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Queda de 15% de bolsa chinesa mostra impacto do fim de estímulo

Como em outros mercados, o rali foi liderado por investidores em busca de um pequeno número de ações

China: O Índice CSI 300 perdeu 15% desde que subiu para o maior nível em 13 anos no mês passado (VCG/Getty Images)

China: O Índice CSI 300 perdeu 15% desde que subiu para o maior nível em 13 anos no mês passado (VCG/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 25 de março de 2021 às 14h54.

O mercado acionário da China mostra ao mundo o que acontece quando bancos centrais e governos começam a retirar os estímulos da pandemia. O resultado não é animador. O Índice CSI 300 perdeu 15% desde que subiu para o maior nível em 13 anos no mês passado.

A preocupação com o aperto da política monetária substituiu o otimismo sobre a recuperação econômica. Como em outros mercados, o rali foi liderado por investidores em busca de um pequeno número de ações, muitos dos quais acumularam papéis no pico da onda de compras.

Agora, o indicador é negociado com o maior desconto em relação ao índice global MSCI desde 2016, e os fundos mútuos mais populares sentem o impacto.

Bancos centrais globais lidam com as consequências dos vários cortes das taxas de juros no ano passado e trilhões de dólares em estímulos. Alguns, como o Federal Reserve e o Banco Central Europeu, planejam manter as políticas frouxas por enquanto.

Outros são obrigados a agir devido aos riscos de inflação. Na semana passada, o Banco Central do Brasil se tornou o primeiro do G-20 a subir os juros, com Peru e Rússia seguindo o exemplo. A Noruega também está mais inclinada a apertar a política monetária.

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Em fevereiro, investidores começaram a precificar o crescimento dos EUA e os preços ao consumidor, antecipando as previsões de aumento dos juros pelo Fed. Embora isso signifique correções técnicas em mercados supervalorizados como a Nasdaq, nenhum índice acionário de referência global está caindo mais rápido do que a bolsa da China.

“O mercado acionário chinês pode revelar o desafio da retirada dos estímulos globalmente, dado que a China foi a ‘primeira a entrar e a primeira a sair’ da pandemia”, disse Peiqian Liu, economista para a China do Natwest Markets, em Cingapura.

A China tem motivos para reduzir os estímulos mais rapidamente do que outras grandes economias. O melhor controle da pandemia, o foco na desalavancagem e falta de opções de investimento para seus cidadãos são alguns deles. Mas há poucas dúvidas de que a bolsa do país esteve na liderança desde que a Covid-19 foi identificada pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.

As lições do passado revelam que há um foco maior da China nos riscos causados por muita liquidez, tanto interna quanto externamente. O governo retomou a campanha para reduzir a alavancagem que foi suspensa em meio à guerra comercial com os EUA, bem como os esforços para limitar o impacto do “investimento especulativo”.

“A política de saída da China continua sendo uma das incertezas mais importantes para sua própria recuperação e para os mercados financeiros à frente”, disse Li-Gang Liu, diretor-gerente e economista-chefe do Citigroup para a China, segundo relatório deste mês.

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