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Queda assustadora das ações mostra o drama da Vulcabras

A empresa que já foi a maior fabricante brasileira de calçados esportivos vive uma profunda reestruturação e sofre na Bovespa


	No auge da crise, em 2012, a empresa tentou vender uma fatia de seu negócio ao fundo Pátria Investimentos, mas o negócio não foi adiante
 (Drawlio Joca/Site Exame)

No auge da crise, em 2012, a empresa tentou vender uma fatia de seu negócio ao fundo Pátria Investimentos, mas o negócio não foi adiante (Drawlio Joca/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 15h28.

São Paulo - Há pouco mais de um mês, o grupo gaúcho Vulcabras, dono de marcas de calçados Azaleia e Olympikus, comunicou a decisão de fechar três de suas fábricas no estado de Sergipe.

O anúncio foi apenas mais um capítulo da profunda reestruturação motivada por dificuldades que a companhia vem enfrentando há vários anos. Aproximadamente 22 mil funcionários já foram demitidos, quase metade do total. Além disso, 25 das 29 fábricas já foram fechadas, conforme apurou reportagem da revista EXAME.

Observar o gráfico das ações ordinárias da Vulcabras nos últimos três anos faz qualquer acionista da companhia mergulhar num pesadelo. A empresa, que um dia já foi a maior fabricante brasileira de calçados esportivos, tem protagonizado umas das quedas mais dramáticas da Bovespa.

Em janeiro de 2011, ano no qual 8 mil funcionários foram cortados, o valor de mercado da companhia era estimado em quase 2 bilhões de reais. Atualmente, não passa dos 365 milhões de reais.

Em três anos, a empresa perdeu mais de 80% em valor de mercado. Durante todo este período, a Vulcabras chegou perto de quebrar, amargando fortes prejuízos e dívidas crescentes. 

No auge da crise, em 2012, a empresa tentou vender uma fatia de seu negócio ao fundo Pátria Investimentos, mas o negócio não foi concluído.

Com isso, a Vulcabras perdeu um aporte estimado em 500 milhões de reais e as ações ordinárias - que contam com baixíssima liquidez - recuaram ainda mais.

Foi nesta época em que a empresa trocou de presidente e contratou o especialista em reestruturações, Claudio Galeazzi, atual presidente da BRF. O objetivo era – e ainda é - enxugar ao máximo os custos.

O diretor de marketing, e um dos acionistas, Pedro Bartelle, afirmou em entrevista a EXAME.com que a expectativa é fazer setor de calçado feminino crescer de 30 a 35% neste ano. Para isso, a empresa contratou o designer brasileiro Jorge Bischoff.

Apesar das mudanças, a situação da companhia na Bolsa continua complicada. Desde janeiro, os papéis já recuaram 25% e valem 0,49 centavos de real, enquanto os investidores esperam por dias melhores.

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