SÃO PAULO, 12 de outubro (Reuters) - A apreensão de que a
Irlanda pode precisar de um resgate nos moldes do pacote de
ajuda à Grécia derrubava o euro nesta sexta-feira, minava o
apetite a risco e amparava embolso de lucros nas praças
financeiras globais, movimento amplificado pela realização de
ganhos em várias commodities.

Líderes da União Europeia até tentaram amenizar as
preocupações sobre a capacidade de a Irlanda pagar sua dívida
afirmando em um comunicado que no eventual caso da
reestruturação da dívida de qualquer membro da UE, investidores
não seriam forçados a aceitar uma queda no valor de seus
títulos [ID:nN12293469].

"Qualquer que seja o debate dentro da área do euro sobre o
o mecanismo futuro de resolução de crise e o potencial
envolvimento do setor privado, nós estamos seguros de que isso
não se aplica a qualquer dívida não liquidada e qualquer
programa sob os instrumentos atuais", disse o comunicado
assinado por França, Alemanha, Itália, Espanha e Grã-Bretanha.

Na Europa, porém, o FTSEurofirst 300 ainda recuava
1,2 por cento, enquanto o euro desvalorizava-se 0,26 por cento,
a 1,3631 dólar, situando-se nas mínimas em seis semanas. O tom
contagiava também os futuros acionários nos Estados Unidos,
onde o contrato do S&P 500 declinava 12,4 pontos.

Na Ásia, o índice da bolsa de Xangai caiu 5,16 por
cento por uma conjunção de fatores, como o temor de novos
aperto monetário, queda em matérias-primas e realização de
lucros. Tal resultado afetou o Nikkei , que terminou a
sessão em Tóquio com baixa de 1,39 por cento.

O índice MSCI para ações globais recuava
2,56 por cento, enquanto o para ações emergentes
cedia 1,54 por cento.

A debilidade do euro favorecia a alta de 0,19 por cento do
dólar ante uma cesta de moedas, segundo o índice DXY .

Entre as commodities, o petróleo perdia 2,14 dólares, a
85,67 dólares, nas operações eletrônicas em Nova York.

Nesse contexto, a ausência de uma solução no encontro de
líderes do G20 em Seul ofuscava o encontro. O acordo em Seul
estabelece "orientações indicativas" vagas para medir os
desequilíbrios entre suas economias e deixa detalhes pendentes,
que serão discutidos em 2011 [ID:nN12295344].

No Brasil, o foco deve ficar voltado para a cena
corporativa, com uma bateria de resultados para repercutir, com
destaque para Petrobras, que registrou no terceiro trimestre
lucro de 8,56 bilhões de reais, ante 7,94 bilhões de reais em
igual período do ano passado e 8,29 bilhões de reais no segundo
trimestre deste ano. Estimativa média de seis analistas ouvidos
pela Reuters indicava lucro de 9,3 bilhões de reais.

Veja como fecharam os principais mercados na quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,719 real, em alta de 0,47 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 0,62 por cento, para 71.195 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,99 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 1,21 por
cento, a 36.072 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,58 por cento ao ano, ante
11,52 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3656 dólar,
ante 1,3782 dólar no fechamento anterior.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
caía 0,88 por cento, a 11.257 pontos; o S&P 500 cedia
0,61 por cento, a 1.211 pontos, e o Nasdaq tinha baixa
de 1,04 por cento, a 2.551 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
terminou estável, a 87,81 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Reportagem de Paula Arend Laier; Edição de Vanessa
Stelzer)