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Por que a Inva Capital ainda aposta (sozinha) na OGX

Enquanto bancos e corretoras reduzem preços-alvo e a tiram de suas carteiras recomendadas, a gestora continua a apostar na empresa

Em 18 meses, as ações passaram de R$14 para R$1,83 real – desvalorização de 87%
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2013 às 15h21.

São Paulo - Eike Batista não é o único a ainda ver valor nas ações da OGX ( OGXP3 ). Enquanto os grandes bancos de investimentos e corretoras reduzem os seus preços-alvo para os papéis e os tiram de suas carteiras recomendadas, a gestora Inva Capital mantém as ações entre suas indicações há 18 meses.

Nesses mesmos 18 meses, as ações passaram de 14 reais para 1,83 real – uma desvalorização de 87%, ante queda de 4,57% do Ibovespa.

A desvalorização é motivada por uma série de más notícias e descrédito geral do mercado com os investimentos do empresário brasileiro.

A descrença paira sobre todo o grupo EBX, mas a OGX, como principal empresa do grupo, é a que está em pior situação. A petroleira perdeu credibilidade com os investidores e credores ao não entregar os resultados prometidos – sua produção está 60% abaixo do previsto.

Além disso, o endividamento é grande. Segundo o Deutsche Bank, a dívida de 8 bilhões de reais é maior que o valor de todos os ativos da empresa.

Carteiras

O descrédito com a OGX está refletido na retirada de suas ações das carteiras recomendadas. Nas reportagens publicadas mensalmente por EXAME.com com as recomendações dos principais analistas do mercado, somente a Inva recomendou as ações da petroleira de Eike nos últimos seis meses.


Raphael Cordeiro, analista da Inva, explica: “Nós acreditamos muito no setor de petróleo”. O analista defende que o setor permanece atrativo por conta do preço do barril, que deve continuar próximo de 100 dólares e da tendência de crescimento do o consumo, puxado pela China. “Na Petrobras já deixamos de acreditar há três anos, então optamos pela OGX”, decreta Raphael.

Ele destaca também que a empresa tem um potencial de produção interessante por operar em regiões conhecidas por serem boas produtoras – Bacia de Campos e de Santos.

A referência para a crença do analista é a empresa norueguesa Statoil, que explora o campo de Peregrino, na Bacia de Campos, bem próximo a duas regiões da OGX (Tubarão Azul e Tubarão Martelo).

A produção diária da empresa já bateu os 100 mil barris diários, o que, na opinião de Cordeiro, seria um atestado de garantia para os poços da OGX.

O analista reconhece, no entanto, que a OGX lida com dois problemas sérios.

O primeiro está na natureza do negócio, que lida constantemente com probabilidade, nunca com certezas.

“Ninguém sabe ao certo quanto tem de petróleo a ser explorado, qual a vazão e a produtividade de cada poço”, explica.


O outro problema está na estratégia de comunicação da empresa (ou na falta dela). Eike fez promessas mirabolantes a seus investidores, sem levar em conta as incertezas do mercado de petróleo.

Por exemplo: no começo, o empresário dizia que cada poço da OGX iria extrair 20 mil barris por dia, quando a média da Bacia de Campos é de 4 mil barris de óleo por dia.

Em abril, pela primeira vez, a corretora mostrou preocupação com a queda sucessiva das ações. Na carteira recomendada de abril, Lucas Dezordi e Raphael Cordeiro, que assinam as análises, afirmaram que o descrédito do mercado em relação aos projetos do Grupo EBX começava a limitar o acesso ao crédito da OGX.

“Além disso, a média de produção do poço de Tubarão Azul recuou mais do que o considerado razoável por nós. Por essas razões, vamos reduzir em 2 pontos percentuais o peso da carteira nessas ações”, explicaram.

