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Resultado e cautela com Covid em frango brasileiro derrubam ações da BRF

Analistas veem possibilidade de governo chinês tomar medidas contra o setor de aves

 (Victor Moriyama/Bloomberg)

(Victor Moriyama/Bloomberg)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 12h29.

Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 14h07.

As ações da BRF caem desta quinta-feira, 13, liderando as quedas do principal índice da B3, o Ibovespa. Às 12h25, os papéis se desvalorizavam 5,3% e eram negociados próximos da mínima do dia, a 21,50 reais.

No radar dos investidores estão a constatação de coronavírus em asas de frango congeladas exportadas para a China e o resultado da empresa no segundo trimestre, divulgado na noite de ontem. Embora o governo chinês afirme que o frango contaminado era de sua concorrente Aurora, o mercado teme sanções do país asiático sobre proteínas brasileiras.

“Independentemente se o frango era da BRF ou não, isso representa uma ameaça para o setor. Até ontem, ninguém falava que era possível encontrar vírus em congelados. É mais uma dificuldade em nível comercial”, afirma Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos.

Para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, o frango com coronavírus acendeu um “sinal de alerta” no mercado, mas ainda são esperadas medidas concretas para movimentações mais significativas. “A depender da reação do governo chinês, pode ser preocupante pro setor mais pra frente”, afirma.

Por enquanto, Esteter vê o desempenho da BRF no segundo trimestre como o principal gatilho para a queda de suas ações na bolsa. A companhia registrou lucro líquido de 307 milhões de reais - 60,8% acima do apresentado no mesmo período do ano passado e teve alta anual de 9,2% em receita líquida para 9,1 bilhões de reais. No entanto, a margem Ebitda ajustada teve queda anual de 7,2 pontos percentuais para 11,3%.

“A alta nos custos e despesas e o nível de alavancagem, em 2,89x ao fim de junho, inspiram alguma cautela”, afirma Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Apesar do resultado mais fraco que o esperado, Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde, conta que a empresa vinha se reerguendo nos últimos trimestre, mas a Covid-19 acabou atrapalhando o resultado da empresa. “Tiveram custos adicionais. Foi preciso contratar mais gente para substituir aqueles que precisaram ser afastados e a produtividade dos novos profissionais não era a mesma”, conta.

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