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Para Citi, retorno sobre capital investido é tudo nas bolsas

O Citi apresenta tese defendendo que a eficiência do capital é o que separa ganhadores e perdedores nas bolsas


	Mercado financeiro: se a eficiência está em alta, as ações também estão em alta, de acordo com a análise
 (Jin Lee/Bloomberg)

Mercado financeiro: se a eficiência está em alta, as ações também estão em alta, de acordo com a análise (Jin Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 21h52.

Profissionais de bancos de investimento andam dizendo que o sucesso nas bolsas depende da rapidez do processo de reestruturação das empresas.

Em relatório sobre a eficácia do retorno sobre o capital investido, o grupo de estratégia e soluções financeiras do Citigroup Inc. apresentou uma tese de 15 páginas defendendo que a eficiência do capital é o que separa ganhadores e perdedores nas bolsas.

Se a eficiência está em alta, as ações também estão em alta, de acordo com a análise feita pelo grupo do índice MSCI World entre 2012 e 2015.

Há mais de um ano os pesquisadores tentam descobrir o melhor plano de ataque para empresas que tentam impulsionar suas ações após a paralisação dos mercados globais em 2015.

Olhando além das recompras de ações, aquisições e distribuição de dividendos, a equipe do Citi afirma que a venda de negócios e a maximização do impacto do dinheiro investido são essenciais.

“Desinvestimento e desmembramento de ativos se provaram eficazes”, escreveram.

“Companhias envolvidas em reestruturações que melhoraram o retorno sobre o capital investido tiveram reação positiva do mercado acionário. No entanto, as empresas geralmente demoram demais para iniciar processos de reestruturação.”

Se ainda há dúvidas sobre o quanto os investidores se importam com a lucratividade das empresas em meio à lentidão da economia global, basta olhar para o desempenho das ações com base nessa métrica.

Em todo o mundo, companhias que sofreram queda no retorno sobre o capital investido entre 2012 e 2015 geraram retorno mediano para os acionistas de menos 0,6 por cento, de acordo com o Citi. No caso de empresas que melhoraram o retorno sobre o capital investido no período, o ganho mediano chegou a 55,3 por cento.

A divergência é má notícia em um mundo de economias lentas e queda de preços das commodities, onde a eficiência do capital está em “declínio impressionante”, nas palavras do Citigroup.

A taxa mediana de retorno sobre o capital investido diminuiu de 14,5 por cento em 2011 para 11,3 por cento no ano passado, sendo que a queda atingiu 60 por cento das componentes do índice MSCI, segundo dados do banco.

Dois fatores corroem o retorno sobre o capital investido: queda de lucros e uso generoso do caixa. De acordo com o estudo do Citigroup, no caso das empresas que sofreram diminuição do retorno desde 2012, quase 73 por cento apresentaram queda do lucro operacional e 70,5 por cento aumentaram o nível de capital investido.

“No ambiente de hoje, medidas contundentes que impactam significativamente os níveis e lucratividade do capital investido provavelmente são necessárias para muitas empresas”, escreveram.

“Essas medidas potencialmente incluem desinvestimento ou desmembramento de negócios com baixo retorno sobre o capital investido e que não estão gerando retorno compatível com seu custo de capital.”

“Investidores das bolsas se importam com o retorno sobre o capital investido, mas também se esse retorno excede o custo de capital da empresa”, disse Ajay Khorana, o responsável global pelo grupo de estratégia e soluções financeiras do Citigroup.

“O retorno é mais importante do que tudo, mas se uma empresa puder baixar o custo do capital ao otimizar sua estrutura de capital, isso pode resultar em desempenho significativamente superior da ação.”

Os profissionais do banco alertam que não se deve confiar somente no retorno sobre o capital investido, dado que esse foco pode ignorar o risco subjacente de um projeto.

Taxas baixíssimas de retorno sobre o capital investido se tornaram tema prevalente de investidores ativistas.

Nos últimos cinco anos, 29 por cento das campanhas dessa natureza na América do Norte envolveram “demandas de mudanças operacionais, monetização de ativos ou revisão de alternativas estratégicas”, concluíram os analistas do Citigroup.

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