Apesar da insistência solitária na manutenção dos papéis na carteira, nesses 18 meses a Inva reduziu o peso das ações da OGX de 12% para os atuais 5%. “Ainda acreditamos no projeto, mas agora o vemos com mais risco por conta da falta de credibilidade perante o mercado”, explica Raphael.

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São Paulo - Eike Batista não é o único a ainda ver valor nas ações da OGX ( OGXP3 ). Enquanto os grandes bancos de investimentos e corretoras reduzem os seus preços-alvo para os papéis e os tiram de suas carteiras recomendadas, a gestora Inva Capital mantém as ações entre suas indicações há 18 meses.

Nesses mesmos 18 meses, as ações passaram de 14 reais para 1,83 real – uma desvalorização de 87%, ante queda de 4,57% do Ibovespa.

A desvalorização é motivada por uma série de más notícias e descrédito geral do mercado com os investimentos do empresário brasileiro.

A descrença paira sobre todo o grupo EBX, mas a OGX, como principal empresa do grupo, é a que está em pior situação. A petroleira perdeu credibilidade com os investidores e credores ao não entregar os resultados prometidos – sua produção está 60% abaixo do previsto.

Além disso, o endividamento é grande. Segundo o Deutsche Bank, a dívida de 8 bilhões de reais é maior que o valor de todos os ativos da empresa.

Carteiras

O descrédito com a OGX está refletido na retirada de suas ações das carteiras recomendadas. Nas reportagens publicadas mensalmente por EXAME.com com as recomendações dos principais analistas do mercado, somente a Inva recomendou as ações da petroleira de Eike nos últimos seis meses.


Raphael Cordeiro, analista da Inva, explica: “Nós acreditamos muito no setor de petróleo”. O analista defende que o setor permanece atrativo por conta do preço do barril, que deve continuar próximo de 100 dólares e da tendência de crescimento do o consumo, puxado pela China. “Na Petrobras já deixamos de acreditar há três anos, então optamos pela OGX”, decreta Raphael.

Ele destaca também que a empresa tem um potencial de produção interessante por operar em regiões conhecidas por serem boas produtoras – Bacia de Campos e de Santos.

A referência para a crença do analista é a empresa norueguesa Statoil, que explora o campo de Peregrino, na Bacia de Campos, bem próximo a duas regiões da OGX (Tubarão Azul e Tubarão Martelo).

A produção diária da empresa já bateu os 100 mil barris diários, o que, na opinião de Cordeiro, seria um atestado de garantia para os poços da OGX.

O analista reconhece, no entanto, que a OGX lida com dois problemas sérios.

O primeiro está na natureza do negócio, que lida constantemente com probabilidade, nunca com certezas.

“Ninguém sabe ao certo quanto tem de petróleo a ser explorado, qual a vazão e a produtividade de cada poço”, explica.


O outro problema está na estratégia de comunicação da empresa (ou na falta dela). Eike fez promessas mirabolantes a seus investidores, sem levar em conta as incertezas do mercado de petróleo.

Por exemplo: no começo, o empresário dizia que cada poço da OGX iria extrair 20 mil barris por dia, quando a média da Bacia de Campos é de 4 mil barris de óleo por dia.

Em abril, pela primeira vez, a corretora mostrou preocupação com a queda sucessiva das ações. Na carteira recomendada de abril, Lucas Dezordi e Raphael Cordeiro, que assinam as análises, afirmaram que o descrédito do mercado em relação aos projetos do Grupo EBX começava a limitar o acesso ao crédito da OGX.

“Além disso, a média de produção do poço de Tubarão Azul recuou mais do que o considerado razoável por nós. Por essas razões, vamos reduzir em 2 pontos percentuais o peso da carteira nessas ações”, explicaram.

Apesar da insistência solitária na manutenção dos papéis na carteira, nesses 18 meses a Inva reduziu o peso das ações da OGX de 12% para os atuais 5%. “Ainda acreditamos no projeto, mas agora o vemos com mais risco por conta da falta de credibilidade perante o mercado”, explica Raphael.

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