Nova York - Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) fecharam em queda nesta quinta-feira, após o Banco Central Europeu (BCE) não anunciar nenhuma medida concreta para combater a crise da dívida na zona do euro.

O contrato do petróleo bruto para setembro perdeu US$ 1,78 (2,00%) e fechou em US$ 87,13 o barril. Na plataforma eletrônica ICE, o contrato do Brent para setembro recuou US$ 0,06 (0,06%), fechando a 105,90 o barril.

Em uma coletiva de imprensa, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o banco central vai manter a taxa básica de juros inalterada e não implementará nenhuma nova medida de estímulo, o que decepcionou investidores, que esperavam ações ousadas para fortalecer a economia do bloco. Logo após esses comentários, o petróleo atingiu a mínima intraday de US$ 86,92 o barril.

Para piorar o cenário, logo após a entrevista de Draghi, os comentários dos primeiros-ministros da Espanha e Itália ampliaram as perdas dos mercados financeiros. Mariano Rajoy e Mario Monti voltaram a ressaltar o compromisso com a implementação de reformas, mas descartaram a possibilidade de pedir ajuda aos fundos de resgate da zona do euro.

Sem ações de estímulo na Europa e nos EUA, onde o Federal Reserve também não anunciou nenhuma nova medida na quinta-feira o dólar subiu fortemente hoje ante o euro. E isso prejudica o petróleo, que é denominado na moeda norte-americana e assim se torna mais caro para compradores que usam outras moedas.

"O mercado estava subindo na expectativa de que Draghi faria sua mágica. Depois de tudo dito, ele na verdade não fez nada", comentou Phil Flynn, analista da Price Futures.

Agora, as atenções se voltam para o relatório do governo norte-americano sobre o mercado de trabalho (payroll), que será divulgado na sexta-feira e pode servir de indício sobre a situação da economia e as próximas ações do Fed. As informações são da Dow Jones.