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Presidente da IBR Brasil celebra IPO

"Atraímos os dez maiores investidores globais em equity no nosso IPO", destacou José Cardoso

IRB: listou suas ações no Novo Mercado da B3 - segmento de maior exigência quando o assunto é governança (Germano Lüders/Exame)

IRB: listou suas ações no Novo Mercado da B3 - segmento de maior exigência quando o assunto é governança (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2017 às 11h27.

Última atualização em 31 de julho de 2017 às 11h39.

São Paulo - A decisão do ressegurador IRB Brasil Re de seguir adiante com a abertura de capital, ainda que pese o aumento de incertezas no campo político, foi a decisão mais acertada e marca um novo conceito da companhia, de acordo com o presidente da empresa, José Cardoso. "Atraímos os dez maiores investidores globais em equity no nosso IPO (oferta inicial pública de ações, na sigla em inglês)", destacou ele, em discurso antes de tocar o sino que marca o início da negociação das ações na B3.

"A abertura de capital tornará o ressegurador ainda mais forte para competir no mercado global", destacou, por sua vez, o vice-presidente do IRB, Fernando Passos, também presente ao evento que simboliza a abertura de capital da companhia.

Passos acrescentou ainda que a abertura de capital reforça a transparência da empresa e o seu compromisso com as mais elevadas regras de governança corporativa. O IRB listou suas ações no Novo Mercado da B3 - segmento de maior exigência quando o assunto é governança.

As ações do IRB abriram em alta nesta segunda-feira, 31. Por volta das 10h20, estavam cotadas a R$ 28,18 (+3,45%). O IRB, primeiro ressegurador de capital aberto no País, precificou seus papéis em R$ 27,24 e chega na Bolsa valendo R$ 8,5 bilhões. A companhia encerrou março com R$ 13,776 bilhões em ativos totais e patrimônio líquido de R$ 3,091 bilhões e divulgará seu primeiro resultado como uma companhia de capital aberto na próxima sexta-feira, dia 4.

Apesar da abertura do mercado de resseguros há quase dez anos, o IRB Brasil Re continua líder do segmento. Detém, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), participação de 37%.

No auge do aumento da concorrência, com a vinda de mais de 100 resseguradoras estrangeiras para o Brasil, o IRB viu o seu monopólio se transformar em uma fatia de 30%. De lá para cá, o ressegurador cortou despesas, firmou parcerias e aos poucos recuperou maior presença no setor, apesar de nunca ter deixado o posto de líder.

Controle

Em paralelo ao IPO, o IRB começou a negociar, conforme antecipou a Coluna do Broadcast, em 11 de julho, com a Berkshire Hathaway, do megainvestidor norte-americano Warren Buffett, por intermédio do JP Morgan. As conversas, porém, visam um negócio futuro. Isso porque a Berkshire quer o controle do IRB depois do IPO, possivelmente a fatia nas mãos da União que ainda detém a única ação de natureza especial (golden share).

Apesar de o governo manter a sua fatia intacta no IPO, a abertura de capital do IRB era tido como o último passo que faltava para que o ressegurador concluísse seu processo de desestatização. Na prática, a companhia já é uma empresa privada. Fundado em 1939, o IRB deteve por cerca de 70 anos o monopólio do mercado de resseguros no Brasil. A operação foi aprovada pelo conselho de desestatização da companhia e teria de ocorrer até 2018.

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