Petrobras avalia captação em euros após alta do custo samurai
Custo das emissões em iene atrapalha plano de investimento de US$ 224 bilhões da estatal
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2011 às 08h38.
Santiago/Rio de Janeiro - A Petróleo Brasileiro SA estuda acessar o mercado de dívida em euros pela primeira vez. O custo de captação em ienes dobrou desde o terremoto no Japão no mês passado, limitando as opções para financiar o plano de investimento de US$ 224 bilhões da estatal.
O custo de captação em euros para companhias da América Latina vem caindo em relação às taxas em dólar. O prêmio exigido pelos investidores para comprar títulos de governos da região em dólares em vez de eurobônus subiu de 153 pontos-base em 19 de agosto, o menor em 10 meses, para 221 pontos esta semana, segundo o JPMorgan Chase & Co.
O diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, chegou a falar sobre uma possível captação em ienes na semana passada para ampliar as alternativas de financiamento depois de vender US$ 6 bilhões de títulos em dólares em janeiro. Anteontem, ele mencionou a possibilidade de transação em euros ou libras. No Japão, o mercado de bônus samurai está parado após o terremoto.
“Com o mercado de ienes fechado, os emissores têm motivo para buscar diversificação”, disse Gianna Bern, presidente da consultoria para o setor petrolífero Brookshire Advisory and Research em Chicago e ex-diretora da Fitch Ratings. “A Petrobras tem uma boa história para contar e não deve ter problemas em achar demanda no outro lado do Oceano Atlântico.”
Spread no Japão
A diferença de rendimentos entre a dívida corporativa e a dívida pública no Japão aumentou para 63 pontos-base em 6 de abril, a maior desde maio de 2009, segundo dados da Nomura Holdings Inc. Em 10 de março, véspera do terremoto, a diferença estava em 27 pontos. Nos Estados Unidos, o spread entre esses tipos de ativos estava em 151 pontos-base em 10 de março e agora está em 147.
O rendimento dos bônus da Petrobras com cupom de 5,375 por cento e vencimento em 2021 aumentou 12 pontos-base para 5,37 por cento desde que os papéis começaram a ser negociados este ano. A emissão realizada em 20 de janeiro se igualou à da General Electric Capital Corp, as maiores no mercado de dívida corporativa dos EUA desde fevereiro de 2010. O rendimento de títulos de prazo similar da Petróleos Mexicanos recuou 5 pontos- base no mesmo período.
A perspectiva de valorização do barril de petróleo, que subiu 19 por cento desde a escalada da crise política no Oriente Médio em meados de fevereiro, vai aumentar a demanda por títulos da Petrobras na Europa, disse Denis Girault, que ajuda a administrar US$ 1 bilhão em dívida de mercados emergentes na Union Bancaire Privee em Zurique.
Plano de investimento
A estatal sediada no Rio de Janeiro está levando adiante o maior plano de investimento do setor petrolífero mundial para extrair e refinar petróleo depositado em águas profundas da região do pré-sal.
“Eles precisam de bilhões, mas existe apetite no momento”, disse ontem Girault em entrevista por telefone. “Há interesse agora de investidores por tudo o que é relacionado a petróleo.”
Empresas brasileiras captaram 3,75 bilhões de euros (US$ 5,4 bilhões) em títulos denominados na moeda única desde o início do ano passado, incluindo 750 milhões de euros levantados pela Vale SA em sua primeira emissão nessa moeda.
Santiago/Rio de Janeiro - A Petróleo Brasileiro SA estuda acessar o mercado de dívida em euros pela primeira vez. O custo de captação em ienes dobrou desde o terremoto no Japão no mês passado, limitando as opções para financiar o plano de investimento de US$ 224 bilhões da estatal.
O custo de captação em euros para companhias da América Latina vem caindo em relação às taxas em dólar. O prêmio exigido pelos investidores para comprar títulos de governos da região em dólares em vez de eurobônus subiu de 153 pontos-base em 19 de agosto, o menor em 10 meses, para 221 pontos esta semana, segundo o JPMorgan Chase & Co.
O diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, chegou a falar sobre uma possível captação em ienes na semana passada para ampliar as alternativas de financiamento depois de vender US$ 6 bilhões de títulos em dólares em janeiro. Anteontem, ele mencionou a possibilidade de transação em euros ou libras. No Japão, o mercado de bônus samurai está parado após o terremoto.
“Com o mercado de ienes fechado, os emissores têm motivo para buscar diversificação”, disse Gianna Bern, presidente da consultoria para o setor petrolífero Brookshire Advisory and Research em Chicago e ex-diretora da Fitch Ratings. “A Petrobras tem uma boa história para contar e não deve ter problemas em achar demanda no outro lado do Oceano Atlântico.”
Spread no Japão
A diferença de rendimentos entre a dívida corporativa e a dívida pública no Japão aumentou para 63 pontos-base em 6 de abril, a maior desde maio de 2009, segundo dados da Nomura Holdings Inc. Em 10 de março, véspera do terremoto, a diferença estava em 27 pontos. Nos Estados Unidos, o spread entre esses tipos de ativos estava em 151 pontos-base em 10 de março e agora está em 147.
O rendimento dos bônus da Petrobras com cupom de 5,375 por cento e vencimento em 2021 aumentou 12 pontos-base para 5,37 por cento desde que os papéis começaram a ser negociados este ano. A emissão realizada em 20 de janeiro se igualou à da General Electric Capital Corp, as maiores no mercado de dívida corporativa dos EUA desde fevereiro de 2010. O rendimento de títulos de prazo similar da Petróleos Mexicanos recuou 5 pontos- base no mesmo período.
A perspectiva de valorização do barril de petróleo, que subiu 19 por cento desde a escalada da crise política no Oriente Médio em meados de fevereiro, vai aumentar a demanda por títulos da Petrobras na Europa, disse Denis Girault, que ajuda a administrar US$ 1 bilhão em dívida de mercados emergentes na Union Bancaire Privee em Zurique.
Plano de investimento
A estatal sediada no Rio de Janeiro está levando adiante o maior plano de investimento do setor petrolífero mundial para extrair e refinar petróleo depositado em águas profundas da região do pré-sal.
“Eles precisam de bilhões, mas existe apetite no momento”, disse ontem Girault em entrevista por telefone. “Há interesse agora de investidores por tudo o que é relacionado a petróleo.”
Empresas brasileiras captaram 3,75 bilhões de euros (US$ 5,4 bilhões) em títulos denominados na moeda única desde o início do ano passado, incluindo 750 milhões de euros levantados pela Vale SA em sua primeira emissão nessa moeda.