Bolsa de Valores: a queda da taxa de juros diminui o custo do crédito e aumenta a atividade econômica (Thinkstock/Thinkstock)
Larissa Moreira
Publicado em 10 de outubro de 2016 às 16h30.
Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 16h41.
São Paulo - A desaceleração na inflação, o avanço do ajuste fiscal, a perspectiva de aprovação da PEC de teto do gastos e o fortalecimento do câmbio são indicações que aumentam a expectativa do Banco Central diminuir a taxa Selic ainda neste mês e depois novamente em novembro.
Para alguns economistas, a taxa básica de juros pode chegar a 13,75% até o final do ano.
Com uma relação inversamente proporcional, a influência da Selic na Bovespa se dá primeiro com a alocação de investimentos: uma taxa maior leva os investimentos a se concentrarem nos ativos de renda fixa. Uma taxa menor atrai investidores para a renda variável.
“Em um cenário em que a taxa é muito alta, igual ao Brasil, os investidores tendem a aplicar na renda fixa. O governo já vem sinalizando que pode abaixar a taxa. O cenário que o mercado espera atualmente é positivo para a bolsa”, explica Lenon Borges, analista da Ativa Investimentos.
Todo mundo ganha
A taxa de juros é um dos pontos definidores para a elevação ou contração do consumo, sua queda diminui o custo do crédito e aumenta a atividade econômica. Por isso, o corte na Selic indiretamente beneficia todos os setores.
“Se a queda se acentua, o nível de trabalho aumenta para se manter os ganhos, porém isso é exatamente compensado pela maior demanda”, explica economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.
Para as empresas de varejo, por exemplo, esse benefício se dá da forma indireta, através da melhora na economia em geral. Esta melhora também é sentida na Bolsa.
No entanto, algumas empresas se beneficiam diretamente do corte na Selic. É o caso dos setores nos quais a venda de seus bens depende fortemente de crédito, que com a queda na taxa, fica mais barato.
“Construtoras, empresas do setor automobilístico ou correlatas se beneficiam dessa queda, devido à melhora do custo do dinheiro”, finaliza Vieira.