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Otimismo do mercado com Temer resiste a delação

Informação de que Michel Temer teria sido citado em delação da Odebrecht não esfriou o otimismo dos investidores com o Brasil

Michel Temer: investidores apostam alto na aprovação do impeachment e não se abalam com denúncias ao presidente em exercício (Reuters/Adriano Machado)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2016 às 14h41.

A informação de que Michel Temer foi citado na delação da Odebrecht por supostamente ter pedido dinheiro para políticos do PMDB teve impacto reduzido nos mercados .

O dólar sobe 0,5%, muito pouco perto da queda acumulada de quase 20% no ano. O risco Brasil chegou a ensaiar alta, mas retomou a queda e chegou à mínima de 266 pontos, metade dos 533 pontos atingidos em setembro de 2015, quando o Brasil perdeu o grau de investimento, no auge do pessimismo com o governo de Dilma Rousseff.

A resiliência do sentimento otimista do mercado tem um nome: impeachment . Os investidores mantêm inabalada a aposta de que o afastamento definitivo de Dilma será aprovado no Senado.

Pelo mesmo motivo, as dificuldades enfrentadas por Temer na negociação do teto dos gastos e da dívida dos estados são relevadas. Acredita-se que só após o impeachment o governo terá condições políticas para aprovar medidas impopulares no Congresso.

É provável que o mercado fique mais exigente com Temer após o presidente em exercício se tornar definitivo.

“A hora da verdade está chegando”, diz Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Asset Management. “Espera-se um governo mais duro, que consiga se impor aos interesses de grupos específicos”.

O sangue-frio do mercado, contudo, está condicionado à evolução do noticiário envolvendo a citação de Temer na Lava Jato.

O maior receio é que a confirmação das denúncias possa enfraquecer o governo tanto na decisão do impeachment quanto na votação das reformas. Por ora, esse risco é visto como limitado, mas entrou para o radar dos investidores.

A eventual continuidade de divulgações de delações ou notícias negativas para Temer poderia impactar mais expressivamente o mercado, diz Leonardo Monoli, sócio da gestora de recursos Jive Asset. Esse é um cenário que atingiria em cheio o ânimo do investidor, que começa a melhorar em relação ao Brasil.

Sem a confirmação das denúncias e com Dilma definitivamente afastada, o caminho estará livre para um otimismo mais aberto em relação ao Brasil. Para Monoli, o dólar poderia cair ainda mais, para níveis mais próximos aos R$ 3,00.

Apesar da piora marginal gerada pelas notícias sobre delações, a tendência para os ativos brasileiros continua positiva, diz Matheus Gallina, trader de renda fixa da Quantitas Gestão de Recursos.

Nem mesmo as notícias sobre supostas concessões do governo nas negociações sobre as dívidas estaduais parecem tirar o sono dos investidores.

Para Gallina, já está precificado no mercado que os dois lados vão ceder parcialmente para chegarem a um meio termo.

Mais cedo, o Palácio do Planalto disse à Bloomberg que Temer e a Odebrecht tiveram um jantar para tratar de auxílio financeiro ao PMDB em absoluto acordo com legislação.

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A informação de que Michel Temer foi citado na delação da Odebrecht por supostamente ter pedido dinheiro para políticos do PMDB teve impacto reduzido nos mercados .

O dólar sobe 0,5%, muito pouco perto da queda acumulada de quase 20% no ano. O risco Brasil chegou a ensaiar alta, mas retomou a queda e chegou à mínima de 266 pontos, metade dos 533 pontos atingidos em setembro de 2015, quando o Brasil perdeu o grau de investimento, no auge do pessimismo com o governo de Dilma Rousseff.

A resiliência do sentimento otimista do mercado tem um nome: impeachment . Os investidores mantêm inabalada a aposta de que o afastamento definitivo de Dilma será aprovado no Senado.

Pelo mesmo motivo, as dificuldades enfrentadas por Temer na negociação do teto dos gastos e da dívida dos estados são relevadas. Acredita-se que só após o impeachment o governo terá condições políticas para aprovar medidas impopulares no Congresso.

É provável que o mercado fique mais exigente com Temer após o presidente em exercício se tornar definitivo.

“A hora da verdade está chegando”, diz Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Asset Management. “Espera-se um governo mais duro, que consiga se impor aos interesses de grupos específicos”.

O sangue-frio do mercado, contudo, está condicionado à evolução do noticiário envolvendo a citação de Temer na Lava Jato.

O maior receio é que a confirmação das denúncias possa enfraquecer o governo tanto na decisão do impeachment quanto na votação das reformas. Por ora, esse risco é visto como limitado, mas entrou para o radar dos investidores.

A eventual continuidade de divulgações de delações ou notícias negativas para Temer poderia impactar mais expressivamente o mercado, diz Leonardo Monoli, sócio da gestora de recursos Jive Asset. Esse é um cenário que atingiria em cheio o ânimo do investidor, que começa a melhorar em relação ao Brasil.

Sem a confirmação das denúncias e com Dilma definitivamente afastada, o caminho estará livre para um otimismo mais aberto em relação ao Brasil. Para Monoli, o dólar poderia cair ainda mais, para níveis mais próximos aos R$ 3,00.

Apesar da piora marginal gerada pelas notícias sobre delações, a tendência para os ativos brasileiros continua positiva, diz Matheus Gallina, trader de renda fixa da Quantitas Gestão de Recursos.

Nem mesmo as notícias sobre supostas concessões do governo nas negociações sobre as dívidas estaduais parecem tirar o sono dos investidores.

Para Gallina, já está precificado no mercado que os dois lados vão ceder parcialmente para chegarem a um meio termo.

Mais cedo, o Palácio do Planalto disse à Bloomberg que Temer e a Odebrecht tiveram um jantar para tratar de auxílio financeiro ao PMDB em absoluto acordo com legislação.

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