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PANORAMA3-Ativos locais caem após PIB, Copom e cautela externa

SÃO PAULO, 9 de dezembro (Reuters) - Os ativos domésticos se depreciaram nesta quinta-feira, dia em que investidores repercutiram a manutenção da taxa básica de juros na véspera e dados indicando desaquecimento da economia brasileira. As projeções de juros mais curtas recuaram, em meio a desmonte de posições após o Banco Central deixar na noite […]

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 17h27.

SÃO PAULO, 9 de dezembro (Reuters) - Os ativos domésticos
se depreciaram nesta quinta-feira, dia em que investidores
repercutiram a manutenção da taxa básica de juros na véspera e
dados indicando desaquecimento da economia brasileira.

As projeções de juros mais curtas recuaram, em meio a
desmonte de posições após o Banco Central deixar na noite de
quarta-feira a Selic estável, em 10,75 por cento, conforme
expectativa majoritária do mercado.

A manutenção da Selic dividiu atenções com o crescimento de
0,5 por cento da economia nacional no terceiro trimestre na
comparação com o segundo. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), foi a menor taxa desde o início
de 2009 [ID:nN09114268].

Em teleconferência, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
atribuiu a perda de fôlego da economia ao aumento das
importações pelo Brasil, diante da taxa de câmbio mais barata e
do cenário externo. Mantega destacou também que o governo está
pronto para tomar medidas contra uma nova onda de valorização
do real [ID:nN09242174].

Investidores reagiram à fala do ministro aumentando a
demanda por dólares, o que levou a cotação da moeda
norte-americana a ter a maior alta diária ante o real em um
mês. A divisa também registrava ganhos ante o euro, após a
Fitch rebaixar o rating da Irlanda em três degraus, para "BBB+"
[ID:nN09180413].

Do lado acionário, o receio com a recente disparada nos
rendimentos no mercado de bônus norte-americano e as incertezas
com um plano de incentivo tributário naquele país tiravam vigor
de Wall Street. Ainda assim, dados macroeconômicos positivos
nos Estados Unidos ofereciam algum suporte aos pregões.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram mais que o
esperado na última semana, e a média móvel quadrissemanal dos
pedidos beirou a mínima em dois anos. Também as vendas no
atacado do país subiram em outubro no maior ritmo em sete
meses.

Tais números fizeram o principal índice de ações da Europa
a tocar a máxima em 26 meses.

A Bovespa, entretanto, voltava a ter um desempenho pior que
suas pares internacionais, pressionada pelo má performance do
setor financeiro e também em face à debilidade no segmento de
commodities .

Na pauta doméstica, dados do governo mostraram que o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) fechará o período
de 2007-2010 com um investimento de 619 bilhões de reais, 94,1
por cento do total previsto para o período [ID:nN09224102].

Além disso, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade
Interna (IGP-DI) subiu 1,58 por cento em novembro, registrando
a maior variação desde junho de 2008 [ID:nN09206733].

Veja a variação dos principais mercados nesta sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,709 real, em alta de 0,95 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa caiu 0,43 por cento, para 67.879 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 6,17 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,94 por
cento, a 34.609 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,98 por cento ao ano, ante
12,07 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3235 dólar, ante
1,3256 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, mostrava estabilidade, a 136,000 por cento do valor de
face, oferecendo rendimento de 2,741 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 3 pontos, para 165 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 2 pontos, a 229 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
caiu 0,20 por cento, a 11.349 pontos; o S&P 500 teve
alta de 0,22 por cento, a 1.230 pontos, e o Nasdaq
subiu 0,18 por cento, a 2.613 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
teve oscilação positiva de 9 centavos de dólar, ou 0,1 por
cento, a 88,37 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 3,2208
por cento ante 3,272 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)

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