fatia minoritária de Eike na MPX e de sua participação na MMX, disse a fonte --duas próximas operações de venda que devem ser fechadas. "Com isso (venda de MPX e MMX), Eike quita Itaú e Bradesco e ainda sobra caixa", adiantou a fonte.
"A holding, no fim das contas, terá uma dívida longa com Mubadala e mais nenhuma dívida. E vai ter algum caixa, ativos secundários e uma participação diluída na empresa de logística LLX, porque você vai trazer novos investidores que vão completar o porto (da LLX)", disse a fonte.
DESCONFIANÇA A desconfiança de investidores com as empresas "X" teve início após seguidas frustrações com a produção de petróleo da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike. No começo desta semana, a OGX decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
A OGX tem endividamento acima de 4 bilhões de dólares, a maioria em bônus emitidos no exterior. Segundo a fonte, será necessária uma reestruturação dos títulos de dívida em dólares, que vem sendo negociados ao redor de 20 por cento de seu valor de face.
Com situação crítica de caixa e fracasso em parte relevante de sua campanha exploratória até o momento, a OGX tem pela frente, talvez já no próximo mês, o pagamento de quase 400 milhões de reais ao governo pelos direitos em 13 blocos adquiridos na 11a rodada de licitação de áreas de petróleo, realizada em maio.
"A OGX deve buscar parceiros estratégicos interessados em fazer os investimentos necessários para a exploração dessas concessões", disse a fonte, sem entrar em detalhes.
Fora a OGX, a empresa da holding de Eike em situação mais complicada é o estaleiro OSX, criado para fornecer plataformas de produção à petrolífera. "A liquidação (da OSX) é o destino provável. Pode sobrar uma empresa com duas plataformas alugadas para a OGX, uma miniempresa de leasing", disse a fonte.
São Paulo/Rio de Janeiro - A reestruturação da EBX prevê que o fundo Mubadala será o único credor da holding do empresário Eike Batista quando for concluído o processo de venda de ativos e busca de parceiros estratégicos para as companhias "X", o que deve levar meses, disse à Reuters uma fonte próxima ao grupo.
Segundo a fonte, ouvida nesta quinta-feira sob condição de anonimato, a EBX reestruturou a dívida com a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, que foi reduzida de mais de 2 bilhões de dólares para algo entre 1,6 bilhão e 1,7 bilhão de dólares. Além disso, o prazo do débito foi alongado.
Parte da dívida com a Mubadala foi paga com o caixa levantado por Eike na venda de ações da petrolífera OGX no fim de maio. O empresário também entregou ao fundo ações da mineradora MMX e um investimento pessoal que tinha na rede de lanchonetes Burger King, disse a fonte.
Eike, que em 2012 estava na lista dos 10 homens mais ricos do mundo, viu sua fortuna desabar de dezenas de bilhões de dólares para alguns bilhões neste ano. Ele foi vítima de seus projetos ambiciosos que não entregaram os resultados prometidos --a maioria na área de infraestrutura e energia.
Diante da derrocada do valor de mercado das controladas da EBX na Bovespa nos últimos meses, Eike contratou em março o BTG Pactual como assessor financeiro para encontrar alternativas para o grupo.
O primeiro resultado do trabalho do banco foi anunciado nesta quinta-feira, com a capitalização privada da empresa de energia MPX e a saída de Eike do Conselho de Administração da companhia, que passa a ser gerenciada pela alemã E.ON, sua sócia majoritária. A empresa ainda mudará de nome.
A dívida da EBX de cerca de 1 bilhão de dólares com Itaú e Bradesco será quitada após a alienação da fatia minoritária de Eike na MPX e de sua participação na MMX, disse a fonte --duas próximas operações de venda que devem ser fechadas. "Com isso (venda de MPX e MMX), Eike quita Itaú e Bradesco e ainda sobra caixa", adiantou a fonte.
"A holding, no fim das contas, terá uma dívida longa com Mubadala e mais nenhuma dívida. E vai ter algum caixa, ativos secundários e uma participação diluída na empresa de logística LLX, porque você vai trazer novos investidores que vão completar o porto (da LLX)", disse a fonte.
DESCONFIANÇA A desconfiança de investidores com as empresas "X" teve início após seguidas frustrações com a produção de petróleo da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike. No começo desta semana, a OGX decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
A OGX tem endividamento acima de 4 bilhões de dólares, a maioria em bônus emitidos no exterior. Segundo a fonte, será necessária uma reestruturação dos títulos de dívida em dólares, que vem sendo negociados ao redor de 20 por cento de seu valor de face.
Com situação crítica de caixa e fracasso em parte relevante de sua campanha exploratória até o momento, a OGX tem pela frente, talvez já no próximo mês, o pagamento de quase 400 milhões de reais ao governo pelos direitos em 13 blocos adquiridos na 11a rodada de licitação de áreas de petróleo, realizada em maio.
"A OGX deve buscar parceiros estratégicos interessados em fazer os investimentos necessários para a exploração dessas concessões", disse a fonte, sem entrar em detalhes.
Fora a OGX, a empresa da holding de Eike em situação mais complicada é o estaleiro OSX, criado para fornecer plataformas de produção à petrolífera. "A liquidação (da OSX) é o destino provável. Pode sobrar uma empresa com duas plataformas alugadas para a OGX, uma miniempresa de leasing", disse a fonte.