Reação à produção da Petrobras, Snap desaba em NY e o que mais move o mercado
Dados corporativos do segundo trimestre dão o tom às bolsas em último dia da semana, marcada por por primeira alta de juro do BCE em 11 anos
Guilherme Guilherme
Publicado em 22 de julho de 2022 às 07h27.
Última atualização em 22 de julho de 2022 às 09h41.
Os mercados internacionais operam sem uma direção definida nesta sexta-feira, 22. Bolsas da Europa apresentam leve alta nesta manhã, enquanto os índices futuros dos Estados Unidos indicam um pregão de perdas em Nova York, após subirem por três dias consecutivos.
Balanços do segundo trimestre e movimentações dos principais bancos centrais do mundo seguem no radar de investidores. Na véspera, o Banco Central Europeu surpreendeu a maior parte do mercado ao elevar a taxa de juros 0,5 ponto percentual em sua primeira alta de juro em 11 anos. O consenso era de um ajuste de 0,25 p.p., como sinalizado anteriormente pelo BCE, mas as reações foram limitadas no mercado.
O euro, que chegou a disparar para acima de US$ 1,02 logo após o anúncio da decisão do BCE, caiu cerca de um centavo desde a reação inicial pela redução do diferencial de juros com o Federal Reserve (Fed) .
Nos Estados Unidos, as apostas de que o Fed manterá o ritmo de 0,75 p.p. -- em vez de acelerar para 1 p.p. -- ganham cada vez mais força com a aproximação da decisão de quarta-feira, 27. A probabilidade de os juros irem de 1,50% a 1,75% para o intervalo de 2,25% e 2,50% já é próxima de 80%, segundo plataforma do CME Group.
Apesar da manutenção do ritmo de alta de juros ser uma boa notícia para a bolsa americana, dado o contexto atual, são os balanços corporativos que vêm dando o tom nos últimos dias. Após a disparada da Tesla ter ajudado o índice Nasdaq voltar a 12.000 pontos no último pregão quase dois meses depois de perder a marca, o resultado do Snap contribui para a maior cautela nesta sexta-feira.
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,03%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,29%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 0,60%
- FTSE 100 (Londres): + 0,41%
- DAX (Frankfurt): + 0,21%
- CAC 40 (Paris): + 0,18%
- Hang Seng (Hong Kong): + 0,17%
- Shangai Composite (Xangai): - 0,06%
- Nikkei 225 (Tóquio): + 0,40%
Snap desaba nos EUA
As ações da empresa da rede social Snapchat desabam cerca de 30% no pré-mercado americano. A forte desvalorização ocorre após o resultado da empresa ter saído abaixo do esperado, com prejuízo líquido de US$ 0,26 por ação e receita de US$ 1,11 bilhão. O consenso era de prejuízo e receita de US$ 0,20 e US$ 1,15 bilhão, respectivamente.
A própria diretoria da Snap, em carta a investidores, admitiu sofrer dificuldades para colocar o negócio nos trilhos.
"Desafios macroeconômicos interromperam muitos dos segmentos do setor que foram mais críticos para a crescente demanda por nossas soluções de publicidade. Nosso crescimento de receita diminuiu substancialmente e estamos evoluindo nossos negócios e estratégia para nos adaptarmos." A Snap ainda afirmou que "provavelmente levará algum tempo antes de vermos melhorias significativas."
Produção da Petrobras
No Brasil, as atenções devem se voltar para a Petrobras (PETR4), que divulgou sua prévia operacional do segundo trimestre na última noite. A companhia apresentou média de produção de 2,653 milhões de barris de óleo equivalente por dia -- 5,1% abaixo do registrado no trimestre anterior e no mesmo período de 2021.
A Petrobras atribuiu a queda ao maior número de paralizações para manutenção e ao início da vigência do contrato de e Partilha de Produção dos Volumes de Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia.
As ADRs da Petrobras negociadas nos Estados Unidos operam em queda de 2% no pré-mercado desta manhã, indicando alguma reação negativa aos números divulgados na última noite.