São Paulo – Mais uma semana de instabilidade para o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira. A bolsa recuou 1,01% no período, para 62.596 pontos. “A semana que passou trouxe alguns dados que contribuíram para a piora do balanço de riscos global”, analisa José Francisco Cataldo Ferreira, economista e estrategista da Ágora Corretora.

O humor do mercado foi afetado por dados desfavoráveis do mercado imobiliário americano e pelo aumento das preocupações sobre a retirada dos estímulos monetários, conforme revelou a ata da última reunião do Banco Central americano. Na Europa, a Grécia voltou a chamar atenção com mais um rebaixamento da nota de sua dívida.

Para a próxima semana, a volatilidade deve continuar. “A instabilidade deve permanecer principalmente no que diz respeito à Europa. Com o momento conturbado que vive o FMI, fica difícil a elaboração de medidas voltadas à recuperação da Grécia, Irlanda e Portugal”, explica Marco Antonio Ozeki Saravalle, analista da Coinvalores.

Rossi

As ações da Rossi (RSID3) foram o destaque de baixa na semana. Os papéis recuaram 9,32%, negociados a 13,24 reais. O mercado repercutiu uma possível oferta de ações que poderia captar entre 700 milhões e 800 milhões de reais, conforme divulgado pelo jornal Valor Econômico. A empresa não confirmou a notícia, mas o medo de diluição dos atuais acionistas pesou sobre os negócios.

A incorporadora também anunciou nesta semana a aquisição da construtora sergipana Norcon, que levará à criação da Norcon Rossi. Cássio Audi, CFO e Diretor de Relações com Investidores da empresa, disse durante a teleconferência que o principal ganho a ser auferido com a aquisição será a renegociação da dívida de 160 milhões de reais. “Tem um tremendo valor que a Rossi vai agregar, principalmente pela renegociação da dívida”, disse.

Braskem

Os papéis da Braskem (BRKM5) ocuparam a ponta positiva do índice na semana. As ações subiram 5,75%, para 23,74 reais. A petroquímica anunciou na semana passada que obteve um lucro líquido real de 305 milhões de reais no primeiro trimestre de 2011. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta foi de 282 milhões de reais – creditada pela empresa ao melhor resultado financeiro no primeiro trimestre desse ano.

O presidente da Braskem, Carlos Fadigas, afirmou em teleconferência após os resultados que acredita em uma recuperação das margens de lucro já no segundo ou terceiro trimestres. “O plano da empresa é continuar a passar a melhora gradual dos preços das resinas para que os preços médios em reais subam entre 3% a 4% no segundo trimestre”, explicam os analistas do Itaú BBA, Paula Kovarsky e Diego Mendes, em relatório.