Otimismo com emergentes se mantém apesar do tombo recente
Os investidores mais otimistas com os mercados emergentes têm um conselho bem simples para os demais: Relaxem.
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 14h54.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2018 às 16h19.
Com as bolsas globais enfrentando os piores quatro dias desde novembro de 2016, eles apontam para o panorama saudável para os lucros das empresas, sustentado pela confiança no crescimento econômico mundial.
É verdade que o índice Dow Jones registrou a maior queda desde 2011, mas não chegou à perda de 10 por cento que geralmente define uma correção do mercado.
“O contexto permanece forte", disse Edward Evans, gestor de recursos da Ashmore Group, em Londres, que supervisiona aproximadamente US$ 60 bilhões. “É razoável essa pausa para respirar, com maior volatilidade do mercado.”
Compilamos abaixo o que os investidores têm a dizer:
Evans:* “O que motivou a disparada do ano passado continua de pé. Os lucros estão crescendo e as expectativas seguem melhorando, então nosso foco está nos lucros.”
“A confiança está melhorando e o contexto de crescimento econômico global continua favorável.”
“O pano de fundo construtivo para os lucros continuará dando suporte no médio a longo prazo.”
Ele permanece com uma visão “muito” construtiva das ações de mercados emergentes. “Acreditamos que haverá diferenciação cada vez maior entre os emergentes.”
Ele ainda tem grande exposição a bancos chineses porque margens e qualidade dos ativos melhoram diante da situação econômica mais robusta. O gestor também gosta do setor de semicondutores.
Leon Eidelman, que ajuda a supervisionar US$ 30 bilhões em ações de mercados emergentes na JPMorgan Investment Management, em Nova York:
“Ainda acho que o mercado está bom para ações de mercados emergentes. Acho que o crescimento global aponta para cima.”
Ele permanece otimista devido ao aumento dos dados de crescimento do PIB global e encomendas da insumos para produção. Os preços das commodities e o dólar deixaram de atrapalhar.
O gestor espera maior volatilidade ao passo que os mercados reagem à redução do balanço patrimonial do banco central dos EUA. “As pessoas não sabem como os mercados vão reagir quando levarem a bebida da festa embora.”
“Eu não me surpreenderia se isso vier acompanhado de uma boa dose de volatilidade.”
Ele enxerga oportunidade de compra nas ações de empresas de médio valor de mercado da Índia. “No fim das contas, a queda de 2 a 3 por cento não é algo que considero notável. É bem comum e aconteceu em todos os anos a não ser no ano passado.”* “Os mercados simplesmente ficaram esticados, foi só isso. Acho bem saudável.”
Ele ainda não vê oportunidade de compra. “Uma correção de 3 por cento não muda minha visão. Não estamos falando de uma oportunidade de compra de 15-20 por cento que deixaria tudo promissor e arrumadinho.”
A expansão dos lucros das empresas tem determinado as taxas de retorno: "Não tento obter retorno comprando ações baratas. Tento obter retorno comprando ações de empresas posicionadas para crescer."
Ele espera aumento de dois dígitos nos lucros por ação: “Esperamos que finalmente a melhora dos lucros por ação se concretize. Estamos longe de dizer que isso acabou.”
Conrad Saldanha, que ajuda a administrar US$ 8 bilhões em ações de mercados emergentes na Neuberger Berman Group, em Nova York, afirma que os fundamentos permanecem firmes, apesar do entendimento equivocado de alguns sobre o risco das nações emergentes ter provocado uma queda indiscriminada: “Estou otimista com os mercados emergentes neste ano”, ele disse. “Não sei o que vai acontecer nos próximos dias, mas estou otimista quando penso nos próximos três anos.”
O crescimento forte do PIB e dos lucros das empresas tornou os mercados emergentes atraentes: “Considero correções saudáveis do ponto de vista de longo prazo, contanto que existam fundamentos, e os fundamentos existem.”* A expectativa de aumento de dois dígitos nos lucros das empresas deixa os ativos de países emergentes atraentes.