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Preocupação com Japão eleva aversão a risco global

A continuação da violência na Líbia e a interpretação negativa do Irã sobre a chegada de tropas sauditas ao Barein pouco ajudam

Catastrofe de terremotos japoneses aumenta medo de investimentos de risco no mercado (Reprodução)

Catastrofe de terremotos japoneses aumenta medo de investimentos de risco no mercado (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 08h01.

São Paulo - A explosão de um reator nuclear no Japão ampliava ainda mais a tensão com os desdobramentos da catástrofe naquele país e elevava a aversão a risco no cenário financeiro internacional nesta terça-feira. No Oriente Médio, a manutenção da violência na Líbia e a interpretação negativa do Irã sobre a chegada de tropas sauditas ao Barein pouco ajudavam.

Em Tóquio, o Nikkei despencou 10,55 por cento. O índice MSCI de ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 3,08 por cento às 7h35. O índice da bolsa de Xangai encerrou em baixa de 1,41 por cento.

Na Europa, o FTSEurofirst 300 cedia 3,29 por cento e o futuro do S&P 500 declinava 34 pontos. O MSCI para ações globais caía 2,29 por cento.

Na véspera, os ativos financeiros no Brasil conseguiram distanciar-se do viés negativo externo por fatores específicos locais, mas o quadro nesta sessão pode ser diferente. O MSCI para ações emergentes cedia 2,21 por cento, enquanto o dólar valorizava-se globalmente, sugerindo busca por ativos menos arriscados.

O índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais moedas mundiais, subia 0,79 por cento, influenciando principalmente pela queda de 0,80 por cento do euro, a 1,3876 dólares. A divisa norte-americana, porém, cedia 0,28 por cento, a 81,47 ienes, reforçando o quadro de aversão a risco.

Em tal contexto, mesmo com a crise no Norte da África e Oriente Médio longe de abrandar, o petróleo recuava 2,98 por cento nas operações eletrônicas em Nova York, a 98,17 dólares.

Em Londres, o barril de Brent registrava queda de 2,86 por cento, a 110,42 dólares.

Uma agenda intensa nos Estados Unidos, incluindo decisão de política monetária, deve também ajudar a fazer preço. As últimas melhoras nos negócios foram principalmente baseadas em indicadores econômicos norte-americanos, que justificaram perspectivas mais otimistas sobre a retomada da principal economia do mundo.

No Brasil, números do varejo e emprego devem ser monitorados, embora diante do quadro adverso no exterior possam ficar em segundo plano ou restritos a influências pontuais. A reunião trimestral de diretores do Banco Central com economistas no Rio de Janeiro deve estar no radar, após analistas de São Paulo mostrarem um cenário mais preocupante à equipe do BC na véspera.

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