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Petrobras cai mais que BP no ano

Megacapitalização assustou o mercado tanto quanto o megadesastre ambiental do Golfo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 10h28.

São Paulo - A superoferta de ações da Petrobras (PETR3); (PETR4) de 120 bilhões de reais, a maior da história do mercado financeiro mundial, assustou os investidores. As incertezas e dúvidas, que vão desde a diluição dos minoritários na nova composição acionária até a capacidade de exploração das reservas de 5 bilhões de barris do pré-sal, refletiram-se no mercado e os papéis da empresa amargam uma queda superior a 30% no ano.

Para comparação, vale destacar o desempenho das ações da BP neste ano. A empresa, responsável por um vazamento gigantesco de petróleo no Golfo do México, gastou cerca de 11,2 bilhões de dólares na contenção do acidente e anunciou planos de vender até 30 bilhões de dólares em ativos para recuperar a companhia. Até ontem, as ADRs da empresa negociadas em Nova York caíam 28,8% no ano, enquanto os papéis da Petrobras (PBR) tinham uma perda de 30%.

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Recomendações para Petrobras

AnálisePETR4 (R$)PETR3 (R$)PBR (US$)PBR.A (US$)Recomendação
Santander-41,65--compra
Safra34---outperform
BB Investimentos40,545,8--compra
Credit Suisse--43-neutra
Morgan Stanley--4539overweight
UBS-30--venda
Merrill Lynch-49--compra
Barclays--3534equalweight
Itaú38,2---market perform
Fator36---manutenção

Análise

Os analistas do mercado financeiro, calados durante o período de capitalização porque os bancos ou corretoras dos quais são funcionários participavam da operação, voltaram a emitir opiniões sobre a estatal e as indicações foram, na maior, bastante negativas. Mesmo os analistas que ainda recomendam a compra das ações anunciaram uma forte redução no preço-alvo para refletir o efeito da diluição dos acionistas depois do aumento de capital.

Apesar do viés negativo dos relatórios há ainda os que acreditam nas perspectivas para a Petrobras no longo prazo.  "A capitalização e o preço do barril já foram definidos. É hora de olhar para frente", mostra relatório recente do Bank of America Merrill Lynch  assinado pelos analista Frank McGann e Conrado Vegner.  Para o banco, as preocupações listadas nos comentários negativos do mercado, ainda que reais, já fazem parte do passado.

Para Nelson Rodrigues de Matos, do BB Investimentos, apesar da expressiva contribuição da área do pré-sal, a produção do pós-sal terá ainda uma forte contribuição para os resultados no curto e médio prazos. "Ainda que essas taxas não sejam atingidas na sua integridade, a exemplo do ocorrido nos últimos anos, verificamos que se trata de uma das maiores taxas de crescimento entres as principais petrolíferas de capital aberto", afirma.

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