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Renner cai mais de 8% após lucro despencar 94% no 1º tri

Fechamento de lojas durante pandemia derruba resultado financeiro da companhia

Renner: ações acumulam queda de mais de 30% no ano (Germano Lüders/Exame)

Renner: ações acumulam queda de mais de 30% no ano (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de maio de 2020 às 13h18.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 13h31.

As ações da varejista de moda Lojas Renner chegaram a cair 8,2% na mínima desta sexta-feira, 22, após o balanço do primeiro trimestre ter desagradado os investidores. No período, a companhia viu seu lucro líquido despencar 93,6% na comparação anual, passando de 161,6 milhões de reais para 10,419 milhões de reais. A receita líquida das vendas diminuiu em 100 milhões de reais, contraindo 6,1% . Às 13h, os papéis da Renner caíam 7%.

De acordo com a empresa, a queda da receita foi resultado do fechamento temporário de 100% das lojas físicas na segunda quinzena de março. A empresa também informou que as lojas começaram a ser reabertas de forma gradual a partir do dia 24 de abril, mas até a divulgação do balanço, na véspera, somente 18,3% das lojas físicas estavam em operação.

De portas fechadas, a empresa se viu obrigada acelerar o processo de digitalização das vendas, antecipando várias etapas que seriam implementadas ao longo dos próximos dois anos. A companhia informou que no primeiro trimestre, a receita das vendas online cresceu 32,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, o pior ainda pode estar por vir.

“Acreditamos que, mesmo com a reabertura das lojas, a retomada nas vendas será mais lenta e o resultado do segundo trimestre de 2020 será bastante afetado”, escreveu, em relatório, analistas da Levante Investimentos.

Para analistas do banco BTG Pactual, os próximos meses prometem ser duros para a companhia, com a queda da demanda por itens discricionários puxada pela piora do cenário macroeconômico. Mesmo assim, a instituição financeira manteve a recomendação de compra para as ações da companhia. “Apesar dos riscos negativos, ainda vemos a Renner como a melhor posicionada no varejo de vestuário brasileiro”, escreveram em relatório.

Para tentar suportar o período de menor demanda, a companhia levantou, via empréstimos e emissão de debêntures, 2 bilhões de reais. A empresa também diminuiu o pagamento aos acionistas para 25% do lucro líquido do exercício de 2019 e reduziu os investimentos para 560 milhões de reais.

No ano, as ações da Lojas Renner acumulam queda de cerca de 32%. Embora a performance supere a de outras varejistas de moda, como Hering, Riachuelo e Marisa, ela esta abaixo da de outras que vendem produtos diversos e têm maior participação online, como Magazine Luiza, Via Varejo, B2W.

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