Renner: o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado despencou 65%, (Paulo Fridman/Getty Images)
Reuters
Publicado em 21 de maio de 2020 às 19h45.
Última atualização em 22 de maio de 2020 às 12h13.
A Lojas Renner teve queda de cerca de 94% no lucro líquido do primeiro trimestre sobre o resultado positivo de um ano antes influenciada pelos impactos da epidemia de Covid-19 sobre sua divisão de serviços financeiros.
A companhia, que afirmou que atualmente apenas 18,3% de suas 597 lojas no Brasil, Uruguai e Argentina estão em funcionamento, teve lucro líquido de 10,4 milhões de reais de janeiro ao final de março ante lucro de 162 milhões no mesmo período de 2019.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado despencou 65%, para 110,9 milhões de reais.
Com os efeitos das medidas de quarentena decretas por vários Estados na expectativa de frear o avanço do novo coronavírus, a companhia afirmou que antecipou várias fases do projeto de ominichannel e de digitalização que estavam previstas para entre 2020 e 2022 e que "e foram implementadas, em sua maioria, ao longo dos meses de março, abril e maio". Diante disso, as despesas operacionais subiram 8,7%, para 662,7 milhões de reais.
A companhia mostrou no balanço um forte impacto no resultado com produtos financeiros, que fechou o trimestre em 20,7 milhões de reais, uma queda de quase 79% na comparação anual.
Segundo o balanço, a companhia aumentou a provisão para perdas com crédito e elevou de 12,2% para 17,3% o índice de cobertura. As perdas estimadas de crédito do Cartão Renner subiram de 78,7 milhões de reais no primeiro trimestre do ano passado para 197,5 milhões nos três meses encerrados em março deste ano. Na operação de cartão co-branded as perdas estimadas subiram de 237 milhões para 362 milhões de reais.
A Lojas Renner registrou uma queda das vendas mesmas lojas de 10,7% no primeiro trimestre. A receita líquida de venda de mercadorias recuou 6%, para 1,55 bilhão de reais. Apesar disso, a empresa conseguiu deixar a margem bruta praticamente estável em 55,4%.
A empresa afirmou no balanço que a captação de financiamentos de cerca de 2 bilhões de reais para reforçar caixa, aliada à redução do investimento para 560 milhões de reais e ao corte no pagamento aos acionistas para 25% do lucro do ano passado, "garantiram a preservação da saúde financeira da companhia mesmo em cenários de estresse".