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Petrobras garante capitalização com oferta pública de ON e PN

Empresa garantiu que obedecerá a proporção entre ordinárias e preferencias

Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, disse que a capitalização da empresa sai até julho e sem cessão onerosa. (.)

Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, disse que a capitalização da empresa sai até julho e sem cessão onerosa. (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Rio de Janeiro - A Petrobras vai realizar a capitalização da empresa até julho com ou sem a cessão onerosa prevista em projeto do governo que tramita no Senado. No caso de uma oferta pública de ações, obedecerá a proporção entre ordinárias e preferencias, reafirmou nesta terça-feira o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa.

Se realizada independente da cessão onerosa, o governo terá que injetar no capital da empresa o referente à sua participação de 32 por cento no capital total da empresa, ou será diluído.

"Mesmo que seja só capitalização vamos manter a proporção ON e PN, e o governo participa usando dinheiro ou títulos de alta liquidez que ele tem", afirmou Barbassa a analistas durante teleconferência para comentar os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2010.

Com perguntas concentradas na programada capitalização da empresa, analistas questionaram a expectativa com a aprovação no Congresso do projeto que inclui a cessão pelo governo dos direitos de exploração de até 5 bilhões de barris e o possível valor da capitalização.

Segundo Barbassa, o valor estimado entre 15 e 25 bilhões de dólares pela companhia em março "não deve ser levado muito a sério", já que a empresa ainda não finalizou o Plano de Negócios 2010-2014 que vai determinar a necessidade de caixa.


"Com base em dados gerais espera-se entre 15 e 25 bilhões de dólares, mas nesse momento é um número que não deve se levar muito a sério, porque o conjunto de projetos poderá variar, não podemos tomar isso como referência firme não", explicou Barbassa.

Estimado entre 200 e 220 bilhões de dólares, o Plano de Negócios até 2014 inclui projetos bilionários como refinarias de grande porte e a exploração do pré-sal.

Plano em junho
Barbassa informou que o Plano de Negócios da Petrobras para os próximos cinco anos incluindo 2010 ficará pronto até a primeira quinzena de junho, quando será possível estimar a necessidade de capital adicional para fazer frente aos investimentos.

"Vamos aguardar uns 20 dias, em meados de junho teremos o plano já funcionando e divulgado", afirmou.

Barbassa fez questão de deixar claro no entanto que ainda confia na aprovação do Projeto de Lei no Congresso, que prevê a capitalização da empresa com aporte de reservas de petróleo pelo governo, a chamada cessão onerosa. Se aprovado o projeto, o governo emitiria títulos públicos que seriam trocados por ações da Petrobras, que devolveria os mesmos títulos ao governo em troca de reservas de até 5 bilhões de barris de petróleo.

A empresa já encontrou 4,5 bilhões de barris em reservas a pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, no prospecto Franco, no cobiçado pré-sal na bacia de Santos, e está realizando a segunda perfuração no prospecto Libra, a cerca de 32 quilômetros do primeiro poço.

Apesar da homenagem às moedas europeias no batismo dos poços da capitalização, a crise que atacou o velho continente poderia ser um obstáculo para a operação, alertaram analistas, o que foi rebatido pelo executivo.

"Estamos bastante favoráveis, bastante positivos para a demanda de ações da Petrobras, embora tenhamos consciência da dificuldade que o mercado se encontra, particularmente o europeu", disse ao ser questionado.

"...Mas uma solução deve ser encontrada, o mundo financeiro tem sido ágil para se recuperar", afirmou Barbassa, prevendo para julho o fim da crise que vem abalando o mercado de capitais mundial.
 


Barbassa citou a perspectiva do aumento das reservas da Petrobras, além do potencial do mercado brasileiro, como motivo que levará a companhia a ser bem sucedida na capitalização, atraindo investidores.

"Em breve devemos propor ao nosso Conselho de Administração uma convocação de Assembléia Geral de acionistas...tem que ser concovocada 30 dias antes (da operação) e o principal objetivo é aprovar o aumento de capital", disse o diretor.

Ele prevê que a assembléia será realizada em junho, mesmo mês previsto para o arquivamente do prospecto da operação junto à Comissão de Valores Mobiliários.

Pré-sal
Barbassa informou ainda que a empresa está perfurando cinco poços em áras já licitadas no pré-sal da bacia de Santos --Guará, Guará Norte, Tupi Alto, Tupi NE e Macunaíma-- e que assinou carta de intenções para afretamento e operação da FPSO destinada ao projeto piloto de Guará.

Será a primeira plataforma de grande porte a ser convertida com 65 por cento de conteúdo nacional, destacou o executivo na sua apresentação aos analistas.

Segundo Barbassa, mais sete sondas serão recebidas pela companhia este ano, que conta ainda com a entrada em operação de uma capacide de produção de 480 mil barris de boe este ano em várias operações, incluindo os 80 mil barris do campo da empresa na parte norte-americana do Golfo do México.

A empresa divulgou lucro de 7,7 bilhões de reais na última sexta-feira, alta de 23 por cento contra igual período do ano passado e reflexo de maiores vendas aliadas ao melhor preço do petróleo.

Por volta das 11h40h (horário de Brasília), as ações preferenciais da companhia perdiam 0,5 por cento na Bovespa, enquanto o índice da bolsa caía 0,28 por cento.

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