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Os motivos para acreditar nos emergentes, mas não no Brasil

Brasil não está entre os emergentes mais atrativos na visão do Bank of America, que destaca Coreia, Rússia, China e Índia


	Bank of America: “nossa abordagem é para atravessar o rio, sentindo as pedras, uma de cada vez”, afirma o relatório
 (Jin Lee/Bloomberg)

Bank of America: “nossa abordagem é para atravessar o rio, sentindo as pedras, uma de cada vez”, afirma o relatório (Jin Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 06h37.

São Paulo – Parece que os investidores desistiram dos mercados emergentes, afirma relatório do Bank of America Merrill Lynch (BofA). O banco observa que o que era um investimento obrigatório há alguns anos, tornou-se motivo de preocupação quando vulnerabilidade financeira e pesado envolvimento do Estado, entre outros, ocuparam o lugar do boom do consumo da classe média e urbanização. Para o BofA, o cenário teria de ser otimista, tanto quanto há um mês.

“Nossa abordagem é para atravessar o rio, sentindo as pedras, uma de cada vez, como Deng Xiaoping recomendou”, afirma o relatório. O relatório dos estrategistas Ajay Singh Kapur, Ritesh Samadhiya e Umesha de Silva lista cinco motivos para os investidores continuarem otimistas com os mercados emergentes – especialmente com Coreia, Rússia, China e Índia. De acordo com o relatório, vale aumentar a exposição a esses países e diminuir para México, Malásia, Tailândia e Chile. Para os demais – incluindo o Brasil – a recomendação é neutra.

O material cita que, apesar de o Brasil estar valorizado, historicamente, ele está entre os emergentes que estão 20% descontados. A vulnerabilidade financeira do país é, atualmente, média, não tão alta quanto em 2010/2011. A desaceleração recente do boom do crédito e o enfraquecimento do real tiraram o Brasil da zona de vulnerabilidade financeira, segundo o relatório.

Brasil ficou de lado

A análise do banco sugere que há outros mercados emergentes além do Brasil subvalorizados. Grandes setores nos mercados maiores parecem particularmente desvalorizados, “a maioria com o desconto de um ‘capitalismo estatal’”, segundo o BofA. Possíveis reformas desses governos poderiam destravar o desconto.

As ações dos mercados emergentes estão atualmente na classe de ativos menos preferidos - e muito subvalorizadas. Os estrategistas afirmam observar que os clientes estão cautelosos.

O terceiro motivo para otimismo é que o ciclo de crescimento dos mercados emergentes está engatando, segundo o relatório. Observando o ciclo global, pode-se ver que a atividade econômica global está começando a crescer desde fevereiro, segundo o material – e uma pesquisa do estrategista Nigel Tupper, do BofAML mostra que quando a onda global está subindo (como agora), as ações dos mercados emergentes tem uma boa performance.


As outras razões vem da Ásia: indicadores chineses e expansão na margem. “As surpresas da economia chinesa são positivas”, segundo o BofA, pelo menos por enquanto. Dados da economia chinesa em agosto apontam para a esperada recuperação da segunda economia mundial, que, segundo analistas, poderia alcançar o objetivo do governo de um crescimento de 7,5% em 2013 – meta que estava um pouco desacreditada.

“Esperamos surpresas positivas nas margens, especialmente no norte da Ásia”, afirma o BofA. Os preços de exportação da Ásia estão subindo mais rápido que os preços de importação – o que é um indicador de expansão na margem.

Os estrategistas listam quatro desafios para os emergentes, sendo o primeiro a variação dos rendimentos dos títulos americanos com a troca de liderança no Fed. Outros fatores são a preocupação com o fim dos estímulos por parte do Fed, o preço mais elevado do petróleo e o dólar valorizado.

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