CIELO: a empresa apresenta resultados do quarto trimestre nesta segunda-feira, e deve apresentar lucro 23% maior / Divulgação (Cielo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 19h43.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h43.
O sufoco passou – ou pelo menos parece que passou. Ontem, as ações da empresa de pagamentos Cielo subiram quase 5% após o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não trazer em seu discurso nenhum anúncio de mudanças para o segmento de pagamento.
Na semana passada, entre as medidas de seu pacote econômico, o ministério da Fazenda anunciou a legalização do desconto que algumas lojas concedem a quem paga com dinheiro, em vez dos cartões. O anúncio fez as ações da Cielo caírem 5,9% na última meia hora de pregão na sexta-feira. Embora o mercado pareça aliviado, o problema ainda não sumiu do mapa.
“Nada ficou claro na fala do Goldfajn. Ele não anunciou a medida, mas também não disse que as mudanças não virão. Isso deve passar por novas discussões”, diz Raphael Figueredo, analista da corretora Clear. A visão de economistas e analistas é de que medidas como esta precisam de um estudo maior do mercado antes de serem anunciadas. Sendo assim, no médio prazo é provável que as notícias sobre mudanças nos preços voltem a espantar investidores.
A incerteza vem num momento que já não é dos mais tranquilos para a Cielo, que sempre foi vista como uma ação resiliente. Desde que seu presidente Rômulo Dias anunciou em outubro que deixará o comando da empresa – no qual está desde 2008 – as ações da companhia já caíram 18%. É um fato raro para a Cielo, cujas ações quintuplicaram de valor desde 2010. Apesar do aumento da concorrência, a empresa consegue manter margens acima de 50%, e tem valor de mercado de 60 bilhões de dólares. Os investidores estavam preparados para as ameaças conhecidas, mas não para uma canetada do governo.