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Rating do Brasil incorpora crescimento mais lento

Rating soberano do Brasil em "Baa2" com perspectiva estável incorpora crescimento mais fraco da economia

Sede da Moody's: agência espera que a expansão do Produto Interno Bruto brasileiro fique em torno de 2 por cento neste ano, mesmo patamar desde 2011 (REUTERS/Brendan McDermid)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 14h55.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's informou nesta segunda-feira que o rating soberano do Brasil em "Baa2" com perspectiva estável incorpora crescimento mais fraco da economia, mas vai analisar o desempenho do primeiro semestre deste ano para decidir sobre a possibilidade de alterações.

A agência espera que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fique em torno de 2 por cento neste ano, mesmo patamar desde 2011, embora veja o crescimento potencial do país seja de 3 por cento. Além disso, prevê que o superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- também fique ao redor de 2 por cento.

A grande questão para o futuro do rating brasileiro é como a economia vai se comportar em 2015. Por isso, o analista-sênior da Moody's, Mauro Leos, considera que o desempenho no primeiro semestre de 2014 vai ser um indicativo para o ano que vem.

"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.

"Se for como prevermos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se fazemos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.

Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil para estável, ante positiva, com o baixo e persistente crescimento interrompendo a melhora em vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que ​Moody's estima que ela pode chegar a 62 por cento em 2014.


"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.

Por isso, a Moody's considera que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.

Leos, porém, considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir as injeções de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.

"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's.

A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, apesar de ainda entender que o país continuaria com grau de investimento.

Em relatório, a Moody's diz considerar quatro fatores para o Brasil: força econômica elevada, força institucional baixa, com viés positivo, força financeira moderada e risco de evento de crédito baixo.

Atualizado às 15h54min, para adicionar mais informações.

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São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's informou nesta segunda-feira que o rating soberano do Brasil em "Baa2" com perspectiva estável incorpora crescimento mais fraco da economia, mas vai analisar o desempenho do primeiro semestre deste ano para decidir sobre a possibilidade de alterações.

A agência espera que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fique em torno de 2 por cento neste ano, mesmo patamar desde 2011, embora veja o crescimento potencial do país seja de 3 por cento. Além disso, prevê que o superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- também fique ao redor de 2 por cento.

A grande questão para o futuro do rating brasileiro é como a economia vai se comportar em 2015. Por isso, o analista-sênior da Moody's, Mauro Leos, considera que o desempenho no primeiro semestre de 2014 vai ser um indicativo para o ano que vem.

"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.

"Se for como prevermos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se fazemos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.

Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil para estável, ante positiva, com o baixo e persistente crescimento interrompendo a melhora em vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que ​Moody's estima que ela pode chegar a 62 por cento em 2014.


"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.

Por isso, a Moody's considera que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.

Leos, porém, considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir as injeções de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.

"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's.

A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, apesar de ainda entender que o país continuaria com grau de investimento.

Em relatório, a Moody's diz considerar quatro fatores para o Brasil: força econômica elevada, força institucional baixa, com viés positivo, força financeira moderada e risco de evento de crédito baixo.

Atualizado às 15h54min, para adicionar mais informações.

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