Mercado extrapolou detalhes de Tubarão Azul para outros poços, explica empresa
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2012 às 13h15.
São Paulo – A OGX (OGXP3), empresa de petróleo do empresário Eike Batista, disse que a interpretação do mercado sobre a estimativa de produtividade diária para dois poços no campo de Tubarão Azul na Bacia de Campos foi errada porque extrapolou a estimativa para outros poços da empresa, ressaltou em um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Após cinco meses de testes, a petroleira concluiu que a área tem uma capacidade de vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia por poço para os dois primeiros poços em estágio inicial. Conforme apontam os analistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório, a projeção inicial era de algo em torno de 15 mil a 20 mil barris por dia. Em dois dias, as ações recuaram 40%.
A empresa convocou uma teleconferência para explicar a situação, mas não convenceu o mercado. "O único risco que eu nunca tomei é o risco financeiro de não ser capaz de executar meus projetos”, disse Eike.
Extrapolação
“O equívoco dessa extrapolação reside no fato de que (...) a vazão divulgada não considera o fraturamento químico hidráulico e a injeção de água no reservatório, técnicas largamente utilizadas na indústria do petróleo para aumentar a produtividade e que a Companhia pretende utilizar no campo de Tubarão Azul”, mostra o documento assinado por Roberto Bernardes Monteiro, diretor de relações com investidores da OGX.
Segundo ele, antes de aplicar essas técnicas não há como precisar o volume de produção por poço em reservatórios do tipo. Além disso, afirma a nota, a empresa já está iniciando o desenvolvimento do campo de Tubarão Martelo e os dados do seu reservatório, obtidos até o momento, sinalizam para produtividades superiores a vazão informada, mesmo sem o emprego das técnicas referidas.
“Enfim, por todos esses motivos a Companhia entende equivocada a extrapolação feita pelo mercado”, finaliza a nota. Uma análise realizada pela analista Anisa Redman, do HSBC, sugere que a reação do mercado ao anúncio pode ter sido exagerada.
Troca no comando
Eike Batista indicou ontem à noite o atual diretor presidente da OSX (OSXP3), Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, para ocupar a presidência da OGX no lugar de Paulo Mendonça, que irá assumir a presidência do Conselho de Administração da EBX.
Segundo o comunicado da OGX, Carneiro tem experiência de 30 anos na indústria de petróleo e já passou por diversas posições na Petrobras. O executivo é formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal Fluminense e Engenharia de Petróleo pela Petrobras, além de possuir um MBA pela Universidade de Columbia. Ele ocupava a presidência da OSX desde 2009.