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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - Pelo terceiro dia seguido - e pela quarta sessão na semana -, o índice Bovespa terminou em baixa, hoje mais forte do que nos pregões anteriores. O índice até ensaiou alta, logo na abertura, mas se rendeu ao sinal que passou a predominar no mercado externo. O aumento do juro na Índia serviu de pretexto à realização de lucros, em meio à elevada volatilidade decorrente do vencimento quádruplo em Wall Street. Aqui, as ações da Petrobras reforçaram a queda do índice, no dia do anúncio do balanço financeiro de 2009, logo mais.
O Ibovespa terminou a sexta-feira em queda de 1,25%, aos 68.828,98 pontos, menor nível desde 8 de março (68.575,47 pontos). Na mínima, registrou 68.773 pontos (-1,33%) e, na máxima, os 69.998 pontos (+0,43%). Na semana, a Bolsa recuou 0,74%, mas no mês e no ano tem alta de, respectivamente, 3,50% e 0,35%. O giro financeiro totalizou R$ 6,448 bilhões. Os dados são preliminares.
Os especialistas atribuíram ao aumento em 0,25 ponto porcentual na taxa de juros de referência da Índia a explicação para as ações terem caído ao redor do globo. A decisão do Banco da Reserva indiano teria surpreendido e levantado a lebre sobre outros apertos monetários, além de colocar uma pedra de gelo sobre o consumo de commodities (matérias-primas), já que o país é um dos grandes compradores de ouro, entre outras commodities.
As Bolsas europeias sentiram o recuo nos preços das matérias-primas, principalmente as ações das mineradoras, e os índices recuaram. Nos EUA, o sinal das Bolsas também foi negativo, mas, segundo especialistas do mercado de renda variável, a decisão da Índia teria sido uma justificativa para uma realização de lucros, em meio à uma sessão amplamente volátil por causa do "quadruple witching". O Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,35%, aos 10.741,98 pontos. O S&P perdeu 0,51%, aos 1.159,90 pontos e o Nasdaq recuou 0,71%, para 2.374,41 pontos.
No Brasil, a Bolsa segue sem fôlego para romper os 70 mil pontos e, depois de ameaçar em várias sessões, ela se afastou um pouco mais desse patamar nesses três últimos dias. Hoje, a queda do índice teve reforço das vendas em Petrobras. A estatal divulgará hoje à noite seu balanço para o quarto trimestre de 2009 e também para todo o ano passado e a expectativa dos analistas ouvidos pela Agência Estado é de um lucro de R$ 28,206 bilhões para o ano (-16,8% ante o resultado de 2008) e de R$ 7,353 bilhões de outubro a dezembro, em linha com o apurado no quarto trimestre de 2008, que foi de R$ 7,355 bilhões.
Petrobras ON terminou em baixa de 2,05% e Petrobras PN, de -2,13%. Vale ON recuou 1,08% e Vale PNA, -1,14%. Hoje, o vice-presidente da Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), Luo Bingsheng, confirmou que a Vale pediu às siderúrgicas chinesas um reajuste de 90% a 100% no preço de referência do minério de ferro para 2010. O presidente da mineradora brasileira, Roger Agnelli, informou que a companhia ainda negocia com cada cliente o reajuste nos preços de referência do minério de ferro para 2010, mas não revelou o porcentual.