Privatização pode elevar ação da Cesp em até 70%
Para Planner, caso governo estadual realize um leilão para a venda da empresa o preço da ação ficaria entre 45 e 50 reais
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 17h24.
São Paulo – As ações da Cesp (CESP6) podem disparar até 70% caso o governo do estado de São Paulo decida realizar um leilão para a privatização da geradora, avalia Rafael Andreata, analista da corretora Planner. “A Cesp não é uma empresa rentável ao governo do estado, há um baixo retorno através de dividendos devido seu alto endividamento e seus custos elevados, por outro lado seus ativos são muito bem avaliados por players do mercado devido seu potencial e despertam grande interesse na iniciativa privada”, explica em relatório.
Os papéis da empresa já subiram aproximadamente 10% este ano com uma sucessão de notícias envolvendo rumores sobre a possibilidade de privatização. Além disso, a mudança na diretoria da companhia reforçou a expectativa. Mauro Arce, ex-secretário de Transportes do Estado de São Paulo, assumirá o comando no lugar Vilson Daniel Christofari, atual presidente da empresa. “Arce foi um grande apoiador do programa de privatização implementado pelo estado de São Paulo na década de 90; a nomeação poderá, portanto, significar que o governador Geraldo Alckmin pretende privatizar a Cesp”, afirmou Marcos Severine, analista do Itaú BBA, em relatório recente.
O processo de privatização foi interrompido em 2008 durante o governo de José Serra. À época, o principal problema que atrapalhou o andamento dos negócios foi a renovação das concessões das geradoras em lha Solteira em Jupiá, que vencem em 2015 e representam 67% da capacidade instalada. José Aníbal, secretário paulista de Energia, disse à Reuters que é preciso primeiro renovar as concessões da Cesp, antes de se pensar em uma privatização. A venda da empresa "é uma hipótese", disse. As ações da Cesp foram o destaque de alta do Ibovespa na primeira semana de 2010 com alta de 10,37%
Para Andreata, da Planner, há duas possibilidades na negociação da empresa. Na primeira, o governo do estado organizaria um leilão para a venda para grupos privados. “Neste caso acreditamos que o preço obtido poderia chegar próximo ao topo das nossas expectativas de R$45-50/ação”, analisa. A segunda opção passaria por uma venda direta para a Eletrobrás, aos mesmos moldes da venda da Nossa Caixa para o Branco do Brasil. “A falta de competitividade na venda dos ativos da empresa poderia trazer o preço de negociação para o patamar inferior de nossas expectativas R$45-50/ação”, calcula.
O teto das estimativas para uma venda no modelo de leilão poderia levar as ações para uma alta de 70%, considerando o preço de fechamento desta terça-feira, em torno de 29,30 reais. Os papéis da geradora lideraram a alta de hoje no Ibovespa após notícua publicada pelo jornal Folha de S. Paulo ter afirmado que o governo Geraldo Alckmin teria autorizado a sua equipe a negociar a venda da Cesp para o governo federal. A valorização das ações arrefeceu-se após Alckimin negar a informação. “Não chegamos a uma decisão sobre a Cesp”, disse hoje a repórteres em São Paulo. As ações da Eletrobrás encerraram o dia em leve baixa.
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