Mercados

Quem mais sofre na Bovespa com a alta da Selic

Analista destaca que as ações da B2W estão entre as que mais sentem o aperto monetário, com grande parcela da receita da companhia atrelada a eletrodomésticos


	Último boletim Focus mostrou que economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a Selic neste ano a 10,75%
 (REUTERS/Neil Hall)

Último boletim Focus mostrou que economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a Selic neste ano a 10,75% (REUTERS/Neil Hall)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 14h14.

São Paulo – A alta da Selic tem comprometido o horizonte de curto prazo de algumas empresas listadas na Bovespa. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 10,50%, mantendo o ritmo de aperto monetário diante da, ainda teimosa, inflação.

Além disso, o último boletim Focus mostrou que economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a Selic neste ano a 10,75%.

O analista Lenon Borges, da Ativa Corretora, avalia que as ações da B2W (BTOW3) estão entre as que mais sentem o aperto monetário, já que grande parcela da receita da companhia está atrelada a eletrodomésticos, itens de menor margem e mais dependentes do crédito.

“A empresa ainda é extremamente endividada – relação dívida líquida/Ebitda é de 5,7 vezes - com grande parcela atrelada ao CDI, e não deve reduzir a alavancagem no curto prazo, devido ao seu processo de expansão dos centros de distribuição”, explica Borges. 


Os demais papéis possivelmente afetados com a Selic mais alta fazem parte do setor imobiliário.

“Vale prestar atenção nos comportamentos de Gafisa (GFSA3), Brookfield (BISA3), Rossi (RSID3) e PDG (PDGR3), pois estas empresas possuem altos índices de endividamento (dívida bruta/patrimônio líquido), 154,8%, 154,9%, 135,9% e 103,7% respectivamente”, destaca o analista.

Em caso de elevações na taxa Selic, o montante de dívida destas empresas implicará em custo financeiro ainda maior, diante de sua vinculação ao CDI, o que pode piorar ainda mais os seus resultados.

“Outra influência negativa seria sobre as operações destas companhias, dado que os consumidores finais tenderão a demandar menos imóveis, em função do maior custo financeiro destas operações, conclui o analista”.

Acompanhe tudo sobre:BrookfieldConstrução civilEmpresasEstatísticasGafisaIndicadores econômicosPDGRossiSelic

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado