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Para mercado, Brasil deve ter rebaixamento

Uma piora na avaliação de risco soberano neste ano vai afetar negativamente o ambiente em relação à economia brasileira


	Standard & Poor's: um novo corte pela agência jogaria a classificação de risco brasileira para a categoria de grau especulativo
 (AFP/Stan Honda)

Standard & Poor's: um novo corte pela agência jogaria a classificação de risco brasileira para a categoria de grau especulativo (AFP/Stan Honda)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 09h04.

São Paulo - O mercado financeiro está se preparando para o anúncio de um rebaixamento da classificação de risco soberano brasileiro no curto prazo por uma das três principais agências internacionais de rating.

Mas, por enquanto, investidores e analistas não estão embutindo nas suas apostas para os preços dos ativos brasileiros que o Brasil vá perder em 2015 o status de grau de investimento que as agências de rating ainda atribuem na classificação de risco soberano do País.

Todavia, mesmo sem perder o grau de investimento, uma piora na avaliação de risco soberano neste ano vai afetar negativamente o ambiente em relação à economia brasileira em meio a uma crise política entre Executivo e Legislativo, além de uma conjuntura de inflação em alta e projeção de queda no Produto Interno Bruto (PIB).

Já está embutido nos preços do dólar, das ações em Bolsa e dos juros futuros um corte da nota pela agência Moody’s.

Também se espera um rebaixamento do outlook (ou perspectiva) pela Fitch Ratings, o que seria o primeiro passo para uma redução da nota soberana.

Essa piora na nota pela Moody’s e do outlook pela Fitch deve acontecer nos próximos dois meses, segundo a expectativa de algumas fontes.

A agência Standard & Poor’s (S&P) atribui a nota mais baixa ao rating soberano do Brasil: BBB- com perspectiva estável.

Um novo corte jogaria a classificação de risco brasileira para a categoria de grau especulativo.

A Fitch Ratings avalia o Brasil com nota BBB e perspectiva estável.

Já a Moody’s tem uma avaliação do crédito brasileiro num patamar semelhante a da Fitch, atribuindo classificação Baa2, mas tem uma perspectiva negativa.

Nessas duas agências, mesmo que o país caia um degrau, ainda permanecerá como grau de investimento.

Assim, o que preocupa realmente o governo Dilma Rousseff é a perda do grau de investimento pela S&P, o que poderia reduzir o fluxo de capital para o País, além de tornar mais caro o financiamento externo pelo governo e pelas empresas brasileiros.

No entanto, uma piora na avaliação pela Moody’s e Fitch vai tornar mais difícil a recuperação da confiança na economia brasileira.

Sinais

A Moody’s vem dando sinais de que um rebaixamento está por vir, especialmente depois que cortou a classificação de risco da Petrobrás, retirando da estatal o status de grau de investimento.

Em relatório divulgado na segunda-feira, 9, a agência disse que as investigações de corrupção na Petrobrás podem afetar negativamente várias áreas dos setores público e privado do Brasil, e que o governo estaria inclinado a dar suporte financeiro à estatal.

Segundo fontes, os representantes da S&P, após visita ao Brasil na semana passada, se mostraram mais pacientes com o País.

Já estava nos cálculos da S&P a dificuldade que o governo teria para conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso, abrindo espaço para concessões no tamanho do corte de gastos que a equipe econômica está propondo para atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano.

Nesta semana é a vez de representantes da Fitch Ratings se encontrarem com autoridades brasileiras no Ministério da Fazenda, do Banco Central e de outras esferas do governo.

O que ainda não está embutido na avaliação das três agências de rating é uma agenda negativa do Congresso como reflexo da crise política deflagrada após a divulgação da lista de parlamentares a serem investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

Essa agenda negativa no Congresso não se restringe apenas a possíveis derrotas do governo das medidas do ajuste fiscal, mas principalmente a aprovação de projetos contrários ao interesse do governo e que representem aumento de gastos permanentes, como, por exemplo, a votação de uma política permanente de reajuste do salário mínimo e a extensão dessa política para os aposentados e pensionistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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