Banco BVA: parte significativa dos empréstimos que lastrearam os papéis vendidos no mercado foi concedida a empresas com pouca condição de honrar os pagamentos (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 09h55.
São Paulo - Mais de 70 fundos de pensão de empresas estatais e de prefeituras de todo o país correm o risco de perder boa parte dos R$ 2,7 bilhões que estão em investimento em papéis originados no Banco BVA, em processo de liquidação desde agosto, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”.
Quase metade desses papéis, R$ 1,3 bilhão, foi vendida diretamente aos fundos de pensão. Os maiores compradores foram a Petros, dos funcionários da Petrobras; o Postalis, dos Correios; e a Refer, da Rede Ferroviária Federal.
Já outra parte, cerca de R$ 1,4 bilhão, foi negociada com fundos de investimento ligados ao BVA e que também tinham os fundos de pensão como cotistas. Nesse grupo estavam não só as entidades ligadas às estatais, mas também os institutos de previdência de 59 municípios e dos governos estaduais de Tocantins e Roraima.
De acordo com especialistas consultados pelo jornal, uma parte significativa dos empréstimos que lastrearam os papéis vendidos no mercado foi concedida a empresas com pouca condição de honrar os pagamentos. Várias não tinham crédito com os grandes bancos. Por isso, aceitavam pagar juros mais elevados no BVA.
“Nesse tipo de investimento, quando o devedor não paga, a conta estoura na mão de quem comprou o título. Para se prevenir, os investidores costumam exigir que o banco honre o compromisso, uma ‘trava de segurança’ conhecida como coobrigação. Nas operações do BVA, só 15% tinham esse tipo de garantia, segundo especialistas que avaliaram o banco”, informa a Folha.